Estávamos com expectativas em relação a viajar, no domingo, para o litoral catarinense. O contato com o mar, as energias que ele emana, o sol, a areia massageando nossos pés, a brisa, a conversa com pessoas diferentes, o ato de fazer novos amigos, conhecer culturas diferentes através destes, é algo muito aprazível. E, ficar longe dos problemas do cotidiano, melhor ainda. Vale muito aquele ditado: "O que os olhos não veem o coração não sente". Ampliando o entendimento, buscando conotar isso, podemos perceber a diferença em estar num ou outro lugar. Principalmente para nós, que geramos muita dependência nos outros para com nossas lides diárias, no trabalho. Ausentar-se é a maneira de fazer com que as pessoas de nossas relações, sejam quais forem, tenham que ir em busca de soluções para as suas situações de trabalho ou de suas simples relações humanas. Mas um simples convite alterou nossa rotina do sábado, felizmente.
Convidados por uma filha, fomos a Lacerdópolis para participar de uma reunião de reikianos. Muito já ouvíramos falar sobre o Poder de Cura (as maiúsculas são propositais, mesmo), do Reiki. Chegamos ao anoitecer à Comunidade de São Luiz, ali após o São Roque, na Linha Prando. O caminho se torna exótico já quando se passa ao lado da belíssima Igreja Matriz, dos padres católicos, na sede da cidade. Foi restaurada recentemente e, fora uma pequena "barbeiragem" do responsável pela reforma, que fez substituir uma porta de madeira, histórica, por uma de vidro temperado, está uma verdadeira obra de arte. A arquitetura, gótica, e tudo o que uma igreja costuma comportar, estão impecáveis.
As propriedades rurais, nesse município que se desmembrou de Ouro em 1963, são muito bem estruturadas. Há um padrão de "capricho" que não se vê em qualquer outro lugar. Não existem hiatos de padrão, há uma homogeneidade, não de características, mas de qualidade. São pessoas que trabalham muito, têm seu merecido conforto. A estrada rural de acesso tem 60% de seu leito asfaltado, já há três décadas pelo menos. E estão asfaltando outras estradas dali, aos poucos, com um sistema em que o município mesmo realiza os serviços da base, barateando o custo. As cidades pequenas têm sempre um diferencial: Como não têm dinheiro à vontade, precisam gatá-lo bem.
Não nos surpeeendemos com as atividades que vimos realizarem, mas sim com as presenças ao evento. Reencontramos lá muitos amigos, alguns que não víamos de longa data, como a Ruth Baretta Dambrós, nossa eterna cartorária de Capinzal, que continua com o mesmo semblante que tinha há quatro décadas, quando, com o Vilson, já bailava tangos, valsas e boleros no Ateneu e no Floresta. Ela que realizou o Registro de Nascimento de pelo menos 80% de quem nasceu em Capinzal e Ouro.
Retomando ao assunto, à chegada, uma fogueira, ao lado da estrada. Pessoas bacanas, que nos recebiam com entusiasmado abraço, a maioria vestindo camisetas brancas, com inscrição nas costas: "Reiki - Energia de cura - Luz e Amor". E, estava estampado no rosto e configurado no comportamento de todos eles o quanto estavam felizes por estar ali. Também fiquei muito feliz, porque vi pessoas que encontro no dia-a-dia e jamais pensei que tirassem de seu tempo para atividades desse gênero. É, quando olhamos as pessoas e as conceituamos apenas pelo que vemos delas no âmbito exterior, não imaginamos o que se passou ou o que se passa no interior de cada uma delas. Mas constatei o quanto elas foram ajudadas pelo Reili. Elas canalizando suas energias e a dos elementos naturais para sentirem-se e verem-se curadas de seus males físicos, espirituais e emocionais. Posso asseverar que quem busca melhorar sua vida no Reiki, consegue.
Além de tudo o que vimos e do que usufruímos, com palestras, coquetel, música e dança, numa saudável confraternização, também percebemos o quanto aquela colônia de São Luiz, de descendentes de italianos, está evoluindo para o Turismo: Um centrinho de convivência construído com a maior parte do material em costaneiras e bambus, combinados com alvenaria. Muita higiene na bodega, cozinha e banheiros. Uma natureza esplendorosa, muito verde, um campo de futebol iluminado para jogo à noite, muito espaço para estacionarem os carros e, sobretudo, pessoas altamente civilizadas, bonitas, alegres, joviais, com quem dá gosto conviver. E a incontestável liderança de pessoas como a família do Sr.Romano Prando e seus filhos, Paulo, Renato e Rosalino, do Amarildo Proner e de outros. Já estive duas vezes na propriedade do Prando, que produz aguardente de excelente qualidade, e mudas de plantas. Sobre a propriedade deles, em si, e o que vêm estruturando para receberem pessoas, voltarei a escrever.
Parabéns aos mais de 200 presentes no encontro de reikianos. Soube que em Capinzal e Ouro já há centenas deles. Enquanto o mundo está aí com tudo conspirando conra a felicidade das pessoas, há quem esteja relizando o processo ao contrário, graças a Deus. E a eles mesmos!
Euclides Riquetti
03-12-2012
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