A ação das pessoas descontentes com os rumos de nosso Brasil, e incluam-se nisso todos os entes federados, parece que ajudou (e obrigou), muitas pessoas e instituições a verem nossos brasileiros com melhores olhos do que os habituais. Elefantes enormes, estáticos, pesados para carregar, ou se moverem, como nosso Congresso Nacional, parece que resolveram tirar seu traseiro do macio monte de feno.
As manifestações que começaram com o Movimento Passe Livre para buscar justiça nos valores tarifários, pagos para o uso dos ônibus a fim de irem para as escolas e universidades, acabou tomando uma envergadura bem maior do que as autoridades esperavam. E, acora, o gigante que dormiu por muito tempo em berço esplêndido, mesmo que lhe tivessem pisado fortemente em seus próprios pés, restou acordado e furioso.
O Congresso Nacional nunca se mexeu tanto. Rejeitaram a Proposta de Emenda Constitucional PEC 37 por esmagadora maioria. Tomaram as decisões conforme a pressão popular nas ruas, embora que a grande maioria dos que pediam por isso, mesmo muitos acadêmicos de Direito, não sabiam o seu conteúdo e o que ela realmente mudaria em termos contitucionais. Nossa Presidente da República (eu me recuso, terminantemente a mudar a nomenclatura do cargo), tentou, depressa, anunciar medidas para acalmar os manifestantes, como a questão de utilização de todo o volume de arrecadação dos royalties do petróleo para a Educação.
O Congresso aprovou 75% para a Educação e 25% para a Saúde. Já fui gestor desses dois setores na administração pública e sei o drama que é, para as cidades brasileiras, ter que atender a população com recursos limitados. E falam que a questão é de gerenciamento e não de dinheiro. Balela, a questão é de gerenciamento e de dinheiro, mas o peso deste é fundamental na gestão da saúde. E os royalties são uma possibilidade a médio prazo, não imediata. E os brasileiros querem soluções já. Vergonhosamnte, somente metade dos brasileiros que cursam o Ensino Fundamental vai para o Ensino Médio. Isso é muito preocupante, há muito ainda que se fazer para rfesolver isso. E nos faltam, ainda, muitos cursos técnicos "Padrão Senai", para que esses tenham seus empregos e possam produzir com qualidade e rentabilidade após formarem-se.
E toda a classe política pode notar o quanto é rejeitada pela população. Niguém mais tolera as práticas atuais, que, com a redemocratização do país, ficaram bem piores do que antes. O Congresso Nacional, em resposta aos clamores, aprovou Lei que torna crime heriondo o da corrupção. O Presidente da Cãmara, Renan Calheiros, aquele mesmo que foi para isso eleito no mais vergonhoso conchavo do novo milênio, saiu bradando aos quatro ventos que estava apresentando projetos para a apreciação, já,de temas que ficaram anos na geladeira, de uma forma tão arcaica e demagógica que nos fez termos vergonha de sermos eleitores.
A Reforma Política, tão necessária para corrigir todas as mazelas dos processos viciados, entrou na pauta por todos os lados: Executivo, Legislativo e Judiciário. Só que vão demorar para se entender de que modo e de que forma vão fazer isso. Mas a sociedade brasileira está de olho. Quer ações. No ano que vem teremos eleições. Todos estão de olho em todos. Não acredito que ainda votem em quem faz campanha à custa de dinheiro. O cidadão comum, aquele que anda de ônibus, que fica na fila do SUS, que é mal atendido nas repartições públicas, que acha uma barbaridades o que se gasta com propaganda inútil nos meios de comunicação, para as três esferas de governo, vai cobrar não apenas de quem compra, mas também de quem vende o seu voto.
O comportamento dos brasileiros, sempre muito tolerante, está mudando. E vai levá-los, certamente, a conquistas históricas.
Euclides Riquetti
28-06-2013
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