sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Homenageando minha querida e saudosa mãe - 100 anos!

 


                                  Dorvalina, minha mãe, de vestido claro, a primeira à esquerda

       Minha mãe, Dorvalina Adélia Baretta Riquetti - nasceu em Estação Forqueta, município de Farroupilha, RS, em 11 de agosto de 1923. Se estivesse viva, completaria seu centenário hoje. No entanto, nos deixou em 09 de janeiro de 2000, aos 76 anos. Viveu bem, ao seu modo. No entanto, perdeu o amado esposo, Guerino, no dia 18 de julho de 1977, aos 55 anos. 

       Minha mãe teve sua infância na Linha Bonita, na época em que Ouro se chamava Distrito de Abelardo Luz, e pertencia a Cruzeiro, hoje Joaçaba. Filha de Severina Coltro e Victório Baretta, teve mais 13 irmãos. Dois deles, gêmeos, faleceram logo após o nascimento. Teve ainda Arlindo, Clorinda, Alcides, Juventino,  Marcelino, Aristides, Iracema, Ivani, Ivo Mário, Névio, Adelino. Teve os filhos Ironi Vítor (in memoriam), Euclides Celito, Iradi Lourdes, Hiroito Vital, Vilmar e Edimar. 




       Na sua simplicidade, aprendeu a ler e escrever na Escola de Linha Bonita, que teve seu pai como um de seus principais fundadores. Ele era comerciante, tinha grande liderança na comunidade. Alto e simpático, sabia como lidar com o ser humano. 

        Com meu pai e os filhos, foi morar em Capinzal, na Rua Dona Linda Santos, e depois em Ouro, onde ainda hoje temos o sobrado da família. Em Ouro nasceram o Vilmar e o Edimar. Era uma mulher bonita, de olhos verdes, atenciosa e protetora dos filhos, trabalhadeira. Gostava de ganhar seu próprio dinheiro, com o que comprava coisas para ela e a casa. 

       Saí de casa logo ao completar um ano de idade, fui morar com meus padrinhos João (Joanim) Frank e Rachele Vitorazzi, no Leãozinho, onde meu pai era professor em escola isolada, multisseriada. Moravam no prédio escolar e como tinham o filho Ironi, com 5 anos, e nascera a Iradi, permitiram que meus padrinhos me levassem para ficar uns dias e acabei ficando. Raramente visitava meus pais, em Linha Bonita e em Capinzal. Somente aos oito anos fui morar com eles, já em Ouro, para poder frequentar escola, o Colégio Mater Dolorum, em Capinzal. 

          Convivi 11 anos com eles e, aos 19, fui morar em Porto União da Vitória, pois queria estudar Letras/Inglês, que era meu sonho. Minha mãe chorou muito quando eu parti, de trem, acompanhado pelo Ironi. Antes, para prestar o vestibular, foi meu pai que me acompanhou. 

       Minha mãe me mandava cartas que redigia com seu próprio punho. Mostrava preocupação com minha saúde, pois eu tivera pneumonia três meses antes de partir. Fui, hospedei-me primeiro na Pensão Nova, perto da Prefeitura de Porto União. Dias depois, meu amigão e conterrâneo Leoclides Frarom me convidou para morar com ele e seus companheiros, na República Esqquadrão da Vida, na Rua Professora Amazília, 408. A casa ainda esyá ali, bem em frente ao Banco do Brasil de União da Vitória. Depois morei no número 322 e, adiante, na Prudente de Morais, 331, no Porto. Ao casar, na Rua Costa Carvalho, em propriedade de Demétrio Mitzko, e adiante, na Manoel Riba, número 1.000, em sobrado que fora do pai de Alceu Daniel Ochove.

        Em fevereiro de 1977 voltei para minha região, primeiramente em Duas Pontes, hoje Zortéa, onde fui lecionar Português e Inglês na Escola Major Cipriano Rodrigues de Almeida. Para minha mãe, foi motivo de muita felicidade e comemoração. Principalmente no dia 05 de maio de 1979, quando nasceram minhas filhas gêmeas, Michele e Caroline. Imaginem a alegria dela, quando a busquei na sua casa e a levei depressa para o hospital e tinham nascido as gêmeas. Ela ria, chorava, vibrava, estava emocionada! 

       Em 1980, voltei a morar em Ouro, uns 500 metros da casa dela. Ajudou a criar nossas filhas, pois a Miriam trabalhava na Escola Profissional. Sentia dores na coluna, estava próxima dos 60 anos. Foi assim até a data de sua partida. Mas eu a levava a médicos em Joaçaba, que formulavam receitas para que pudesse ingerir os medicamentos que aliviassem suas dores. 

       Gostava de flores, principalmente das begônias e folhagens. Tinha uma palmeirinha numa lata quadrada, que meu pai deu a ela tão logo foram morar em Ouro. Manteve uma horta, de onde tirava suas verduras. Era cuidadosa com seus bens e cuidou do meu pai até o dia da morte dele. Quando ele adoeceu, em fins de 1976, ela começou a se desesperar. Sabia que o caso dele era grave. Chorava, se desesperava. Eu nem sabia o que fazer, apenas tentava dar-lhe ânimo. 

(Desculpem-me, mas não tenho condições de continuar com isso...)

Amou-nos e posso garantir que lhe retribuí! Sinto saudades dela, tenho-a na lembrança, como tenho meu pai e meu saudoso irmão Ironi, que se foi aos 51 anos.


Euclides Riquetti

11-08-2023


       

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