segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Lembranças dos campinhos de futebol - segunda parte

          Já me referi a campinhos de futebol aqui e hoje volto ao tema. E voltarei também com a terceira parte...

          Na minha adolescência, joguei bola em diversos campinhos de Capinzal e Ouro. Na juventude, também, em União da Vitória. Um dos que mais me marcou foi o que implantamos na beira do Rio do Peixe, na margem direita, entre a barragem da usina hidrelétrica da família Zortéa e a Ponte Irineu Bornhausen.
          Havia uma estrada abandonada, a qual vinha da parte sul da cidade e dirigia-se para o norte, no sentido de Joaçaba. Com a construção da "ponte nova", a estrada foi desativada, restando apenas a que hoje se diz "Rua do Beco", que o prefeito Ivo Luiz Bazzo, em 1982, propôs denominar-se Rua Giavarino Andrioni, o Bijuja, juntamente com a antiga Rua Brasília, que segue reta da ponte em direção ao Bairro Nossa Senhora dos Navegantes, cujo nome oficial passou a ser "Professor Guerino Riquetti", numa homenagem que ele fez a meu saudoso pai, e cujo projeto, de ambas, foi aprovado pela Câmara de Vereadores do Município. Pois, nesse campinho, jogávamos ao final das tardes, especialmente na primavera e no verão, e nos feriados e fins de semana.

         Ali era o local de nosso encontro diário. Os jogadores do Palmeirinhas, todos de pés descalços, brincavam muito. Formávamos vários times, com cinco, seis, ou até sete jogadores. Ninguém tinha relógio, então, quando havia vários grupinhos, fazíamos o "dois vira, quatro ganha". Os perdedores davam lugar à equipe que estava esperando, sentada no barranco, lado oeste. A escolha era feita por dois, às vezes três meninos da mesma idade e cada um ia escolhendo os jogadores que achavam melhores. Os mais espertos, saíam escolhendo o goleiro, porque poucos gostavam daquela posição.

         Havia bons goleiros: meu primo Cosme, que só jogava nas férias, porque era seminarista em Riozinho, na região de Irati/Ponta Grossa, Paraná. o Bernardo, era filho de um ourives que morou na antiga Siap e também num  casarão de André Colombo, na entrada da Ponte Pênsil, ao lado da Praça Pio XI. O Darci Lucietti, saudoso, morreu em acidente me parece que em Rondônia, a quem chamávamos de Tostão. E, dentre os pequenos, o Gilmar, que usava camisa amarela, igual à que era usada pelo goleiro Raul, no Cruzeiro de Minas Gerais. O Gilmar era irmão da Matilde, professora, casada com um nosso conterrâneo. Adiante, o Gilmar ganhou a medalha de prata pela seleção brasileira nas olimpíadas de Los Angeles, EUA, em 1984, melhor resultado que o Brasil já teve no naipe. E, ainda, tetracampeão mundial, em 1994, pela seleção principal, como reserva do outro gaúcho, o Taffarel. O Gilmar Rinaldi, hoje, nosso colega, é supervisor da Seleção Brasileira de Futebol. Era de Mariano Moro, ali antes de Erechim. Passava as férias em Ouro, na casa da irmã, e jogava com a gente.

          Aldair, conhecido como Neguinho Aldair, e Osni, conhecido como Flamenguinho, filho de um ferroviário, Ademar Miqueloto (Motorzinho) e seus irmãos Ademir (falecido em Porto Alegre), o Adélcio, empresário e carreteiro, e o Adelto, (Micuin), Agrônomo e fazendeiro; o Nenê Stopassola, que foi para Floripa,  e Luiz Alberto Dambrós  ( o Tratorzinho - Goiás)), "Peta"  (Reinaldo Padilha) e seu irmão Reni, (Joaçaba) e os familiares Ferrinho e Reinoldo (Nordo), in memorian ;  Ivo Santo  Guerra , o Bode Branco e seu irmão Carlinhos, Altivir e Valdir Souza (os Coquiarinhas - estão em Joaçaba); o Bichacreta (Juventino Vergani - mora aqui pertinho de minha casa); Sidney  Surdi, que morava ao lado do campinho e está em Passo Fundo; Ricardo Baratieri, que está eem Florianópolis, Celito Baretta ( o Bandido), que está em Linha Bonita; o Ironi, meu irmão, nosso treinador, e o Hiroito (Piro), que está em Capinzal; o Mário Thomazoni e o Arlindo, que estão em Araruna; o Nereu e o Nico, que foram embora para União da Vitória; O Adelir Paulo Lucietti (Paulinho), que está em Pato Branco,  no Paraná; O Pedro e o Zé Vieira (Curitiba e Porto Alegre); o Zezo Doin e o Djair Picinato (foram para Curitibanos e Lages); o  saudoso  Dário Micheletto, foi para Lages e Joinville.
         Tínhamos o saudoso Chuchu (Hilário da Rosa), que faleceu em Piratuba, bem jovem; o Ademir Mantovanello (Curitiba, agora),  o saudoso Tchule (José dos Anjos) e o mano Eugênio (Chefo), o Rogério Rodrigues (Caburé - Lages); o Rogério e o Renô Caldart,  que permanecem em Ouro; o Adalir (Pecos) Borsatti, que está em Florianópolis; o Ademir Mantovanello (Curitiba) e o irmão Milton, filhos do Santo e da Zelinda (Baretta) que foram para Cascavel; o saudoso Ivan Casagrande (Bianco), com quem trabalhei na Prefeitura, em Ouro, O Romário Vargas e seus sobrinhos Dirceu e Sérgio, o Ademir Bernardi, que está na Barra do Leão, (Campos Novos), o Rosito e o Heitor Masson, que continuam na cidade, o saudoso Célio Boz,  e muitos outros também arrancaram unhas dos dedos dos pés naquele campinho. Todos esses  viraram maridos, pais, avôs, foram buscar outros destinos... mas restam-me as lembranças de cada um, o seu semblante, a sua imagem da época. Eram uma família que se divertia, brincava jogando bola, brigava um pouco, mas no final todos se abraçavam...

         Saudades daqueles bons tempos...

Euclides Riquetti
02-11-2012

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