domingo, 8 de novembro de 2020

Eleições municipais – indo para a reta final

 



       Resta uma semana para o dia das eleições que elegerão prefeitos, vices e vereadores. O eleitor joaçabense tem quatro opções para prefeito, não há muitas diferenças de níveis entre eles. Mamão foi prefeito duas vezes e busca nova eleição. Dioclésio deseja reeleger-se e é egresso do mundo empresarial. Chico Lopes já esteve interinamente no cargo. Mamão e Chico têm experiência legislativa. Jorge Pohl tem experiência no serviço público, pois circulou na Prefeitura e na SDR e se constitui forte liderança no meio empresarial. Agora, cabe ao eleitor escolher qual será o prefeito para os próximos quatro anos.

       Nosso município tem algumas carências. Somos virtuosos em alguns setores e fracos em outros. Sistema universitário, médico e jurídico acima da média, comércio diversificado. Nossas estradas rurais melhoraram muito na atual administração. Tivemos perdas de empresas, não contamos com um distrito empresarial, há deficiências na mobilidade e nem sequer temos um projeto de contorno viário. Falta-nos o asfalto rural, estamos há tempos aguardando que o aeroporto seja adequado e possa ter linhas de voos, não temos um posto de saúde que possa, além da consulta, dar ao trabalhador os medicamentos receitados à noite, ao menos os analgésicos, anti-inflamatórios e os antibióticos básicos. Atendimento de excelência na UPA, conveniada, mas o cidadão precisa esperar o outro dia para receber os medicamentos, a não ser que tenha dinheiro para comprar em farmácia de plantão.

       Não temos um projeto habitacional consistente capaz de reduzir o déficit de moradias. Não temos mais estádio, o ginásio do bairro Santa Tereza não foi inaugurado ainda, não temos uma “casa de dia” para os idosos ficarem enquanto os familiares vão trabalhar, não temos um museu histórico-cultural, nossas ações para o turismo não acontecem, embora tenhamos hotelaria e gastronomia para fazer inveja a outras cidades. Pouca arborização, flores são raridade, os rebaixos das calçadas para acessibilidade a cadeirantes são precários. Rodoviária velha não sendo devidamente aproveitada e município pagando aluguel de salas. Praça da Catedral não humanizada. Infraestrutura viária, turismo e cultura são nossas principais fraquezas.

       Revi, no feriadão, o filme documentário produzido por Elias Zampirão sobre a história da soja, “Legião de Pioneiros – 50 anos de Soja”  aqui na região. Um primor de trabalho! Pesquisou muito, entrevistou as pessoas certas, a maioria de Joaçaba e Capinzal. Traz-nos um conhecimento histórico formidável sobre acontecimentos das quatro últimas décadas do século XX. Acho que o joaçabense é mais um dos que é pouco valorizado em nossa cidade em termos de cultura. Poeta, tem levado prêmios nos eventos da Casa da Cultura Rogério Sganzerla.

       A falta de um museu histórico-cultural em Joaçaba nos coloca entre os últimos  em termos de preservação cultural. Muitas famílias ainda guardam objetos preciosos que poderiam ser expostos num museu. Mapas antigos e livros também estão guardados em escritórios de casas de famílias tradicionais. Precisaríamos de um lugar adequado para que todo o material pudesse ser catalogado e exposto. No âmbito particular, Francisco Filipin possui um museu com excelente acervo em seu Hotel Fazenda Pica-pau Verde, localizado no acesso à Linha Abati.        

       Na semana passada falei do bom exemplo que é a construção de calçadas pela CELESC em seus terrenos no Nossa Senhora de Lurdes. Trabalho concluído, está melhor ainda!

       O eleitor tem uma boa gama de candidatos a vereador para escolher o que o represente na Câmara. Mas há um percentual elevado deles que não conhece nem sequer a parte mais básica da legislação eleitoral. Vamos ter uma câmara com maioria de novos  e isso é motivação para que lutem até o fim da campanha para serem eleitos. Alguns que estiveram foram esperam voltar.

       Joaçaba é um considerável arrecadador de impostos municipais, estaduais e federais. Buscar dinheiro em Florianópolis e Brasília é dever dos políticos, pois as nossas receitas correntes não chegam nem aos pés do volume de impostos aqui pagos e cujo dinheiro fica, principalmente, em Brasília.

       Então, é esperar que os bons projetos constantes nos planos de governo dos candidatos sejam efetivados nos próximos 4 anos. Ainda, não é vergonha um prefeito, depois de eleito e empossado, utilizar as ideias que seus adversários ou mesmo prefeitos de outras cidades sejam aplicadas à sua. Eu mesmo, quando em campanha para prefeito, acompanhei a campanha do saudoso Dr. Vítor Almeida, em Capinzal, e apliquei em Ouro. Copiar bons exemplos não é demérito!

Euclides Riquetti – Escritor 

Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 06-11-2020


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