segunda-feira, 22 de março de 2021

Saúde: A certeza das incertezas

        





       O atual Ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, está sendo substituído pelo médico cardiologista Doutor Marcelo Queiroga, paraibano, em seu cargo. O anúncio foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira, 15. Os parlamentares do centrão não gostaram da escolha de Bolsonaro. Mas não esboçaram maiores reações. Hoje, emitir a opinião sobre o assunto é uma temeridade. Só temos uma certeza nos tempos atuais em relação à saúde: só há a certeza de que temos muitas incertezas...

      Enquanto isso, recordes encima de recordes em número de óbitos. Vale registrar que o “fator Lula ”, agora livre para concorrer às eleições presidenciais em 2022, fez com que o Presidente “se me xesse” e passasse dar à saúde a atenção que de veria ter dado há mais tempo. Pazuello está saindo sem criar problemas, é um militar disciplinado. Aceitou uma missão inglória, que é servir a um senhor negacionista, que se pauta mais nos nortes de seus filhos do que na necessidade de resol ver os problemas mais sérios que temos no momento, que é a extrema ação de combate à propagação do no vo coronavírus, causador da doença Covid 19, a qual mata, com a sua força letal, milhões de pessoas em todo o mundo.

        Nosso estado, Santa Catarina, vive um drama de terror, que são as mortes, a falta de UtIs, as filas de esperas e o desespero de quem perde seus entes queridos sem sequer terem o atendimento adequado. Os primeiros movimentos do no vo ministro, que terá a companhia do que está sendo substituído por até duas semanas, serão observados por toda a imprensa, a classe política e os meios da medicina e da ciência. Vai, também, rezar pela cartilha do chefe, que tem posições facilmente contestá veis. Queiroga vai ter que “bailar muit o” para poder fazer o combate à pandemia acontecer e aguentar as destemperanças do chefe, um ser totalmente deselegante no falar e um péssimo e xemplo a ser seguido no comportamento em relação a protocolos de saúde. Alguns analistas consideram que, nos primeiros dias, o no vo ministro está “passando no teste”. A mudança pode repetir o que aconteceu com o MEC: Saiu um ministro confuso e entrou um equilibrado! 

       Aqui nas regiões Oeste e Meio Oeste, a situação continua crítica. Aliás, o estado inteiro está em vermelho no mapa de risco da pandemia, na classificação gr avíssimo. Mas em Chapecó, no início da semana, verificamos uma sensí vel redução nos caos ati vos. O mesmo em Capinzal/Ouro e outras cidades. Já verificamos que as pessoas estão usando máscaras, em sua maioria, dentro dos carros. E os mercados e hotéis retomaram a medição da temperatura de quem adentra os estabelecimentos.  Há a necessidade de uma fiscalização ainda mais rígida e as pessoas precisam fazer a sua parte. A imprensa está denunciando, mas muitos valentões continuam por aí, como se nada esti vesse acontecendo. Tenho amigos de longa data, médicos, que estão em situação de muita dificuldade. Em duas semanas, perdi três primos cuja vida foi ceifada pela Covid. Amigos, conhecidos, ex-alunos, vizinhos. E ainda há pessoas que acham que a falação é maior do que aquilo que vem, realmente, acontecendo. Acompanho os calendários de vacinação de diversas cidades aqui do Meio-Oeste e mesmo do Paraná. Vibro cada vez que descubro que um familiar ou um amigo está sendo vacinado. Pego as estatísticas de várias cidades e faço minhas projeções, ligo para as pessoas e elas ficam animadas.

       As vacinas recebidas por Santa Catarina, nesta semana, vão ajudar muitas pessoas, mas é preciso continuarmos com todos os cuidados, mesmo porque a imunização não é imediata. Fazer o possí vel e o impossí vel para reduzir a transmissão do vírus, cumprir os protocolos e cuidar. Cuidar-se e cuidar. Espero que o no vo ministro possa trabalhar, fazer as coisas andares mais depressa e fazer aquilo que precisa ser feito. Enquanto isso, anda por aí o vídeo em que um vereador sugeriu, para a cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, que a prefeitura or ganize a pul verização com álcool que vai ser dispensado sobre ela por aviões de agropecuaristas, para matar o vírus que está no ar.. 

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com Euclides Riquetti www.blogdoriquetti.blogspot.com JORNAL CIDADELA | EDIÇÃO Nº 1017 | JO AÇABA - SC, 19 DE MARÇO DE 2021.

Um comentário:

  1. Claro que o problema maior é o tal do vírus, porém com o "capetão", o mesmo que foi expulso do Exército por condutas inadequadas e seus milicos fica muito mais difícil esperar que a coisa melhore. Podem trocar o ministro, coloquem o melhor e nada de bom vai acontecer . O presidente adora o caos e a morte.
    Aliás, quem o segura na presidência, são os restolhos da maldita ditadura de 1964, os herdeiros do general Sylvio Frota, aquele que tentou um golpe dentro do golpe e foi devidamente enquadrado por Geisel.
    No Brasil o serviço foi mal feito, não fizemos como no Uruguai e na Argentina, por exemplo, onde os culpados foram devidamente julgados e condenados. Os nossos militares foram todos perdoados pela lei 6683 (lei da anistia) 28/8/1979.
    Latentes como uma bactéria perigosa e oportunista, reapareceram com o golpe de 2016 e tentam recriar aquele panorama.
    As Forças Armadas, em especial o Exército atuam como força de ocupação que coordena o ataque e a repartição do butim de guerra Ao subverteram a ordem, fazendo politica abertamente, atropelando os vários poderes ao invés de fazer aquilo que a Constituição lhes reserva, precisam de um escroque como bolsonaro para lhes servir de escudo.
    A vantagem, hoje, é que o mundo inteiro está de olho no Brasil. O perigo que representamos pela proliferação de novas cepas mais resistentes fará com que intercedam por nós, eu acredito. Por outro lado tenderão a enquadrar bolsonaro e seus asseclas.
    Por incrível que parece o vírus expulsará esse governo. aguardemos...

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