sábado, 15 de agosto de 2020

A divergência de opinião sobre o uso de medicamentos no combate à Covid-19 e outros assuntos




Prefeitura de Nova Mutum também disponibiliza medicamentos para ...

       Não costumo entrar em discussões inúteis sobre futebol, política, economia, ou saúde. Sobre os três primeiros elementos, a divergência sobre os assuntos e as preferências das pessoas a discussão existe há décadas aqui no Brasil. Já tivemos milhões de técnicos capazes de escalar a seleção brasileira e isso foi histórico. Depois surgiram os analistas de política. Alguns renomados jornalistas emitiam opinião sobre o comportamento político e tentavam “acertar” sobre quais candidatos se elegeriam. Vieram as pesquisas de opinião pública sobre as preferências em candidatos, sobre o desempenho de governantes, etc. Agora... vejamos:
       Em cada chegada de uma nova Copa do Mundo, quando da convocação da seleção brasileira, muita divergência sobre quem deveria ter sido convocado. Por exemplo, pouco antes da Copa de 1970, o zagueiro Brito, do Vasco, era muito criticado, diziam que ele não tinha condições técnicas para jogar na seleção. Pouco antes da Copa, foi contratado pelo Flamengo, virou queridinho de todos e jogou muito futebol pela seleção. A partir do nosso penta, em 2002, multiplicaram-se os técnicos, os comentaristas de rádio e TV que opinam sobre futebol, principalmente ex-jogadores. Para mim, o mais detestável é o Casagrande, que sempre foi um mau exemplo para os jovens, e que está lá comentando na Globo. Foi um bom centroavante, mas como comentarista é apenas mais um...
      Quando fui candidato às eleições para Prefeito em Ouro, SC, o jornalista Cláudio Prisco Paraíso, na afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, fez um comentário dizendo que nas cidades pequenas do Vale do Rio do Peixe o PMDB ia “levar” em todas as pequenas cidades. Na hora, falei comigo mesmo: ”Está totalmente errado! Vou ganhar e bem”! Fiz 57 por cento dos votos válidos, e pronto! Depois, vieram os resultados: PDS levou em Ouro, Catanduvas, Treze Tílias, e Tangará; PFL em Pinheiro Preto; PMDB em Capinzal, Lacerdópolis, Joaçaba, Herval d`Oeste, Erval Velho, Campos Novos, Ibicaré e Água Doce. Como Campos Novos, Joaçaba e Capinzal eram consideradas “cidades grandes”, em comparação com as outras, restaram 5 vitórias do PMDB, 4 do PDS e uma do PFL. Então, o PMDB levou metade das prefeituras das consideradas “cidades pequenas”.
      Agora, com as redes sociais e os canais de TV “News”, então, para ficarem 24 horas por dia no ar, recrutaram um amontoado de jornalistas-comentaristas, rostinhos bonitos e cabelos bem arrumados, tanto os femininos quanto os masculinos, que ficam emitindo opinião furada, tentando prever  o futuro das coisas e dos fatos, muitas vezes com total despreparo, sem conhecer o assunto em debate ou o acontecimento do momento, verdadeiras “marias-vão-com-as-outras”, fora os desacordos gramaticais do nosso vernáculo. Paralelamente, a economia, com todo mundo se achando economista, mas sem condições de sustentar uma conversa com um entrevistado, por falta de argumentos.
       Agora, com a pandemia da Covid-19, então, a maioria condenando este ou aquele, discutindo coisas sobre as quais nem os médicos têm sequer uma convergência de opinião. E, com relação ao comportamento do novo coronavírus, ninguém sabe muito, ou a maioria pouco sabe, e outros sabem nada. Eu também pouco ou nada sei sobre o assunto, embora busque informações em todos os momentos.  Tanto é que os valentões, inclusive muitos dos grupos de risco, andam nas ruas sem máscaras, conversando lado-a-lado, ou reunindo-se para comer churrasco, ouvir música, ou jogar baralho. Pessoalmente, telefonei para algumas pessoas que atuam na saúde na microrregião, pessoas que estão há muito atuando na área, com pessoas que estão em isolamento porque estão positivadas, pessoas que já passaram pelo problema e superaram e até outros que perderam parentes na pandemia. Também tive  relatos, por exemplo, que numa mesma família, alguns pacientes estão tomando dipirona, azitromicina e ivermectina, enquanto que os casos mais adiantados estão usando hidroxicloroquina, com receitas emitidas por médicos.  E que estão superando ou superaram os problemas, estando em alta médica. Numa mesma unidade sanitária da região, há um médico receitando ivermectina e outro receitando hidroxicloroquina, independente do quadro clínico do infectado. A realidade é que, quando a doença chega, o atingido não quer saber o que os políticos, os jornalistas e mesmo muitos médicos pensam sobre este ou aquele medicamento: querem sentir menos dor, poder respirar normalmente, não ter febre nem diarreia, ou qualquer ouro mal que os incomode ou ponham a sua vida em risco. Ninguém vai esperar para se tratar somente depois que houver comprovação científica do efeito do medicamento. Enquanto isso, os coquetéis que estão sendo administrados por aqui é que estão ajudando as pessoas a superarem a doença e tendo o alento psicológico.
Euclides Riquetti – escritor de crônicas e poemas – www.blogdoriqueti.blogspot.com

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