(sobre minha mão esquerda)
Pretendia voar o passarinho
Era um filhote, na verdade
Queria libertar-se do ninho
Voar para sua liberdade!
Era frágil o pequeno alado
Suas asas ainda fraquinhas
E o irmãozinho, coitado...
Tivera frágeis as perninhas.
O maninho já caíra, (voara?)
E ele também precisava voar
Fazer o que antes planejara
Para o mundo conquistar.
Nem tudo, porém deu certo
Caiu no chão, machucado
Sentiu seu fim estar perto
Pois estava bem fragilizado.
Mas veio uma mão caridosa
Que o recolheu e deu carinho
Então a avezinha gloriosa
Saiu voando de mansinho.
História: Um casal de pombinhas costuma fazer um ninho sobre um caibro, diante de minha janela. Ali põe ovos e os choca. Há duas semanas, nasceram dois filhotes. Nesta manhã, um deles caiu sobre a calçada dura e não resistiu às dores. O irmãozinho, como que a procurar o outro, acabou saindo do ninho e caindo ao lado do que já não tinha vida. Toquei em suas asas e percebi que ainda vivia, mas parecia estar com frio. Coloquei-o ao sol, debaixo de uma roseira. Refeito, voou e ganhou o mundo, uma hora depois. Fiquei muito contente, ganhei meu dia. E, a forma que tenho de eternizar o momento, é compor-lhes este poema...
Euclides Riquetti
08-12-2020
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