quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer - O Arquiteto do Brasil

          Embora no Brasil tenhamos excelentes arquitetos, é unanimidade considerarmos Oscar Niemeyer o "Arquiteto do Brasil". Foi o introdutor da Arquitetura Moderna no país, com seus trabalhos iniciados  ainda ao final da década de 1930, pois em 1939 já trabalhou em conjunto com engenheiros na projeção do prédio do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, construído sobre pilotis, com a participação do Portinari assinando os azulejos e Roberto Burle Marx projetando a jardinagem. Burle Marx é o que projetou o paisagismo do Aterro da Baía Sul, em Florianópolis.

          Em 1940 projetou para Juscelino Kubitschek o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, e em 43 a Igreja de São Francisco de Assis. O diferencial de Niemeyer foi trabalhar o concreto armado com formas sinuosas, inspirado nas montanhas, nos rios sinuosos, nas curvas sensuais

          . De lá para cá, foram centenas de obras espalhadas pelo mundo, dentre as quais a participação no projeto da sede da ONU, nos Estados Unidos, em 1947, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em 1954 e, a partir de 1957, o conjunto de obras públicas de Brasília, a nova Capital do Brasil, com o Palácio do Planalto, o Édifício do Congresso Nacional, abrigando a Câmara e o Senado, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Suas obras, hoje, espalham-se pela França, Espanha,  Argélia, Itália e Alemanha, todas dando destaque à capacidade criativa de Niemeyer e da Moderna Arquitetura Brasileira.

          Nascido em 15 de dezembro de 1907, casou-se aos 21 anos com a italiana Anita baldo, 18, e, após seu falecimento, casou-se novamente com sua secretária, de 60 anos, em 2004. Recentemente, perdeu sua única filha, com 82 anos.

          Sua carreira acadêmica inclui a formatura como Arquiteto, em 1935, na Escola Nacional de Belas Artes. Em 2945 filiou-se ao PCB, por sua ligação com Luís Carlos Prestes. No período do Governo Militar, viveu autoexilado, na França.

         No início da década de 1960, no Distrito de Ouro, era construída uma casa, de propriedade de Nízio Baretta,  na rua que dava continuidade à chegada após a ponte Irineu Bornhausen, a suntuosa "ponte nova", que liga o agora município  a Capinzal. É a Rua Professor Guerino  Riquetti e a casa foi construída ao estilo do Palácio da Alvorada, tanto é que, por muito anos, a rua era chamada de Brasília, antes de ter nome oficial. Não menos  suntuosa e exuberante era a casa. Aliás, havia duas casas diferenciadas nas cidades gêmeas do Baixo Vale do Rio do Peixe: a de Nízio Baretta, em Ouro, e a de Sílvio Santos,  Capinzal. A primeira era inspirada nos padrões arquitetônicos de Niemeyer.

          Mesmo com sua extraordinária participação no universo da Arquitetura, compondo seus projetos junto com os mais renomados artistas plásticos e paisagistas brasileiros, sempre exercitou sua humildade, não se apegando ao dinheiro. "Não me sinto importante. Arquitetura é o meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral."

          Um grande homem, humilde, discreto, correto. Um bom exemplo para todos nós, que vemos tantos "bacanas" por aí posando de bons mocinhos...

          No dia 15 de dezembro  deverá completar 105 anos, muito bem vividos e partilhados. Está internado, muito doente. Se estiver vivo, plublicarei esta homenagem que redigi no dia 20-11-2012. Se o perdermos antes, publicá-la-ei no mesmo dia.

Euclides Riquetti
20-11-2012

     

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