segunda-feira, 18 de maio de 2020

A inovação que envelheceu e as espoletas que estouram atrasadas


Rodovia Ouro - Jaborá - Um sonho realizado, uma grande conquista! Parabéns, ourenses!

       A pavimentação da Rodovia Ouro/Jaborá, a SC- 467, foi retomada em novembro do ano passado com um prazo de 12   meses para sua execução pela empresa Planaterra S/A. Na oportunidade, o Governador Carlos Moisés, seu staff e autoridades regionais foram recebidos pelo prefeito Neri Luiz Miqueloto, no Centro de Eventos de Nossa Senhora do Caravággio, quando foi emitida a Ordem de Serviço. Em seis meses de trabalho a pavimentação foi  concluída, restando apenas colocarem a sinalização de segurança em parte do trecho. Um sonho de 40 anos, do qual tivemos a honra de fazer parte, foi realizado. Anteriormente, o contorno viário de Ouro e Capinzal foi implantado, construído e inaugurado.

       Ambas as obras são de relevante importância para o Grande Oeste de Santa Catarina e a participação de alguns entes possibilitou que acontecessem, principalmente do ex-Governador Raimundo Colombo, que autorizou a obra em seu primeiro mandato, mas que a falta de capacidade financeira de duas empresas ocasionou paralisações. Uma das pessoas que mais apoiou a construção da rodovia, e do contorno viário de Ouro e Capinzal, foi o Engenheiro Euclides Albuquerque, que ajudou na escolha do traçado do contorno, e cujo martelo foi batido  nas dependências da Unoesc, em Capinzal, quando estivemos lá para a decisão, há mais de uma década,  juntamente com os prefeitos Neri Miqueloto, de Ouro, Leonir Boaretto, de Capinzal, e seu Secretário de Administração Edson Cassiano. Durante a pavimentação  da rodovia, várias reivindicações foram apresentadas pelos proprietários lindeiros, sendo que o Engenheiro Euclides foi fundamental na interlocução e na tomada das decisões, segundo me relatou o vereador César Prando, morador na margem da rodovia, e que foi um dos principais elos de ligação entre os agricultores e o Engenheiro.

       Por outro lado, por pessoas com quem mantenho contato, e mesmo por usuários das redes sociais, vejo que há uma grande decepção em relação ao possível contorno viário de Joaçaba, Herval D´Oeste e Luzerna. Duvidam até de que as melhorias dos acessos das três cidades, que foram convencionadas e compromissadas pelo Governo do Estado, venham a acontecer, por causa da crise instalada no Governo  de dúvidas quanto à lisura nas  aquisições  de bens e contratações da Secretaria da Saúde de nosso Estado, com dispensa de licitação.  

       Agora, com a proximidade do período pré-eleitoral, as conversas proliferam  entre as pessoas, quer por internet ou por telefone. Há um consenso que de Joaçaba agiu bem na condução dos problemas relacionados aos casos do coronavírus, que houve muitas melhorias nas estradas rurais e nas pistas das ruas centrais, no asfaltamento de ruas em bairros, com o serviço bem feito, e na implantação de esgotos sanitários através do Simae . Por outro lado, citam que não houve avanços no apoio à agricultura, que a rodoviária velha continua velha e sem adequado uso, que há muitos bens inservíveis que já deveriam ter sido vendidos e não foram, , que não se definiu nem se projetou um contorno viário, que o IPTU é caro, mesmo a administração não tendo cobrado o que fora aprovado na Administração e Legislatura anterior, que algumas ações na área da Educação que foram bandeiras de campanha não aconteceram. Também,  que o combatido inchaço na Prefeitura não foi desinchado, que a maioria das calçadas estão ruins e as rampinhas de mobilidade são inadequadas ou inexistem, que o Ginásio do Santa Tereza virou um lesmão, e que o Plano Diretor não teve sua conclusão,  que algumas ruas seriam asfaltadas quando recebessem a rede de esgotos, mas isso não vai acontecer, que a revitalização da praça da Catedral está demorando a se iniciar,  que se falou bastante nas melhorias do aeroporto e estão demorando a acontecer, não se criou um Distrito Industrial, perderam-se empresas para outros municípios, e assim por diante. Ainda, a  inovação ficou mais no discurso do que na prática, e em Joaçaba as espoletas demoram muito para estourarem. Tudo isso vai facilitar, em muito, o discurso da oposição nas eleições em nível municipal.  

       Uma pena que assim seja, pois a escolha de um prefeito não político, era a esperança dos eleitores joaçabenses para verem alguns sonhos realizados. Há uma distância sempre muito grande entre as expectativas geradas e as satisfeitas. Uma hora dessas a pandemia terá seus efeitos minorados e o assunto eleições municipais volta a ser o tema a ser discutido largamente e noticiado. Meu professor Geraldo Feltrin, na Faculdade, em União da Vitória (PR), nos falava o ditado: “Never put off until tomorrow all what you can do today”, ou simplesmente: Não deixa para amanhã o que você pode fazer hoje. O tempo, num mandato de 4 anos, passa muito depressa!
Euclides Riquetti – Escritor

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