quarta-feira, 31 de julho de 2019

Os tropeços linguísticos do Presidente





Resultado de imagem para imagens bolsonaro microfone



       Jair Bolsonaro, Presidente da República, tem tropeçado na língua frequentemente. Aquela de falar em governadores “paraíbas” foi uma lástima léxica e semântica. De todos os balões do vernáculo que soltou nos primeiros quase que sete meses de Governo, foi o pior deles. Mostrou que é descuidado e de certa forma preconceituoso. Não pode ele tratar assim, tão pejorativamente, nenhuma região do País, tenha ele sido bem votado nela ou não.  

       Autoridades, em todos os níveis, têm que ter um comportamento ético exemplar junto a todos os seus liderados, não importando se lhes sejam favoráveis ou contrários. Mesmo outras pessoas públicas, de quaisquer setores que sejam, precisam cuidar muito da maneira como falam, pois, para o cidadão comum, eles sempre são vistos como exemplos. E os exemplos precisam ser sempre bons, não maus. Edmundo, há exatos 22 anos, quando jogava no Vasco da Gama, era um craque, fazedor de gols em médias bem acima das dos artilheiros de hoje. No entanto, uma vez, jogando no Rio Grande do Norte, foi expulso por um juiz cearense e, enraivecido por causa de uma decisão do árbitro, falou que jogar na Paraíba e ser expulso por um árbitro “paraíba” não era aceitável. Isso denota que muita gente, em especial moradores do Rio de Janeiro, tratam todos os nordestinos como “paraíbas”. Se, para eles, isso é comum, é inaceitável, principalmente se a expressão for usada por uma pessoa pública, muito mais por uma autoridade.

       Bolsonaro tem tomado diversas medidas que os brasileiros esperavam que ele tomasse. Aquela de falar em fechar a ANCINE – Agência nacional do Cinema -  foi merecedora de meu aplauso pessoal e de muitos brasileiros. Sempre foi um covil de aproveitadores, que se aproveitaram de generosas verbas públicas para produzir porcarias, em sua grande maioria. Houve chiadeira de supostos “intelectuais”, mas as autoridades não precisam agradar a todo mundo. Outra medida recente, a de reduzir o número de conselheiros do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, excluindo vagas destinadas a “especialistas” e integrantes da sociedade civil, inclusive da OAB e da UNE, embora com a chiadeira da imprensa e de setores específicos da sociedade, merece uma análise mais profunda e menos crítica. O Conselho, criado em 2006, em nada ajudou o Brasil a ter reduzidos os índices de consumo, dependência e de violência e outros ilícitos no quesito. Aliás, há muitos órgãos, conselhos e institutos que se empilham ou se sobrepõem na atividade pública, em diversos setores, que emperram o desenvolvimento de ações sérias para minorar, efetivamente, impactos que são causados contra a sociedade por desajustes de conduta. Em cidades pequenas como as nossas, por exemplo, se você tiver 10 conselhos instalados, verá que 80 por cento das pessoas que participam deles são as mesmas, a maioria pura “chapa branca”,

       As diversas medidas que no novo Governo vem tomando, no sentido de agilizar diversos setores da economia, do social, e da educação, visando à retomada do crescimento nos múltiplos aspectos, muitas delas impopulares, mas necessárias, desaparecem ao vento por não serem adequadamente defendidas e explicadas à população na comunicação institucional. Cuidar do que se diz e, em especial de “como se diz”, é muito mais salutar para o bom entendimento entre os brasileiros, do que ficar fomentando intrigas que em nada nos ajudam. 

Euclides Riquetti – Autor de “Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares” –

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - em 25-07-2019


Um comentário:

  1. O maior problema desse senhor mão é espancar diariamente a língua portuguesa. Isso até passa,,, O grande problema, não dele, mas nosso, é que, com a chancela da elite e a burrice da nossa classe média o psicopata está destruindo a nação.
    Desse jeito, para alegria do tio Sam, não vai sobrar nada.
    A máxima dessa quadrilha é:
    Mais Arma e menos livros
    Mais Veneno em sua mesa e menos saúde
    Mais Ignorância e menos tudo
    Muitas vezes chego a pensar que tudo isso que estamos vivendo é um ficção...

    ResponderExcluir

Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!