sábado, 12 de dezembro de 2020

E agora, Moisés?

 



       O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, viveu seu inferno astral no segundo semestre deste ano. De março a junho, teve que lidar com a situação da pandemia, quando Santa Catarina demonstrou estar com controle sobre a mesma. A partir de julho, com o recebimento de pedido para instalação de processo de impedimento em virtude de alterações salariais dos Procuradores do Estado e, posteriormente, por causa de uma aquisição desastrada de respiradores destinados a comporem as UTIs de hospitais por preços além da realidade de mercado. Do primeiro, foi absolvido pelo tribunal especial que o julgou. Do segundo, certamente que se livrará, até porque a Polícia Federal, após intensa investigação, o eximiu de culpas na operação de compra.

       Nos cinco meses de andamento dos processos, culminando com seu afastamento do cargo e agora com sua volta ao comando do Executivo Estadual, é possível perceber quanto todo o imbróglio, notadamente político, causou de prejuízos a Santa Catarina. E, então, quem pagará pelo prejuízo causado ao Estado, com toda a energia, inteligências e estruturas que foram usados para acusar, atacar, defender, julgar e absolver o Governador? Muitas horas de serviço de servidores, perda de tempo pelos parlamentares, e toda a despesa gerada no uso das estruturas, o trabalho da Justiça, que poderia ter sido usado para julgar outras questões importantes,  para uma ação que se mostrava visivelmente política.

       Enquanto isso, os casos de contaminação pela Covid 19 foram aumentando, as mortes, que estavam sendo reduzidas, tiveram número de crescimento assustador nas últimas semanas. Fora o nomeia-e-demite de secretários, diretores e assessores, pela vice-Governadora, situação agora desfeita por Moisés, que voltou ao cargo. Na minha cabeça, e de muitos outros, conta que, quando se viu que Daniela Reinehr não foi afastada, o impedimento não interessava mais aos parlamentares, que tinham seus interesses na ação, certamente de olho nos dois cargos e em todos os demais que uma mudança de governo resultaria.

       O Governador Carlos Moisés, agora, precisa agir rápido para dar caráter de normalidade a Santa Catarina, com ações firmes e concretas para a contenção da expansão do novo coronavírus, tocar os projetos que tinham sua execução programada e, inclusive, convocar os policiais militares que prestaram concurso e ainda não foram chamados, uma vez que diversas regiões estão reclamando e reivindicando a recomposição do efetivo, que está bem abaixo do ideal para a quantidade de habitantes que nosso estado tem. Além disso, a própria fiscalização do cumprimento dos decretos relativos à Coovid 19 precisa ser reforçada.

       De nossa Economia, com os setores em recuperação, a oferta de empregos voltando, é preocupante o que acontece com os serviços de turismo. Presenciei situações no litoral de Santa Catarina no início deste mês. Hotéis e restaurantes vazios, vendedores ambulantes na praia sem ter quem compre seus produtos, pessoas com medo, prestadores de serviços quebrados e com pouquíssimo serviço. A volta da pandemia, com toda a sua força, em nosso estado, é culpa de todos os valentões que não se cuidam e não cuidam de seus familiares, que se expõem ridiculamente, desafiando a natureza da doença.

       No âmbito federal, o ex-juiz Sérgio Moro aceitou trabalhar para um escritório de advogados que atende empresas condenadas ou investigadas pela Lava Jato. Chutou seus pênaltis, arrebentou com as melhores empresas brasileiras, tornou-se figura midiática, e agora vai defender o pênalti. Vergonhoso isso, seu Moro! Peça desculpas ao Brasil e vá ganhar dinheiro com suas palestras para quem estiver disposto a contratá-lo. Pisou na bola, menino mimado,  e seu projeto político já está ruindo. Enquanto isso, no fim de semana, o STF constituiu e formou maioria para dar como inconstitucional a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia, à Câmara, e Davi Alcolumbre ao Senado, como seus presidentes. Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandoswki e Alexandre de Moraes foram os que votaram em favor da reeleição, contrariando a Constituição que deveriam defender.

       Em São Paulo, João Dória promete iniciar a vacinação contra a Covid 19  em 25 de janeiro. A Anvisa nem aprovou a vacina ainda...  Dia 25, dia do Padroeiro da cidade de São Paulo!  Isso me faz lembrar de quando PSDB homenageou  45 professores da rede estadual aqui da região de Joaçaba. Por que não 50, ou 40? Política feita na época e nenhuma reclamação, oportunismo e demagogia!

Euclides Riquetti – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

Um comentário:

  1. E saber que a classe média estava quase toda com Sergio Moro, seguramente, o maior traidor da pátria. Calabar, Silvério dos Reis, FHC, José Serra..., perante esse escroque, ficariam envergonhados.
    Quem não lembra dos adesivos, principalmente em caminhonetes reluzentes, dos analfabetos políticos endinheirados, adestrados pela mídia venal, onde se lia: SOMOS TOPDOS SERGIO MORO.
    Sob o comando da CIA e do Departamento de Estado Americano ele ajudou a destruir a Petrobras, a nossa engenharia pesada, nossas principais empresas, além de desmoralizar nossas instituições. Como um trator, sob às vistas complacentes dos cidadãos colonizados subverteu todo nosso sistema jurídico.
    Já é muito tarde para reverter a tragédia que nos impuseram, desde o golpe de 2016, que desembocou na horrorosa situação que vivemos.
    Aos poucos a turma começa a se dar conta do buraco em que nos metemos. Hoje mesmo, Alexandre frota, um dos principais apoiadores dessa gente pediu desculpas ao Lula.
    A mídia conseguiu emburrecer de tal forma o cidadão comum que hoje ele é incapaz de dizer que votou no PT, - simplesmente -, tem vergonha. Tudo isso é material para um estudo profundo do comportamento político-social do brasileiro.
    Moro está certo em ir para os EUA, ele sempre trabalhou para os gringos. Lá é o seu lugar, aqui só poderia estar na cadeia.
    Com relação á situação do governador de Santa Catarina estou contigo. Quem irá pagar os custos dessa brincadeira de impeachment? Nós sabemos. Miremos o exemplo trágico de 2016. Precisa dizer mais?

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