segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Sim, a caravana passa! O voto impresso, não!

 



       Brasília fervilha. Em curso, uma espécie de reforminha eleitoral. CPI da Pandemia não sai do chão. Voto distrital. Distritão puro. Desfile de equipamentos da Marinha provoca discussões por acontecer no mesmo dia em que Câmara vota a questão do voto impresso.

       Na semana anterior, as polêmicas políticas reinaram sobre as desavenças entre o Presidente Jair Bolsonaro e o Presidente do TSE e integrante do STF Luís Roberto Barroso. Bolsonaro duvida da segurança das urnas eletrônicas e pede voto auditável impresso. Barroso diz que as urnas eletrônicas e o sistema são seguros e que o voto impresso geraria uma despesa adicional muito grande. Nesta terça, a Câmara, com 219 votos a favor e 218 contra, rejeitou a proposta de implantação do voto impresso. Havia a necessidade de que 308 deputados votassem a favor da emenda para que a proposta fosse aprovada.

      A exibição militar ocorrida em Brasília levou uma saraivada de críticas dentro e fora do País. Todos achando que o objetivo era dar um susto no STF e no Congresso Nacional. Há quem diga que sim, há quem diga que a data da parada estava programada há mais tempo e que o Presidente da Câmara  é que marcou a votação para o dia da parada. Eu acho que o Bolsonaro é um exibicionista. Cria situações que ele mesmo sabe que não levam a nada, geram polêmica e é disso que ele gosta. Mais uns dias e é febre que passa. E surge outra pequena confusão, esta é esquecida e se passa a discutir a mais recente. Filmes assim a gente já viu muitos e vai continuar a ver. A caravana passa, mesmo que ocorram tentativas de atropelos.

       Nós temos dois brasis: um Brasil que trabalha, produz, paga impostos. E um reino da fantasia, que é Brasília, onde se concentra o Poder Central, com a sede dos três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. E, naquele contexto, todas as querelas políticas e jurídicas que já nos acostumamos a presenciar. Mas sabemos que, de prático, elas não têm efeito. Desgaste para todos os atores, de qualquer lado que sejam. Está muito chato o clima político, um fato encobre outro, a maioria factoides criados para fazer confusão, muito cortina de fumaça. Festa para os jornalistas que precisam falar, comentar, criticar, porque o espaço para os noticiários ficou muito longo nas emissoras, principalmente as tais de “News”.

       Mas nós, aqui, temos muitas preocupações com questões que deveriam ser levadas mais a sério. Uma, por exemplo, é a que estamos sujeitos à volta da febre suína africana, já extinta aqui no Brasil. Sabemos o quanto ela foi danosa, há quatro décadas, para o setor produtivo aqui do Sul do Brasil. Mesmo sem oferecer perigo ao consumo humano, seus efeitos são perversos para com os produtores de animais.

       Pandemia – Nossa região Meio Oeste “desmelhorou” na classificação de risco da Pandemia. Éramos a única em Santa Catarina classificada na cor amarela. Voltamos para a cor laranja. Independente das nomenclaturas, todos já sabem que a cor vermelha é terrível. A cor laranja é menos ruim. A cor amarela representa algum alívio. Tanto no âmbito nacional quanto no estadual, houve redução nas médias móveis de óbitos e nas de ocorrência de novos casos de contágio. Nas nossas cidades aqui do Vale do Rio do Peixe e arredores estão diminuindo o número de casos. Preocupa-me que a cidade de Chapecó tenha praticamente dobrado o número de casos nas últimas semanas.

       Todos os dias, por volta das 19 horas, consulto o site oficial do Governo de Santa Catarina para ver como andam os casos ativos. Ao fim da terça-feira, 10, estávamos com os seguintes números de casos ativos nas cidades que acompanho: Florianópolis: 469; Chapecó: 817, Itapema, 36.  Nas cidades aqui próximas, redução muito significativa em algumas onde a situação esteve muito grave em junho: Água Doce: 7; Erval Velho: 9; Luzerna: 8; Ouro:4; Pinheiro Preto 1; Tangará: 3; Lacerdópolis: 2; Zortéa: 3; Vargem Bonita: 7; Treze Tílias: 15; Ipira: 2; Jaborá: 14; Ibicaré: 6; Piratuba 2.

      É interessante verificarem-se os números de cidades polos ou sub-polos: Joaçaba: 69; Concórdia: 59; videira: 55; Curitibanos: 44; Catanduvas: 30; Herval d ´Oeste 30; Campos Novos: 13; Capinzal: 17. Os números de Joaçaba e de Catanduvas, se considerarmos o número de habitantes de cada um, estão bem além  da curva. 

A vacinação, nas cidades do polo regional de Joaçaba, está andando muito bem. Sintam-se parabenizados todos os que estão se empenhando para que isso aconteça. Continuemos nos cuidando e torcendo para que tudo passe logo e possamos ter a via, de novo, próxima de seu normal.

Euclides Riquetti – Escritor - 

Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

Em 13-08-2021

        

Um comentário:

  1. Brasília cumpre o seu papel, sua necessidade é indiscutível, ela une de qualquer forma, os vários Brasis O que acontece é que os atores do momento são os piores possíveis.
    Nossa história, que hoje inclui o desclassificado bolsonaro já teve outros que brilharam as avessas Da velha UDN sempre entreguista ( Juracy Magalhães) disse: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" Percebem o maldito trocadilho?. Só os alienados não entendem e acham que tudo é a mesma coisa. Coisa séria!
    Se fizermos um corte e analisarmos apenas os últimos 10 anos de nossa política fica fácil perceber as barbaridades todas:
    . Lawfare A guerra jurídica contra o Brasil suas instituições, seus políticos, suas empresas.
    Sergio Moro e seus "Gadanhois" deitaram e rolaram com a aquiescência do STF às vezes ridiculamente envergonhado.
    . Parlamento (quase todos comprometidos com os dólares das multinacionais). Só dou um exemplo, a entrega do pré sal que alavancaria nossa educação e saúde, foi entregue ao capital internacional pelo projeto entreguista de um dos maiores ladrões que o Brasil já teve, José Serra. Não dá para esquecer.
    . O golpe - projeto dos Estados Unidos, que não querem, nem admitem protagonismo algum nestas partes do planeta, a não ser o seu.
    As instituições, todas, se vergaram e vergonhosamente traíram a pátria. Todos, judiciário, legislativo, Executivo, igrejas, mídias, empresários, classe média, intelectuais... deram sua contribuição para essa tragédia que vivemos. Só a pandemia já seria grandiosa aí, some-se o legado do golpe: primeiro temer, depois essa desgraça chamada bolsonaro. É muito para qualquer cristão.
    Achou que eu tinha esquecido da nossas Forças Armadas? Como esquecê-las? As barbaridades e o espetáculo grotesco de Brasília é culpa dessa casta que só pensa em enriquecer (aposentadorias/pensões volumosas, ocupação dos principais postos do governo, mutretas e propinas, violências contra os fracos, proteção de bandidos...
    Eu os vejo como guarda pretoriana do Imprio do Caos:
    Eles seguram a vaquinha Brasil para o Tio Sam mamar sossegado.
    Se eles fizessem apenas o que está escrito no Art. 142 da nossa Constituição muita coisa teria sido evitado.
    Para o bem bem do Brasil os milicos precisam urgentemente volta para a caserna.

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