Uma forma "legal" de se retirar muito dinheiro do cidadão brasileiro é a cobrança de pedágios. Vergonhosamente, o transportador brasileiro tem o custo de seu trabalho altamente onerado pela cobrança de pedágios. Isso faz com que os custos dos fretes fiquem altos e os produtos cheguem a preço muito alto para o comnsumidor. O produtor é mal remunerado, o consumidor paga alto valor pelos bens que consome, e é difícil divisar-se o que compõe o custo final dos produtos mas, sabemos, o podágio é um componente perverso.
No início do milênio fiz uma viagem pela serra gaúcha, saí pelas bandas de Lages, visitei Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Bento Gonçalves, voltando por Passo Fundo. Na época, acostumado a não gastar com pedágios em Santa catarina, senti um grande desconforto. Diziam que estradas pedagiadas eram ótimas, tudo muito perfeito. Minha constatação: nem tanto assim. Como dizem por aí: menos!!!...
Com o tempo, passei a pagar pedágio no Estado do Paraná, nas idas a Curitiba, valores razoáveis para quem os utiliza apenas uma ou duas vezes por ano, mas salgados para quem os utiliza diariamente, até por várias vezes. Com a instalação das praças de pedágio na Rodovia BR 101, em Santa Catarina, algumas vezes que me dirigi às praias da região de Palhoça, paguei R$ 1,50 em cada passagem, e achei o preço justo. Justo para mim, não para os moradores dali que precisavam pagar várias vezes ao dia para utilizar aquela praça. Se se deslocassem de ônibus, gastavam muito e demovam para chegar ao destino. De carro, o custo dos pedágios. Agora, depois de forte pressão dos prefeitos da região e de alguns parlamentares junto ao DNIT, a praça de cobrança foi fechada no dia 22 último, devendo ficar fechada por um ano, ou até o momento que uma nova unidade possa ser inaugurada, no Km 245 da BR 101, mais ao Sul, quando então passará a ter o custo de R$ 1,70. A Prefeitura de Palhoça vinha tirando R$ 30.000,00 por mês para evitar que seus moradores tivessem que pagar pedágio a toda hora, quando se deslocavam de um para outro lugar, mesmo dentro do próprio território municipal. Anteriormente os moradores é que vinham pagando.
Porém, susto grande levei ao utilizar a BR 277, entre Ponta Grossa e Curitiba, há um ano. Desumano. Gastei em pedágio o mesmo que gastei em combustível, dirigindo um carro 1.6, no padrão "idoso na estrada", sem por o pé no fundo do acelerador, dirigindo com critérios de segurança e economia. Há lugares no Paraná que o valor para um automóvel chega a R$ 13,90, dizem. Custa-me acrditar...
E, conversando com motoristas de caminhão, fico abismado com o que me contam sobre as exorbitâncias dos valores que precisam pagar. Tenho amigos que viajam para o Nordeste, cortando vários estados e me dizem que têm que levar uma dinheirama só para os pedágios, e que as estradas não têm o padrão compatível com o que pagam. Não sabem o que fazer.
Não há justificativa para cobranças de valores tão absurdos como os que são cobrados. Falo pelo que conheço, então já escrevi algumas vezes em comentários de sites de notícias sobre isso. Quando os caminhoneiros protestam, acabam enrolados. Dizem que os valores altos são decorrentes de contratos antigos, celebrados há mais de 20 anos.
Então, agora, brasileiros: É HORA DE PROPOR A REVISÃO DESSES VERGONHOSOS CONTRATOS DE PEDÁGIO. O governador de São Paulo disse que não vai autorizar o aumento dos valores em 1º de julho. Não está fazendo mais do que a obrigação. Quando as concessões aconteceram, não havia a previsão de que tantos veículos fossem colocados em circulação no país. Isso significa que estão faturando, no mínimo, o dobro do que previam. Estão levando uma grana "federal"!
Esta é mais uma realidade para a qual precisamos acordar. Além de não reajustar, fazer com que haja a redução dos valores a serem pagos. Ver quanto cada concessionária está faturando e adequar os valores cobrados a uma planilha real, não fabricada. Até porque o pedágio é uma forma de dupla tributação, uma vez que o veículos já pagam o IPVA. Incluamos isso no rol das reivindicações quando dos protestos. Agora é a hora de passarmos tudo isso a limpo.
Euclides Riquetti
24-06-2013
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