segunda-feira, 27 de abril de 2020

O mundo desabando e os políticos fazendo m...






       A pandemia do novo coronavírus está causando mortes ao redor do mundo e abalando todas as economias. Gigantes estão caindo diante da Covid 19, que está atingindo pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais.

Os seres, amedrontados, isolam-se nas suas casas, enquanto outros desafiam o letal e invisível inimigo. E, enquanto muitos se preocupam, outros simplesmente ignoram o problema ou fazem pouco caso da doença, julgando-se imunes e acima de tudo. Até o Presidente da República, que deveria dar o exemplo, expõe outras pessoas ao risco, no momento que sai para a rua e cumprimenta seus defensores sem mesmo usar uma máscara de proteção. No Brasil, temos o direito Constitucional de ir e vir. Mas, nem por isso, precisamos nos comportar conforme nossa conveniência. O Presidente, se fosse inteligente e ouvisse seus assessores mais sérios, certamente que ficaria em casa e deixaria que as manifestações contra ouros dois poderes ocorressem pela naturalidade.

       Aqui na região, infelizmente, casos suspeitos e uma morte ocorrida até o último domingo, na vizinha cidade de Tangará. No estado, uma incidência maior na área litorânea. Embora as orientações dos técnicos da saúde, metade das pessoas anda livremente por onde quer.  Há os que pouco se importam e os que precisam trabalhar para poder levar comida para casa e cumprir com todas as obrigações que uma família possa ter. Imagino que o outro contingente, que fica isolado em casa, seja composto por idosos já aposentados, funcionários públicos que pouca falta fazem no serviço, e crianças que estão deixando de ir às escolas, mas nem por isso deixando de ter suas aulas, quer no modo online ou mesmo recebendo material impresso nas suas escolas.

       A parte feia, nisso tudo, é ver as querelas e a irresponsabilidade dos políticos, que agem conforme seus interesses e com muita demagogia perante o público. O Congresso Nacional, por sua vez, aprova leis que, logo ali, podem decretar a quebradeira do Brasil e a extinção de milhões de empregos. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, é um dos mais demagogos e se acha o importantão do Brasil. O tempo nos mostrará, realmente, como ele é...

       Nem vou me detalhar nas questões da diferença de pensamento e atitudes de alguns governadores, pois eles, pressionados por prefeitos e parlamentares, precisam tomar decisões, nem todas elas agradando a todos. A judicialização e a insegurança jurídica também causam temores e medidas importantes deixam de ser tomadas.  Aqui em Santa Catarina, algo que chamou a atenção de todos foi a tentativa de contratação de uma empresa de São Paulo para instalar um hospital de campanha em Itajaí, por valores extraordinariamente altos. E, quando lembramos que pessoas comuns, acometidos de doenças gravíssimas, muitas vezes precisam buscar a Justiça para obterem os medicamentos aos seus tratamentos, isso se torna muito relevante. Temos dezenas de hospitais fechados, inclusive novos e já equipados, que não estão sendo utilizados. Imagino que o Governador Moisés não esteja sendo adequadamente orientado e aconselhado pelos colaboradores mais próximos. Até pessoas simples, aqui de nossa região, acham que se fosse instalada uma dezena de hospitais, mesmo que de campanha, distribuídos nos locais onde há a maior ocorrência de casos, a solução seria mais eficaz e imediata. Em cada região há profissionais que, com brevíssimos treinamentos, podem fazer com que os internados tenham adequado atendimento.

       Têm razão o Presidente e muitos governadores e prefeitos que se preocupam com a economia. Ninguém quer ver gente morrendo. Mas todos sabem que, depois da pandemia, virão as contas e vai faltar dinheiro. Fabricar cédulas, simplesmente, ou emitir títulos da dívida pública, indiscriminadamente, resolve de imediato, mas causa danos irreparáveis logo adiante. Então, cada cidade deve ter seu planejamento de volta às atividades. Em lugares onde as pessoas estão sabendo cuidar-se, mesmo que tenham que deslocar-se para o trabalho ou cumprir com seus compromissos, a conduta e as normativas locais não precisam ser iguais às dos lugares onde o caos está instalado e estão ocorrendo as infecções e as mortes.

       No domingo, manifestações populares ocorreram em alguns lugares do Brasil, bradando pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF. Pessoalmente, acho que deveriam, ao menos, terem ido todos com máscaras no rosto. Também, quero que possamos viver em plena democracia e que no mundo atual não haja mais espaço para qualquer tipo de ditadura. Mas também concordo que o Congresso Nacional, especialmente, precisa ser mais coerente com a realidade. O diálogo entre todos os poderes e os níveis de autoridades é essencial tanto quanto proteger-se para não contrair o vírus tão letal.

       Ao meu ver, em mais duas semanas vamos saber quem tem razão. Haverá um entendimento um pouco mais claro, as estatísticas nos indicarão os lugares onde há um maior ou menor número de contaminados e mortes, e que resultados estão sendo obtidos com as metidas já tomadas. Na verdade, há uma crescente opinião de que há a necessidade de ir-se revisando as limitações impostas por decretos estaduais e municipais. As estatísticas é que determinação a dosagem em que isso deva ocorrer.

Euclides Riquetti – Escritor

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC
em 24-04-2020

Um comentário:

  1. Eh" Seu Richetti, vai ser uma longa caminhada até que se encontre novamente a confiança perdida. O descrédito não é só em função da pandemia mas muito, também, em função daqueles que a administram, os bolsonaro da vez. Aí, se você não confia no motorista do coletivo - fazer o que? Eu, baseado na experiencia de mais de sessenta anos diria: Troque-se o motorista, já que segurança e comprometimento é fundamental.
    Extraio alguns pensamentos da tua crônica:
    . O presidente tem razão. Será?
    . Ninguém quer ver gente morrendo. Será? Bolsonaro quando fala da pandemia e das morte dá a impressão que vai ter um orgasmo. O homem adora a morte.
    .Democracia é fechar o Congresso e o STF? será?
    .O diálogo entre os poderes é essencial.
    .Funcionário público que pouca falta faz no serviço. Será? Quem pensa assim é o Guedes. Coisa horrorosa!
    É risível a tentativa de defender o indefensável, no caso o chefe do poder Executivo. Sabemos das inúmeras falhas e faltas do congresso e do STF: negociatas, favorecimentos, ações e omissões porém, perante à Constituição, isso não nos dá o direito de pedir intervenção militar, AI-5 ... Quem pede isso esqueceu a história ou não a conhece. É lamentável ficar discutindo isso.

    bolsonaro é um péssimo exemplo. `Para ilustrar aquilo que afirmo, transcrevo abaixo opinião do jornalista Janio de Freitas, na Folha de São Paulo, de 26 de abril de 2020:

    PRESENÇA DA FORÇAS ARMADAS JUNTO AOS BOLSONARO FAZ MAL A INSTITUIÇÃO.

    "O que mais, e mais grave, ainda precisará ocorrer para que os representantes das Forças Armadas no governos as desvinculem, afinal, da responsabilidade pela catástrofe moral e governamental que arrasa este país?, questiona Janio de Freitas em sua coluna, no jornal Folha de São Paulo.
    Segundo o colunista, "a presença desses representantes junto aos Bolsonaro, sua trupe e suas relações cavernosas faz mal às Forças armadas como instituição, deforma-as e as desmoraliza".
    E faz mal ao país com a aceitação e o apoio aparentes faces de concordância, aos desvarios, ligações milicianas, mentiras, fraudes, traições, incidentes internacionais, destruição de recursos nacionais, incentivo à violência generalizada, medidas antissociais, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade pelos quais Bolsonaro deveria responder. De preferência com algemas, porque é perigoso", disse.
    "Os militares precisam fazer um exame honesto e profundo de suas relações com o país. Sem isso, sua caracterização militar será sempre um rascunho e sua autoimagem sempre ilusória".
    Concordo plenamente com Janio de Freitas.
    Para superarmos mais esta crise, Fé e paciência são as palavras. Exercitemos.
    Um gde abço
    HH

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