terça-feira, 27 de julho de 2021

Turismo – a retomada após a pandemia

 



       O Turismo foi o setor de atividade econômica que mais sofreu durante a pandemia. Agora, os  horizontes  parecem reabrir-se aos poucos. Primeiro, a temporada de inverno aqui no Sul, principalmente nas Serra Gaúcha e Catarinense, incluindo o Planalto. Os pontos de altitude, onde o frio tem sido intenso, com a ocorrência de geadas e sincelos, têm atraído turistas de vários lugares do Brasil. Temperaturas abaixo de zero, vinhos das melhores viníferas e comida muito variada e  deliciosa, boas acomodações nos hotéis e pousadas, tudo nos favorece. E, a partir de setembro, com a chegada da Primavera, certamente que nossas praias estarão bombando e recebendo um forte contingente de visitantes.

       O que garante o otimismo do setor é o fato de que a vacinação contra a Covid 19 tem se intensificado. O tempo de permanência nas câmaras de frio tem sido reduzido e as doses estão indo para os braços dos que precisam se imunizar. O Ministério da Saúde tem sido ágil na importação e na distribuição, Butantã e Fiocruz têm feito sua parte na produção e ainda realizado importantes pesquisas para que novos medicamentos sejam desenvolvidos. Todos os gestores da pandemia estão empenhados em resolver a situação. E 95% dos brasileiros querem tomar a vacina.

       Sempre defendi a ideia de viabilização de ações integradas de turismo microrregional e regional. Até conduzi, na condição de animador cultural, excursões para o Paraná e o Rio Grande do Sul. Também incentivei a vinda de pessoas de outras cidades para Joaçaba e outras cidades da microrregião. Um trabalho silencioso, mas de resultado. Agora, vemos que os municípios estão organizando seus Conselhos de Turismo.

       O exemplo mais recente é o Município de Lacerdópolis, onde Rosalino Prando foi eleito seu Presidente. Idealista e empreendedor, junto com seus irmãos Renato e Paulo, têm uma das propriedades mais encantadoras do Vale do Rio do Peixe. O Sítio dos Prando, localizado entre as comunidades de São Luís e Serra Alta, em Lacerdópolis,  a 900 metros de altitude, dois Km à Leste da Academia para a Ciência Futura, instalada na Associação Nova Concórdia (Ouro-SC), além da exuberância da vista natural, recebeu benfeitorias de arquitetura magnificamente sustentável. Nas redondezas, o extremo cuidado ambiental. Em sua casa de eventos, já estão agendados dois casamentos e uma festa de formandos em Medicina. Em nossos municípios temos muitos atrativos, mas falta-nos um trabalho bem planejado e integrado.

Pavimentação da “Estrada de Santa Helena” – A Rodovia SC 467 sai da BR 282 e nos liga a Santa Helena. A partir dali, vai pela Encruzilhada Ouro a Ouro e a Capinzal, passando pelo Oratório de nossa Senhora do Caravággio. Também nos conecta com Jaborá. O trecho até Santa Helena recebeu pavimentação com parelepípedos de basalto há algumas décadas. Agora, a Prefeitura de Joaçaba contratou uma empresa para elaborar um projeto de pavimentação asfáltica. Rodovias em boas condições de trafegabilidade são sinônimo de desenvolvimento. O Governo do Estado promete realizar a obra tão logo o projeto esteja pronto. Parabéns a todos os que estão envidando esforços para que isso também se realize.

A partida de Roberto Minatti – Sabe, leitor,  aquela frase que diz que "O coração tem razões que até a razão desconhece"? Pois, a frase do pensador francês Blaise Pascal se aplica bem para um fato ocorrido nesta segunda-feira, 19-07-2021, em que perdemos o amigo Roberto Minatti, 40 anos, natural de Jaborá e servidor do Município de Joaçaba há 21 anos. Minatti era também advogado e uma espécie de "Coringa" na Prefeitura de Joaçaba. Atencioso, sempre disposto a ouvir, aconselhar e ajudar as pessoas. Numa única vez precisei da opinião dele sobre algo, uma providência que precisava, e ele foi muito solícito. Eu já o conhecia de outros invernos, pois tivemos participação em alguns eventos públicos. Discretíssimo, fazia a parte dele com muita dedicação e competência. Se alguma vez deixou de ajudar alguém, tenham certeza, é porque isso estaria além do alcance e das possibilidades dele. 

      Na segunda, logo após o almoço, no centro da cidade, uma pessoa me perguntou se eu soubera de um acidente ocorrido na Avenida Santa Terezinha, em que um homem havia perdido a vida em acidente de trânsito. Adiante, em casa, ouvi numa rádio local que um servidor da Prefeitura de Joaçaba havia partido em circunstâncias ainda não determinadas. Procurei notícias na internet e, quando vi aquela foto, levei um grande susto: Era o Roberto Minatti, infelizmente!

       Recentemente,  precisei verificar uma documentação na Prefeitura de Joaçaba. Estava no corredor do andar de cima,  quando alguém bateu em minhas costas e falou: "Riquetti, tudo bem?" Era o sempre atencioso e simpático Roberto Minatti. Agora, poucos dias depois, a notícia de uma verdadeira tragédia. Nas redes sociais, centenas de manifestações de sentimento pela perda de pessoa tão querida, tanto pelos colegas, como pelos seus chefes, pelos subordinados e pela sociedade. Imagino a dor dos familiares.  Um homem que tinha muita sensibilidade, equilíbrio, calma e uma maneira gentil de tratar a todos. 

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

Em 23-07-2021

 

 

Um comentário:

  1. O turismo, do ponto de vista econômico, é importantíssimo - há países que vivem basicamente desta atividade - porém, já sabíamos, e a pandemia acabou de reforçar: a ganância mata muito mais que a temperança; será preciso reaprender a utilizar melhor os recursos naturais, respeitar seus limites e até proibir o turismo em muitos lugares.
    Chernobyl é um exemplo vivo do que estou dizendo. Lá, por causa do desastre nuclear, ocorrido em 1986, o homem foi obrigatoriamente afastado. A vida, sem a presença humana, de uma outra forma, voltou a florescer: a flora se reconstituiu, os animais voltaram e se multiplicaram, claro que numa situação muito adversa, que dependerá de estudos para podermos afirmar certas verdades.
    O turismo é como um bom vinho , na medida certa não prejudica e dá prazer, o seu uso em excesso é que mata.
    Para que aconteça o que estou propondo será preciso devolver a soberania ao Estado. Deixar tudo na mão do sistema privado é a mesma coisa que por a raposa para cuidar do galinheiro...
    No futuro imediato, para sobreviver, teremos de rever todos os nossos conceitos: econômicos, políticos, tecnológicos, ambientais...O sistema financeiro é o primeiro que precisa ser enquadrado senão, daqui a pouco tempo toda a riqueza estará nas mão de uma dúzia de pessoas.

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