quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Drama dos Pofessores ao final do ano

          A chegada do fim de ano e as férias escolares para professores e alunos deveriam sempre ser comemoradas por todos eles. Afinal, alunos têm a oportunidade de livrar-se do compromisso de levantar cedo, de sair de casa logo após o almoço ou, ainda, chegarem tarde e cansados em seu lar,  após um dia em que, normalmente, consorciam trabalho e estudo. Vêm as formaturas, a entrega de boletins para os demais, a comemoração pela aprovação ou a decepção de pais e alunos quando da perda do ano. É gente cansada e esperando pelas festas de Natal e Ano Novo,  o dar e receber presentes, as festas com os amigos, os banhos nos balneários, a ida à praia, os bailinhos, a bebidinha bem gelada (que deve ser consumida com muita moderação, muita, mesmo!).

          Alguns professores, por força das circunstâncias, no dia em que iniciam as férias passam a ser os "novos desempregados do pedaço"! Que triste isso!

          Nos 31 anos em que atuei em sala de aula, já a partir de outubro, quando iniciava a revisão de todos os conteúdos do ano, eu utilizava muito o quadro-negro e isso me deixou com algumas dores no braço direito, das quais nunca mais me livrei. Movimentos repetitivos por três décadas, apertar aquele giz duro no quadro, até segurar, com a mão esquerda, o braço direito levantado,  para poder escrever. E, mesmo agora, cinco anos depois de haver-me aposentado como professor, o mesmo desconforto. Mas isso pouco representa quando comparado ao drama dos professores ACTs que, ao final de cada ano, ficam desempregados. Você parabeniza um colega pelas férias e ele já está demitido! Assim é o serviço público, cercado por suas leis e suas características peculiares.

          Todo o ano, o Estado e os Municípios lançam editais de processos seletivos para a contratação de professores para atuar em caráter temporário, em razão de que há a necessidade de substituir os que entram em Licença para Tratamento de Saúde, Licença-prêmio, os afastados para ocupar cargos de confiança ou em funções gratificadas. Quando chega lá pelo mês de março ou abril, praticamente todos eles já estão empregados. Alguns conseguem contratos temporários para 20 horas, outros para 40 horas semanais de trabalho. E ficam esperando os concursos, que muitas vezes demoram para a contecer. Angustiados, não há outra coisa a fazer.

         A Legislação assim prevê. Se os procedimentos não forem realizados na conformidade com as normas, tornam-se ilegais. Mas já houve um tempo em que era possível a prorrogação dos contratos por mais anos. E os que tivessem trabalhado por cinco anos ininterruptos ou 10 intercalados, adquiriam estabilidade.  É uma pena que não possa ser assim, pois seriam reduzidas as despesas, as escolas teriam profissionais já adaptados com elas e com o perfil dos alunos. E a vida de quem estudou e se preparou para o exercício do magistério ficaria facilitada.

          Como isso difícilmente irá acontecer, o negócio é os que desejam tornar-se profissionais na Educação ir estudando muito, preparando-se, conhecendo os conteúdos de suas disciplinas, as normatizações e a leis relativamente à mesma.

          Então, quero manifestar-me solidariamente aos professores ACTs, pois que, além de enfrentarem todas as situações adversas do próprio sistema educacional, ainda têm que amargar a angústia e muitas vezes a depressão. Só quem conhece o drama deles é que pode avaliar o quanto são sofredores.

Um forte abraço e o desejo de que todos possam ter seu trabalho no ano que vem, pois sei que vontade de trabalhar não lhes falta.

A todos, enfim, uma férias bem "auspiciosas"!

Euclides Riquetti
18-12-2013










Euclides Riquetti
18-12-2013

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