domingo, 26 de janeiro de 2020

A (in)competência e o merecimento na gestão pública

Vitória - ES 



       Há um hiato infindável entre a gestão pública e privada. Não que no setor privado os administradores sejam perfeitos, pois se assim fosse não haveria empresas quebrando-se, como a História nos mostra. Mas sempre me foi muito perceptível a diferença entre o público, que prima pela política partidária, e o privado, que busca desenvolver-se através da reunião de equipe competente e sempre conhecedora de seus afazeres. E, quando o contratado não corresponde às expectativas do contratante, passa pelo Departamento de Pessoal para assinar a demissão. Já no serviço público, com média salarial muito acima do que no privado, há muita acomodação, incompetência e má vontade, em grande parte dos que ocupam os cargos ou exercem funções.

       Nos últimos dias, duas notícias muito divulgadas pela imprensa, independente de suas tendências, envolveram dois assessores do Presidente da República, Abraham Weintraub e Roberto Alvim. O primeiro, virou motivo de chacota por ter escrito com “c” uma palavra que deveria ser escrita com “s”,  em rede social. Professor Universitário escrevendo mal assim é muito feio, embora se procurarmos por aí vamos encontrar muitos na mesma condição. Já em outras oportunidades o Ministério da Educação, que Weintraub dirige, fez publicações trocando o “s” por “z”. Em síntese: quem deveria ser exemplo é um desastre! Isso é inadmissível, pois logo o Ministério que congrega aqueles que têm o dever de incentivar ( e exigir) que o vernáculo seja respeitado, não o faz.

      Já o segundo, Alvim, que até  há uma semana exercia o cargo de Secretário Nacional (Especial) de Cultura, para comemorar o lançamento de um Edital para a área de sua pasta, foi um desastrado ainda maior. Horrível o que fez!  Além de fazer de um pronunciamento oficial uma verdadeira asneira, contra os princípios mais humanitários que se possam vivenciar, ainda plagiou um discurso antigo, inadequado e ultrapassado, nazista, roubando-o de um Ministro de Propaganda do governo alemão de Adolf Hitler. Até com uso do mesmo  fundo musical utilizado pelo Ministro nazista quando de uma divulgação, com a postura do corpo e empostação de voz imitando-o. Ridículo, simplesmente!

       Apossar-se de frases ditas por outra pessoa sem mencionar o autor constitui-se em flagrante ilegalidade, é um alto eticamente condenável. E o contexto do evento é um descalabro. O demitido Roberto Alvim vai levar a “taça”, que deveria ficar com Abraham Weintraub!

       Como escrever mal tem sido regra, e escrever bem tem sido exceção, em todos os setores da sociedade, a situação vai ficar apenas no nível do vexame. Mas, no caso do Secretário da Cultura, a demissão foi o mínimo que poderia acontecer com ele. Vai ser substituído, espera-se, pela convidada de Bolsonaro, Regina Duarte, a “Namoradinha do Brasil”, artista que sempre teve suas posições políticas muito bem definidas.

       E, por falar em Cultura, passei a última semana conhecendo alguns lugares do estado do Espírito Santo. Como é o estado melhor situado no ranking da eficiência administrativa nacional (não está quebrado!), estava curioso em conhecê-lo. Também pela alta presença de descendentes de italianos e alemães. Por lá, muita produção de café (o segundo estado produtor do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais) os melhores e mais belos mármores e granitos do Brasil, com exportação para o mundo, grande produção de frutas. A wikipédia disponibiliza as seguintes informações sobre a economia de lá:  A economia do Espírito Santo é baseada principalmente nas atividades portuárias, de exportação e importação (maior do país) e está indo muito bem na indústria de celulose e de rochas ornamentais (mármore e granito) (maior do mundo), na celulose(fibra) (maior do país), extraída dos pinheiros de eucalipto, na exploração de petróleo (2° maior) e gás natural (maior do país), além da diversificada agricultura, principalmente do plantio do café (segundo maior)”

       Minha constatação é a de que aquele estado é o mais parecido com Santa Catarina, tanto pela sua economia, pela cultura dos imigrantes e pela amabilidade das pessoas. No quesito “turismo”, a estrutura que é disponibilizada, tanto nas praias quanto no agroturismo, principalmente na Serra do Imigrante, são muito mais organizados do que em nossas cidades litorâneas. Tem uma grande produção de petróleo, com reservas consideráveis tanto em terra quanto em mar, uma vantagem que têm sobre nós, que quase compensamos isso com nossa agroindústria. Vale a pena passar férias ou ir a passeio em Vitória e Vila Velha, bem como nas outras cidades, onde os preços praticados são muito justos para com os turistas.

Euclides Riquetti – Escritor – em fase de produção de “Crônicas dos Antigos Rios Capinzal e Abelardo Luz/Ouro e Arredores” 



     


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