segunda-feira, 22 de março de 2021

Num delírio terno e santo...

 



Hoje não é apenas mais um dia nesta nova estação

Azul anilado neste céu outonal, chuva no telhado

Nos ares deste imenso mundo verde, nosso chão

Nas planícies de um mundo por Deus abençoado.

Lua e sol a delinear seu sorriso tão bonito e franco

Mares de águas espumosas a flutuar desafiadoras

Trazidas pra lavar meus pecados na tarde tentadora.


Incertezas pairam no ar em tempos difíceis e de dor

Amar é o verbo que precisará ser mais conjugado

Cores precisam ressurgir nos céus, em rostos e almas

Pois você desperta em mim os instintos selvagens

Tanto quanto as areias são a morenice de seu fulgor

Olhos seus a me fitarem e eu aqui a contemplá-los

Olores de cravos nos seus beijos, doces sentimentos

Nos nossos corpos se fundem em desejos e perdição

Chama que nos incendeia, frenezi, bons  momentos. 


E, se a chuva dissipa as dúvidas e avilta as emoções

E, se a noite dos amantes nos cobre com seu manto

Quando a negritude apenas aceita os riscos estelares

Ah, enconstam-se, de frente, nossos frágeis corações

O meu, o teu, os nossos, num delírio terno e santo

Vai meu pensar recostar-se ao seu, cortando os ares

Vai ancorar no porto que banha seus pés delicados

Pelas águas de um grande e formoso rio acariciados!


Euclides Riquetti

22-03-2021




Euclides Riquetti

22-03-2021


 






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