quarta-feira, 15 de julho de 2015

Não, não conheço Capinzal...nem Ouro!

          Conheci Joaçaba com 16 anos de idade.  Piratuba, Marcelino Ramos e Concórdia, com 17, quase 18.  Aos 18,  fui para União da Vitória inscrever-me ao vestibular de Letras na Fafi e fiquei num hotel em Porto União. Mudei-me para lá no ano seguinte. Aos 23, já casado, conheci Florianópolis. Aos 24, Campos Novos. A partir de então, perdi a conta das cidades que já conheci.

          O que me levaria a escrever sobre isso?

          Bem, na manhã desta terça, fui colocar gasolina no tanque do carro. A caixa do posto de abastecimento eu já conheço de quando trabalhava num mercado aqui de Joaçaba. Uma jovem simpática, chamam de Jaque. O assunto, na cidade, era um só: o vendaval, as chuvas fortes. Os clientes do posto reclamavam que não conseguiam deslocar-se a Capinzal porque a água havia sobreposto a ponte do Lajeado dos Porcos, na divisa entre Lacerdópolis e Ouro. Um rapaz tinha entregas a fazer  e estava indignado porque não fora bem orientado. Ajudara a desimpedir a rodovia e, adiante, havia uma imensa fila de carros parados antes de Lacerdópolis. Teve que voltar...

          Nos poucos minutos de conversa, a jovem me falou que não conhecia Capinzal, nem Ouro. Que veio a Joaçaba com um ano de idade, está com 23, já casou-se e nunca teve a oportunidade de conhecer aquelas cidades, ainda... Falei-lhe que seria um bom assunto para uma crônica e ela disse que eu estava autorizado a escrever, inclusive, se quisesse, poderia usar o nome dela. Vou ficar no diminutivo dele.

          Pessoas, hoje, têm facilidade para se deslocarem de uma cidade a outra. São poucas as que não conhecem, desde tenra idade, muitos lugares além do seu de origem. As ocasiões e oportunidades de viagem, passeios, ou por qualquer outro motivo que seja, são muitas. Mas, se você sair por aí pesquisando, vai ver quanta gente adulta nunca saiu "de casa", pouco viajou, nem o mar conhece.

          Na Pousada Jéssi, em Canasvieriras,  Florianópolis, em muitas das vezes que lá nos hospedamos, pude constatar que boa parte das pessoas que lá se hospedam, oriundas do Oeste Catarinense, estavam maravilhadas por terem conhecido o mar. Jovens, faceiros, com a pele avermelhada por irem ao mar em horários impróprios, ao sol, sem usarem bloqueador solar, jogando-se na água, deliciando-se com as ondas, felizes por conhecerem tal maravilha da natureza.

          E você, leitor, leitora, tem familiares e amigos que nunca tiveram a oportunidade e a alegria de irem a uma praia, tantas belas praias que o litoral catarinense tem? Então, estimule-os, faça com que tenham despertado o interesse por conhecer outros lugares, mesmo perto de onde moram, onde possam conhecer outras pessoas, com outros costumes, em ambientes diferentes.

          Quem sabe você se torna um facilitador para essas pessoas e possa se realizar também!

Euclides Riquetti


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