sexta-feira, 4 de outubro de 2019

História de dois principezinhos e uma princesinha



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          A princesinha pegou um caderno e um lapisinho, rabiscou algo e passou para o principezinho. O príncipe Luís César estava a catar raízes. Uma raiz de uma planta boa para fazer chás. O Xá do Reino deles era um chato de galochas.  Depois foi tomar um cafezinho no bar do chinesinho, que era seu vizinho. A mulher do chinês fazia limpeza no bar da empresa do marido. A altivez da mulher do chinês era de dar inveja.

          Luís César tinha um primo, Luiz Adriano,  que lhe dava atenção máxima, extrema. A compreensão deste  para com as defecções daquele eram de verdade. O maior defeito dele era não gostar muito de estudar, pois havia muitas matérias chatas. Ambos haveriam de encontrar um meio de gostar delas.  Até que uma xícara de café cairia bem. Daria um pouco de ânimo a eles.

          Os primos planejavam fazer uma viagem. Estavam enrolando-se, então alguém disse: "Viajem logo, pois é  inverno e haverá neve na montanha. Haverá problemas para escalarem as árvores. E, ainda, vocês sabem, terão dificuldade em encontrarem um guia montês por lá se estiver frio".

          Ajeitaram suas mochilas e partiram. Antes, despediram-se da princesa. Sua Alteza era uma bela de uma moça. Uma moça bem moçoila. Cochichavam: "os guardas do palácio tinham cara de chuchu"! As mulheres iam tomar banho de cachoeira e deixavam partes do corpo à mostra", e outros cochichos. Luiz deu a Luís uma amostra do que iriam ver na montanha: tinha uma foto de um urso marrom perseguindo uma hiena. Será que seria perigoso o lugar, além de terem que enfrentar um frio rigoroso?

          No dia aprazado, foram. Deveriam executar o seu plano, sem exceções. Fazer com que seu projeto fosse exitoso de qualquer jeito. Encontraram um velho caçador que morava numa choupana e que fora assessor de um parlamentar cassado, daí ter requerido aposentadoria e se dedicado a guiar pessoas nas montanhas. Os animais que fossem caçados não deveriam ser abatidos. Na verdade, deveriam apenas serem capturados. Uma captura bem diferente das que costumamos ver nos filmes.

         Nas montanhas,  encontraram alguns montanheses trabalhando na lavoura: usavam enxadas para  carpir, foices para roçar,  e enxós para cavoucar nas madeiras e fazer canoas e utensílios caseiros, principalmente gamelas e pilões para a cozinha. Moravam em casinhas pequenas.

          Os simpáticos colonos, de origem japonesa, indicaram-lhes os lugares onde se encontram animais, principalmente raposas e aves raras. Luís César e Luiz Adriano localizaram algumas raposas de pele matizada. Eram matizes de marrom, cinza e branco. Elas são muito ariscas e não se deixam apanhar. E, como já dito, nada de tiros. Caçar, sim, abater, não! E as aves, com suas penugens coloridas, embelezavam grandemente o cenário.

          Pegaram suas câmeras digitais e  fotografaram tudo. Era a melhor maneira de caçar, sem fazer qualquer tipo de mal aos animais. E, ainda, cuidavam de não esbarrar em plantinhas para não prejudicar seu crescimento. Plantas e animais, água muito limpa, neve lá nos picos das montanhas. É assim que se compõe o mais ilustre cenário da natureza. Abater animais, jamais!

          Já em casa, a princesa os esperava com um pote de 2 litros de sorvete Sabrina, importado de Herval d ´Oeste, uma cidadezinha  que fica perto de Joaçaba, no Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina.  Tomaram todo o sorvete, que estava  muito delicioso. E, juntos, postaram as fotos no facebook, ganhando milhares de curtidas, centenas de comentários e  dezenas de compartilhamentos.

Foi uma bela de uma caçada, em que todos ganharam, ninguém perdeu. E, sobretudo, ganhou a natureza, que foi preservada.

Euclides Riquetti

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