domingo, 12 de julho de 2015

Os 70 Anos da Rádio Catarinense

          A Rádio Catarinense está comemorando 70 anos. É uma emissora de grande audiência no Meio-Oeste de Santa Catarina. Tem uma programação bem diversificada. Ouço-a desde que meu pai comprou um rádio, e eu tinha já 14 anos. É, naqueles tempos difíceis, a vida  era mesmo difícil, as famílias tinham pouco conforto disponível.

         Na semana que passou, houve grande participação popular na programação da emissora, que ligavam para dar seus depoimentos sobre a emissora, em si, mas sobretudo sobre passagens que tiveram em ralação a ela. A  história da emissora é feita pelo seu capital maior: o ouvinte. Ainda, pela sua equipe de trabalho e os patrocinadores. A adoção de tecnologias modernas e a gestão eficiente completam o quadro de sucesso da emissora.

          Na tarde da sexta-feira, liguei para falar com o Elmir Bender, que para os capinzalenses, zorteenses e ourenses era o "Gorduchão", que trabalhava na Rádio Capinzal e tinha a lanchonete Gorduchão Lanches, ali defronte à Estação Rodoviária de Capinzal. bati um belo papo com ele no ar, lembramos de algumas passagens de nossa vida:

- Marquei ele numa partida de futebol, ao final da década de 1970, no campo do Grêmio Lírio, em Zortéa. Era ponta-esquerda dos aspirantes do Arabutã FC, um rapazinho, ainda. E eu era lateral direito dos aspirantes do GE Lírio. Ele, humildemente, diz que "não jogava nada", mas posso dizer que tive que cuidar bem dele pra que não fizesse gols.

- Ele lembrou de quando veio a minha casa, no Ouro. Trouxe a capa do disco de vinil "Pink Floyd The Wall" para que eu traduzisse. Fiz isso, gentilmente. Eu era professor do irmão dele, o Valcir, que fazia dobradinha com o Jalmir Jaskou, lá na escola Sílvio Santos... Depois, enquanto tocava as músicas em seu programa de rádio, ia dando, simultaneamente, a sua tradução para  os ouvintes entenderem.

- Falei que, no início da década de 1980, convidado pelo Venâncio Mengarda, da antiga Acaresc, hoje Epagri, acompanhei os biólogos  norte-americanos Stephen James Dagwel e Marilyn Perney, de Virginia Beach, Estados Unidos, numa incursão deles por aqui. Fiz a função de intérprete das reuniões deles com jovens dos Clubes 4-S de Linha Gramado, em Capinzal, Linhas Caçador e Santa bárbara (Ouro), Itororó (Herval D ´Oeste) e Quilômetro 16 (?), em Joaçaba. Depois, interpretei a entrevista deles à Rádio Catarinense, para o repórter Ademar Augusto Belotto, o Japão.

- Meu pai comprou o primeiro rádio da família quando eu já tinha 14 anos. Era um caixão de madeira com um equipamento bem menor dentro, um rádio remontado que foi  produzido pelo compadre dele,
Atílio Fontana, que estava estabelecido em Lacerdópolis. Como em Capinzal a emissora local estava desativada, ouvíamos a Catarinense e a Herval D `Oeste, aqui de Joaçaba, onde tomávamos conhecimento dos fatos da região.

- Ele lembrou da última entrevista que fez comigo, quando eu atuava como "Amigo do Hospital Nossa Senhora da Dores", de Capinzal. Falei que, há 4 anos, tivemos que rifar uma Kombi reformada, que o pai de uma paciente doou para que pudéssemos arrumar dinheiro para pagar o décimo-terceiro salário dos funcionários do Hospital. Nosso colega amigo do Hospital, Benoni Viel, da Auto Elite, patrocinou a reforma da parte mecânica da Kombi, ajudando-nos na empreitada também. E falamos das dificuldades que os hospitais têm para se manterem atendendo a população em razão da pouca paga pelos serviços que prestam ao SUS.

- Falei que, quando eu estudava no antigo "ginásio", em Capinzal, as colegas de escola só falavam do pessoal da Rádio Catarinense, do Bolinha e do Iraí Zílio, eram todas muito fãs deles e os outros funcionários da Rádio. Ficávamos bravos com eles porque nós, os de lá, pouco contávamos... Havia um que tocava um disco com uma música tinha nome de uma delas, na letra, razão pela qual ele "furava" o bolachão.  Claro que vou omitir o nome dela aqui...

O que eu não falei: Como tomei bom tempo dele no ar, relato aqui uma passagem que tive, com amigos, em Brasília: Fomos, com o Prefeito Sérgio Durigon e o saudoso radialista Ademir Pedro Belotto, para receber, em Brasília, o prêmio de "Prefeito Empreendedor", auferido pelo Durigon em razão de um case que redigi relatando um Plano de Desenvolvimento para o Município de Ouro. Lá, conhecemos a Dra Zilda Arns, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, catarinenses de Forquilhinha, que ficou impressionada em ver que um município pequeno estava entre os 5 que mais atuavam na área empreendedora do Brasil. Depois, no almoço, conhecemos um cidadão, de sobrenome Filipin, que disse ser primo dos de Capinzal. Quando lhe pedi o que fazia lá, falou: "Em Brasília...19 horas"! Era locutor, trabalhou em  voz do Brasil, fazia cerimoniais para o Presidente Fernando Henrique Cardoso. Tinha uma frustração: Quando jovem, sonhava em trabalhar na Rádio Catarinense, em Joaçaba. O chapecoense veio para cá e não conseguiu ser aprovada nos testes... Mas estava lá, fazendo isso agora.

          Bem, tenho alguns amigos na Catarinense, alguns antigos e outros recentes. Tenho um rádio de pilhas, um Motorbrás, que caiu numa escada e espatifou-se. Colei os plástiicos, fui pondo os componíveis nos devidos lugares, mas não deu para recuperar a peça de troca de estações. Como estava sintonizado na Catarinense, agora só posso ouvir a mesma...

Vou saudar meus leitores com uma frase que o locutor Marcos Valnei,  ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, diz: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades". Bonito, né?!

Euclides Riquetti
12-07-2015

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