sábado, 7 de janeiro de 2017

Lembranças dos campinhos de futebol








          Quem não jogou bola num campinho de futebol?
           O primeiro campinho que conheci foi na Linha Bonita, colônia rural do município de Ouro, na margem direita do Rio do Peixe. Situava-se num potreiro de propriedade de meu avô, o nono Victório Baretta, bodegueiro, entre a estrada geral e o riacho ali existente. Do  outro lado do rio,  havia a "Estação Avaí", onde parou o trem por 73 anos. Adiante,  a comunidade foi nomeada Ricardópolis, em homenagem à família "Ricardo da Silva", que tinha um líder e político muito forte, o udenista José Ricardo da Silva, cujo nome de guerra foi "Zeca Ricardo".

          Lá na comunidade,  havia dois campos de futebol: o dos Teixeira, entre a Capela de São José e o Rio do Peixe,  e dos Viganó, na propriedade do Sr. Arthur, no Ramal dos Durigon.  O Arthur Viganó foi um baita de um "pegador de pênaltis".

          No Leãozinho, onde nasci e vivi até fazer meus 8 anos, havia um campo ao lado do cemitério, muito questionado por aqueles que ficavam revoltados em razão de a bola, muitas vezes, ir parar por sobre os túmulos dos mortos. Meu padrinho, Joanin Franck, ficou tão indignado, que resolveu vender a propriedade e mudar-se para Sete de Setembro (hoje Distrito de Santa Lúcia), na saída para o Rancho Grande. Depois a diretoria do EC Primavera mandou colocar uma tela de arames  de razoável altura, resolvendo a situação. Só jogador "manco" manda a bola para o cemitério.

          Corro o "zap' e chego a minha adolescência. O cenário passa a ser a propriedade da família de Augusto Masson, ao lado da de Aníbal Dambrós, onde hoje se situa a cadeia pública, em Ouro. Ali nos reuníamos,  aos sábados e domingos,  para jogar bola. Havia adolescentes e jovens: Irineu. Irenito e Neri  Miqueloto; meu irmão Ironi e eu;  os três "Coquiaras": Ivanir, Valdir e Altevir; os Thomazoni  Mário e Arlindo, que foram para Araruna;  Nereu de Oliveira e seu Irmão Nico (Irineu), que foram morar em União da Vitória; os irmãos Félix, Aquiles, Rosito e Heitor Masson, o Armindo (Hermindo) Campioni; o Olino Neis, meus primos Cosme e Moacir Richetti; os irmãos Ademir, Ademar e Adélcio Miqueloto e o Luiz Alberto Dambrós, o Tratorzinho. Mais adiante, construíram a cadeira no terreno,  então fizeram outro usando o leito da uma estrada antiga que vinha desde a ponte nova (Irineu Bornhausen), passando pelo abatedouro da Comercial Baretta, e defronte a casa de Benjamim Miqueloto. Depois foi abandonada, restando dela apenas a Rua Giavarino Andrioni (o Bijuja), que chamamos de Rua do Beco, que se inicia na Rua Professor Guerino Riquetti, que se inicia na ponte e vai, reta, morro acima. E outro, usando o mesmo leito da antiga estrada, ao sul da ponte, sobre o qual escreverei na segunda parte deste texto, oportunamente, e outros ainda de Ouro e Capinzal.

          Os campinhos fizeram parte de nossa vida, minha, de amigos e de outras pessoas. Pelo espaço diminuto, os jogadores acabavam desenvolvendo habilidades em driblar e controlar a bola. Naquele tempo não estava instituído, ainda o futsal.

Euclides Riquetti
18-10-2015

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