segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Cidades com alto IDHM - ônus ou bônus?

          A divulgação dos Índices de Desenvolvimento Humano  Municipal ocorrida há uma semana gerou  alguma euforia, algumas críticas e algumas preocupações. E, também, o costumeiro oportunismo nos meios políticos. Tão logo os dados foram colocados na imprensa, administradores públicos começaram a vangloriar-se em razão dos mesmos, mas vale lembrar que o universo de abrangência do IBGE, que fornece os dados para a sua composição, consideram a variação a partir de 2002 até 2012. Então, muitos gestores nem estavam alçados ao poder ainda.

          E os critérios mais presentes na composição são os de renda da população, saúde (longevidade) e educação (aproveitamento escolar). Métodos perfeitamente de domínio para os técnicos, mas de difícil compreensão para o cidadão comum,  são utilizados para aferir dados e compor os índices, mas o que chama a atenção, sempre, é o ranking das células administrativas, os 'municípios brasileiros. E, no meu caso, também os catarinenses.

         Em Santa Catarina, pela ordem, temos como múnicípios mais desenvolvidos: 1.  Florianópolis,
2. Balneário Camboriú,  3. Joaçaba,  4. São José, e  5. Joinville. Em termos de Brasil, tivemos nossos municípios assim ranqueados: a) Floriaópolis (terceiro), b) Balneário Camboriú (quarto), c) Joaçaba (oitavo); d) São José (vigésimo-primeiro),  e)  Joinville (vigésimo-segundo), e f) Blumenau (vigésmo-quinto).  Excelente classificação se considerarmos que temos 5.570 municípios no território brasileiro.

          As cidades onde passei a maior parte de minha vida:  a) Joaçaba: terceiro em Santa Catarina: b) Porto União: vigésimo-primeiro em Santa Catarina, c) Ouro, quadragésimo-segundo em Santa Catarina, d) Capinzal: nonagésimo-quinto em Santa Catarina. Se considerarmos que nosso Estado tem 295 municípios atualmente, nada tenho a lamentar, mas sim a comemorar. Morei em cidades que estão acima da média estadual e nacional.

          Mas, o que devemos ter em mente, e que essas informações não nos são trazidas facilmente, é que existentem muitas diferenças nos níveis sociais nessas cidades. E que há sérios propblemas estruturais nas mesmas, com baixo índice de saneamento básico, com muitas ruas ainda não pavimentadas e com loteamentos abrigando programas habitacionais em terrenos muito precários. E, mesmo que haja boa votade das autoridades para a regularização da situação, há muitos enraves burocráticos e até jurídicos a retardar a efetivação disso. Duvida? Então veja há quantos anos estão tentando duplicar a BR 101 Sul em Santa Catarina e quantos impedimentos já ocorreram...

          Mas, o que mais orgulha os catarinenses, é estarmos como o estado brasileiro com o menor índice de mortalidade infanil. Já fui Gestor de Saúde em Ouro e sei o quanto é difícil para uma cidade pequena desenvolver seus programas, em razão da fraca arrecadação. Municípios pequenos investem em Educação e Saúde bem mais do que a Lei os obriga Estão fazendo sua parte. É por isso que os resultados aparecem, mesmo que a longo prazo.

          E, você sabe, leitor, qual a vantagem que as cidades com alto IDH têm? Apenas o orgulho de tê-lo! Sabe por quê? - Porque, em Santa Catarina, municípios que têm alto IDH precisam colocar mais dinheiro na contrapartida dos convênios com o Governo do Estado, enquanto que as de menos IDH colocam 5% a menos! E isso vem de tempo, já! Então, admiistradores que fazem direitinho o seu "dever de casa", são penalizados, enquanto que os relapsos são premiados! Lamentavelmente!  Aos competentes o ônus, aos relapsos o bônus!

Euclides Riquetti
05-08-2013
   

Um comentário:

  1. Muito bem avaliado, caro amigo Riquetti. Uma ressalva para a Capital. Lá vivem com nosso dinheiro. A Capital tem seu turismo, mas os que lá vivem são reféns do Governo. Inclusive a iniciativa privada.
    abraços

    ResponderExcluir

Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!