Corrupção no
Planalto: mais uma nova novela que se inicia
O Presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, recebeu a segunda denúncia contra o
Presidente Michel Temer, a qual, diferentemente da primeira, também envolve os
ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, Secretário Geral da
Presidência. E, já na segunda-feira, 25, foi ter com a Presidente do STF,
ministra Cármen Lúcia, sobre os encaminhamentos da questão no âmbito da Câmara.
A denúncia, chegaram
à conclusão, não pode ter sua votação fatiada, uma vez que os três políticos
são denunciados pela Procuradoria Geral da República por formação de
organização criminosa. Se o crime é cometido em grupo, em grupo precisa ser julgado.
Foi por terra a vontade da defesa de Michel Temer em reivindicar que os casos
fossem analisados separadamente.
O mais incrível
na história, que já é hábito e não nos causa nenhuma surpresa, é que, tão logo
a denúncia chegou à Câmara, o discurso do Planalto passou a ser de que as
coisas estão melhorando em nossa economia, que já houve uma sobre de 12,8
bilhões de reais, e o Governo já passou, como da vez anterior, num passe de
mágica, a liberar emendas parlamentares. Fala-se em mais de 60 bilhões. E volta
com o velho argumento de que as emendas parlamentares ao orçamento são
impositivas e que precisam ser liberadas. Ora, se o Governo fosse sério,
estaria liberando as verbas paulatinamente, não em solavancos, permitindo que a
Caixa Econômica Federal e os municípios contemplados pudessem realizar os ritos
para a celebração dos contratos, que comumente se chamam convênios, para que a
execução das obras pudessem ir
acontecendo, melhorando a atividade econômica e a geração de empregos.
Agora, com a
necessidade de apreciação da nova denúncia pela Câmara, todas as outras
questões, como a reforma previdenciária, por exemplo, passam a ficar em segundo
plano, nada mais se resolvendo neste ano e, muito pior, em 2018, ano de
eleições. Parlamentares não querem, em nenhuma hipótese, angariar mais desgaste
ainda perante seus eleitores. E, cá entre nós, convenhamos, o Governo, lendo-se
Ministério da Previdência Social,
precisa, primeiro, cobrar seus grandes devedores, o que inclui grandes
empresas, clubes de futebol e bancos. E, ainda, propor a limitação de um teto
nas aposentadorias do serviço público, não apenas cortar na carne do
trabalhador regido pela CLT.
A nova novela vai
nos mostrar ainda mais as negociatas e a podridão de Brasília, que infesta
nosso País. Os seus capítulos, previsíveis, vão aparecer nos noticiários da
televisão, alguns ainda acompanham isso e, a maioria, não aguenta mais tanta
notícia chata e ruim.
Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB/SC
Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 06-10-2017
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