quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A maioridade de Zortea (Reprisando...)



          Zortea está comemorando idade nova. Maioridade muito bem conquistada: 18 anos de um novo Município. Emancipado de Campos Novos, o antigo Distrito de Duas Pontes, mas que era conhecido como Zortea por comportar, em seu território, a emprea Zortea Brancher S/A, está localizado entre as cidades catarinenses  de Capinzal e Campos Novos, e ainda confronta com o Rio Pelotas/Uruguai, na região do Município de Machadinho, no Rio Grande do Sul. Foi emancipado pela Lei Estadual nº 10.051, em 29-12-1995. Sua população, hoje, é de pouco mais de 3.000 habitantes.

          Há cinquenta anos,  Zortea Brancher S/A - Compensados e Esquadrias, tinha uma fábrica e seu escritório no centro de Capinzal, nas ruas Dona Linda Santos e XV de Novembro, respectivamente, fundada que foi por Antônio Zortea Primo e  Guilherme Brancher. Ainda, dentre seus sócios, teve Pedro Domingos de Paoli e  Nadir Susin.  Na região era chamada de " a poderosa!", poius era uma grande produtora e  empregadora, expandindo suas atividades para a área agropastoril. Em 1979 abriu uma indústria em em Rondônia.
          Fui morar em Zortéa em fins de fevereiro de 1977, com o intuito de lecionar na Escola Básica Major Cipriano Rodigues Almeida, convidado que fui pela Diretora Vitória Leda Brancher Formighieri, traabalhando com as disciplinas de Língua Nacional (Portuguesa), e Língua Estrangeira Moderna - Inglês. Ainda completei a carga com Preparação para o Trabalho e Educação Física. Ingressei na condição de efetivo no Magistério Estadual, por haver prestado Concurso Público, em 1978.

         Paralelamente, trabalhei na empresa, primeiro no Departamento Financeiro de depois no Administrativo.A Escola tinha um quadro de professores extraordinário, a maioria com formação em nível superior ou cursando-o. Vivíamos como uma grande família. Escola/Igreja/Grêmio Esportivo Lírio era o trinômio social e cultural. A economia se centrava  na produção de madeira compensada e esquadrias,  numa planta inudstrial que contava com cerca de 550 colaboradores. Produziam entre 25 e 30 mil portas e ainda 1.000 metros cúbicos de compensado por mês.

           Com a redução da oferta de madeira e a alteração substancial na Legislação Brasileira, a empresa foi reduzindo as suas atividades, chegando à paralisação por completo. As granjas de produção de grãos, notadamente a soja, o trigo e o milho, passaram a garantir a economia local, bem como o comércio que, com a emancipação do Distrito, fortaleceu-se a partir de 1996. Com a expansão das atividades da antiga Perdigão Agroindustrial, em Capinzal, a mão-de-obra disponibilizada em razão da queda na atividade madeireira passou a ser canalizada para o abate de frangos, em Capinzal. Loteamentos da Família Santos, em terrenos favoráveis para a construção de casas residenciais, oportunizaram que as pessoas fossem fixando-se ali. Uma população de cerca de 1.200 pessoas em 1977 passa a ser de 3.000 atualmente.

          Com a formação do novo Município, a atividade pública passa a ter grande importância na sua economia e hoje a cidade está muito bem estruturada em seu serviço público, com créditos às administrações de Alcides Mantovani, Remilton Andrioni e Paulo Franceschi. Estes  foram meus alunos.

          Zortea tem um território muito privilegiado, com áreas favoráveis para o plantio, construção de empreendimentos comerciais e industriais e mesmo residências familiares. Muitos de seus jovens estudaram nas  faculdades de Joaçaba, Campos Novos e Capinzal.  Outros saíram para estudar fora, inclusive no exterior, e não mais voltaram. Foram buscar espaço na atividade pública ou privada em diversas cidades e estados brasileiros. Foram honrar sua origem, sua família, sua pequena cidade. O nível intelectual de seus habitantes é muito bom.  Diversos de meus ex-alunos cursaram doutorado fora do país.

          Zortea não precisará ( e nem é bom que isso aconteça)  tornar-se  uma cidade populosa. Interessa, sim, que possa o Poder Público dar ótimas condições de Educação e Saúde aos seus moradores e eles, mesmos, sem nenhuma tutela, vão saber encaminhar-se com independência.

          Uma das coisas que os zorteenses sabem fazer muito bem é o delicioso churrasco. A sfestas que ali acontecem são, sempre, muito concorridas.

          Pessoalmente, considero o município a "Capital Catarinense das Águas Superficiais". Quase que uma dezena de cascatas e cachoeiras se localizam em áreas do município pouco habitadas, no Rio Agudo, com destaque para o Itaimbé, a maior delas, o que poderá se tornar um grande atrativo turístico.

          Minhas filhas, gêmeas, Michele e Caroline, nasceram ali. Foi uma grande alegria para nós termos vivido e participado,  ativamente, das atividades culturais, esportivas, religiosas e sociais em Zortea, lugar de que gaurdo belas e saudosas lembranças, principalmente da Ecola com seus alunos e professores, e de meus colegas de futebol e de empresa.

          Ao povo zorteense, meu grande abraço nestes tempos em que estão prestes a alcançar a maioridade.

Euclides Riquetti

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