sábado, 31 de agosto de 2019

Nosso Oeste verde cada vez mais verde!




A imagem pode conter: árvore, céu, planta, nuvem, atividades ao ar livre, natureza e água


Fotos: Caçadores de Imagens - Capinzal - SC
"Gente muito competente"!


Nosso Oeste verde cada vez mais verde!

       Saia por aí, leitor, percorra o Vale do Rio do Peixe, vá para o Oeste, ande no território que, nos Séculos XVIII e XIV foi sendo ocupado, lentamente, pelos paulistas, na condição de entradistas, vindo para nossa região através da cidade de Guarapuava, depois por Palmas, do Paraná.  Na época, os bandeirantes vieram de São Paulo até o planalto de Lages e os campos novos, onde se formaram rebanhos. Nessas paragens e pastagens passaram os grandes rebanhos que vinham do Sul com destino a Sorocaba, São Paulo. No litoral, abaixo da Serra, os açorianos tentavam plantar trigo, linho-cânhamo e mandioca, sendo que apenas nesta última tiveram razoável sucesso.

       Já com a inauguração da estrada-de-ferro, durante as décadas de 1910 e 1920, Oeste e Meio-oeste catarinense passaram a receber descendentes de italianos e alemães, originários da Serra Gaúcha, principalmente. E, com o partilhamento das terras em minifúndios, pelas empresas colonizadoras, as famílias foram ocupando montes e vales, plantando principalmente trigo, milho, cevada, feijão, mandioca, e praticando o extrativismo da madeira e da erva-mate. Os montes foram encarecados e o solo, então virgem, nos deu muito milho e trigo. Porém, a partir do início da década de 1980, com a aquisição das Indústrias Reunidas Ouro, de Capinzal, e a Pagnoncelli, de Herval d´Oeste, pela então Perdigão, e a forte expansão da Sadia, em Concórdia, e a Aurora, mais à Oeste, o modos de produção em sistema de integração, para criatórios de aves e suínos, os agricultores foram deixando de lado o cultivo das terras montanhosas e passando a produzir para a agroindústria, recebendo a ração pronta e produzindo em grande escala.  A indústria metal-mecânica foi-se fortalecendo e modernizando, ganhando mercados internacionais. As máquinas rudimentares, produzidas aqui em Joaçaba, que foram de grande valia para nosso desenvolvimento, foram dando lugar a equipamentos sofisticados, concebidos pelos projetos de automação bem sucedidos.  As áreas mais favoráveis foram recebendo o trabalho mecanizado. A mão-de-obra humana foi-se reduzindo, os filhos dos agricultores buscaram as cidades, as escolas, as universidades, e grandes mudanças foram ocorrendo nas últimas quatro décadas. A produção de bovinos de corte e leite, em pastagens plantadas ou em confinamentos, tornou-se muito forte.

       Este introito todo, uso para chamar a atenção do leitor para que, se jovem, conheça, e se maduro, estabeleça as mesmas comparações que me fazem as pessoas com quem falo nas ruas e mercados: nossas cidades e nossos campos estão mais verdes!

       Sim, porque a consciência de preservar, e a própria opção de trabalho para a sobrevivência, nos levaram a ter muitos mais hectares de cobertura verde do que tínhamos há 40 anos. As matas  pioneiras existentes em 1980  foram mantidas. E as áreas desfavoráveis ao trabalho produtivo foram sendo repovoadas por milhões de árvores. As florestas secundárias, que surgiram sobre as restevas das culturas de inverno e verão, foram recompondo nossa natureza. Trinta anos são suficientes para que centenas, quem sabe milhares de espécies voltem a povoar  tais áreas. E, quanto mais os anos forem passando, mais capital verde nossas cidades terão. Com isso, de minha parte, não consigo aceitar que os países europeus, principalmente, a exemplo da Alemanha, queiram nos dizer o que precisamos fazer com nossas florestas. Tem muito jornalista e metido a besta falando bobagem. Também, acho que a capacidade intelectual de nossos índios tem sido desconsiderada e eles até humilhados pelos que se dizem seus defensores. Considerá-los incapazes não faz mais sentido. Assim como o pobre gosta de ser capitalista, o índio também, em sua maioria, quer o conforto que a tecnologia lhes possibilita e dispor de seus bens para o que lhe aprouver. O uso bem regrado e sustentável de nossa natureza, para o bem dos brasileiros, é uma condição da qual não podemos prescindir. Santa Catarina foi propositora de um Código Florestal que, senão perfeito, ao menos permitiu que os proprietários saibam, com clareza, o que podem e o que não podem fazer com suas terras. Certamente que, hoje, possuímos em nossa região, no mínimo o dobro de matas de que dispúnhamos há quatro décadas. Vamos dar mais apoio ao Brasil e menos aos que nos colonizaram!

Euclides Riquetti – Autor de “Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares” – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 23-08-2019

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