domingo, 9 de março de 2014

Perdas que nos entristecem.

          Perdas acontecem e nos entristecem. Principalmente quando envolvem pessoas a quem queremos bem. Viver uma história, em cada cidade, em cada lugar em que se viveu, ou mesmo esteve  de passagem, sempre nos prmite registrar a presença de pessoas queridas e simpáticas. E, quando ficamos sabendo de que elas nos deixaram, foram morar com Deus, começamos a relembrar de situações que com elas compartilhamos.
         
          Há poucos dias, em Capinzal, falaram-me de que a amiga Ivone (Dorini) Benetti, havia falecido. Fiquei muito surpreso,  até assustado. Ela foi uma grande amiga. Nossa amiga! A Ivone, professora no Belisário Penna durante muitos anos, foi nossa companheira nos tempos em que construímos a sede da APROC - Asociação dos Professores de Ouro e Capinzal. Nos eventos que promovíamos para angariar fundos para as obras, lá estava ela juntamente com as duas Nair, a Andrioni e a Toigo, a Dona Saydi,  mais a Dona Nadir, que chamávamos de "Tia da Auto Elite". O mesmo time, juntamente com outras guerreiras, também atuava fortemente nas Festas de São Paulo Apóstolo. Gente que tinha no sangue o desejo de servir sua comunidade, suas intituições. Lamentei profundamente a perda da amiga Ivone. Fiquei com seu sorriso bondoso em mim, não esquecerei jamais da colega e amiga Professora Ivone Benetti.

          Nesta tarde de domingo, recebo um recado de que a mãe da colega de muitos anos na Escola, Sílvio Santos, em Ouro, da Neusa Bonamigo, Dona Lúcia, viera a falecer. E, nessas ocasiões, meu pensamento volta ao passado, busca lembrar dos momentos de convivência. Conheci-a em 1989, quando estávamos apoiando a construção do Salão Comunitário de Novo Porto Alegre. Esposa de seu Jacob Bonamigo, que eu conheci aos doze anos. Os Bonamigo de Novo Porto Alegre, Jacob, Ermínio, Alduíno e Basílio, com suas esposas, logicamente, vinham com suas pick ups e rurais  trazer queijos coloniais para o comércio de Capinzal e Ouro. Era tudo feito com muito capricho, tinha a dosagem de sal perfeita.

          Há mais de 20 anos, um dia, recebi em meu Gabinete o Sr. Jacob. Viera pedir-me uma máquina para desvirar seu carro, que havia capotado na curva localizada próximo à residência de Félix Masson, na subida para a Coxilha Seca. Estava bem, nada de grave lhe acontecera, graças a Deus. Ia levar o carro para a Auto Elite e pegar um novo. Assim o fez. Era um agricultor muito bem organizado, sério, religioso, por isso mesmo bem sucedido.

         Nossa amizade sempre foi muito efetiva e sincera com o Sr. Jacob e sua esposa Dona Lúcia. Lembro-me, quando em 1989, levei a Maria Salete, Gerente da  antiga Telesc  até a casa deles no Novo Porto Alegre, para resolver uma pendência com relação ao telefone que havia adquirido e não fora instalado. Algumas palavras, uma pequena negociação e, poucos dias depois, estavam felizes com o telefone fixo em casa, numa época em que nem todas as pessoas da área urbana podiam ter um. O conforto, a organização e o capricho eram três características deles.

          Sempre muito amigos, visitei-os algumas vezes em sua nova morada, no Parque e Jardim Ouro. Eu sentia que o casal gostava de conversar comigo. E eu também posso dizer o mesmo em relação a eles. A Dona Lúcia  tinha problemas com os dedos dos pés, provavelmente uma artrite muito aguda. Mostrava-me os pés, eu lhes dava ânimo. E ela ria. Sorria, animava-se!  O Seu Jacob me contava sobre os cuidados que tinha com seu coração, era assíduo frequentador do Consultório do Doutor Dantas, o famoso cardiologista de Joaçaba, em quem muito confiava. E estava muito bem enturmado com os amigos da Terceira idade do Parque e Jardim Ouro.

          No ano passado o Jacob nos deixou. Estive lá, conversei com a esposa, com os filhos e netos. Ela me dizia que o marido havia ido juntar-se à filha que perderam há alguns anos e que, com o tempo, ela iria para lá também. Argumentei que ela tinha os filhos e netos, que devia lutar para não deprimir-se, ficar firme para ver todos bem encaminhados.

           Agora nossa simpática e gentil amiga nos deixa definitivamente, vai juntar-se ao esposo  amado, à filha amada, que partiu muito jovem. Pode partir com toda a certeza de que todos os que a conheceram e com ela conviveram, com a mesma força que lhe devotaram respeito e admiração, vão devotar-lhe orações. E, como diz a neta Camila, virou uma estrela que foi juntar-se aos demais entes queridos, lá no céu, e fica protegendo os que aqui ficaram....

Estejam  bem, amiga Ivone, amiga Lúcia, amigo Jacob!

Euclides Riquetti
09-03-2014
         

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!