Reeditando minha hmenagem à ex-aluna, depois
amiga e colega de trabalho, no Dia do Psicólogo
A Michela era uma criança que tinha a idade das nossas filhas. Começamos a conviver com a sua família em 1989, quando o pai dela, o Náudi, era vereador. Construímos, numa parceria entre o Poder Público e a comunidade de Novo Porto Alegre, o Pavilhão Comunitário. Estreitamos laços com a família Buselato. Adiante, foi minha aluna na Escola Sílvio Santos, no Ouro. Muito estudiosa, cursou Psicologia. Tornou-se nossa colega de trabalho, sempre mantendo uma ótima postura ética e profissional. Muito calma, sabia ouvir as pessoas, estava em franca espansão de suas habilidades pessoais.
Num evento, há cerca de dois anos, encontrei-a na Praça Pio XII. Eu fora com minha neta, a Júlia, e ela estava lá com sua Pietra. Conversamos, rimos, falamos de crianças e da alegria de tê-las com a gente. Estava muito feliz e realizando-se como mãe. Depois disso, sempre que eu a encontrava com a filhinha, eu a elogiava. A menina era graciosa e bonita.
Tendo-me desligado da cidade, tive contato com ela apenas no facebook. No entando, ao final de novembro, numa visita que fiz a um amigo, no Hospital Santa Terezinha, aqui em Joaçaba, encontrei o Maico e a Edite, irmão e mãe da Michela, perguntei-lhes o que estavam fazendo por lá. A Edite veio, desesperada, chorando, e me disse que a filha estava internada, que o caso não era bom, tinha CA no útero. Ficamos chocados, pois ela era jovem ainda e tinha sua filhinha de 3 anos.
Disse-lhes palavras confortadoras à Edite e ao Maico. Falei que a medicina está bastante avançada, que ela certamente teria a cura. Soube, depois, que ela descobriu estar com a doença há pouco tempo, no exame preventivo. Agora, apenas cinco meses depois de ter descoberto isso, ela foi buscar seu lugar no céu...
Quando, na meia tarde deste domingo, uma amiga me escreveu perguntando se eu soubera do ocorrido, fiquei chocado e fui fazendo perguntas. Entrei no facebook dela, onde tem na página a foto de sua filha, e passei a perceber que já havia muitas mensagens das amigas para ela. Emocionei-me. Lembrei-me de que, há oito dias, passei na frente da casa deles, no Novo Porto Alegre, e estava toda fechada. Gostaria de ter notícias da Michela, uma vez que sabia que estava em tratamento, que vinha lutando bravamente contra a doença que a tomara.
E neste belo domingo de verão, a velinha que foi, por muitos anos, a alegria do casal Náudi e Edite, e do mano Maicon, da cunhada e dos sobrinhos, apagou-se, num Hospital de Chapecó. Desolação entre seus amigos.
Copiei do facebook dela a mensagem de minha prima Regina Jung, que a conhecia muito bem e era sua amiga, que sintetiza tudo o que a Michela representava:
"Michela, mãe exemplar, profissional dedicada, uma filha amada, preocupada com sua família ...quantas palavras de incentivo dedicou às pessoas que lhe procuravam em seu consultório, pelas ruas...
Mas Deus a chamou e mesmo sendo difícil aceitar... ELE sabe o que faz e não tem engano, nem erros...
Que DEUS conforte a família, principalmente a Pietra, uma menina amada, alegre, inteligente que seguirá sua caminhada terrestre sem a mamãe Michela, que tanto a amava!!!!
Descanse em paz Michela Buselato!!!! - (Regina Jung)."
Aos familiares e a todos os amigos da Michela, as mais sentidas condolências, pois a luz que aqui se apagou, certamente se acendeu no Plano de Deus!
Euclides Riquetti
16-02-2014
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