sábado, 13 de março de 2021

O rebuliço nos meios políticos, jurídicos e econômicos. E o caos na Saúde em Santa Catarina

 



       Nem Lula acreditava no que aconteceu no STF no início da semana, com o Ministro Edson Fachin anulando todas as ações de condenação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, pela Justiça Federal de Curitiba, capitaneada pelo então Juiz Sérgio Moro, articuladas por ele e o Procurador Federal Deltan Dallagnol. O fato gerou perplexidade nos meios políticos, muitos comentários nos jurídicos e confusão na economia brasileira.

       A decisão do Ministro do Supremo, que anulou as condenações de Lula em Curitiba e mandou as ações para a primeira instância, em Brasília, surpreenderam os brasileiros e até mesmo o ex-Presidente. Um novo cenário passa a desenhar-se na política brasileira, o que valia para o domingo não mais valia para a segunda-feira. O espanto começou pelo presidenciável Ciro Gomes, que vinha se articulando para ter o apoio da esquerda nas próximas eleições e também amealhar considerável faixa do centro e da direita. Bagunçou as pretensões de João Dória, Luciano Huck, Ciro Gomes, Luiz Henrique Mandetta  e até do seu correligionário, cão fiel, Fernando Haddad. Jair Bolsonaro sentiu mais uma facada no peito, mas agora, para ele, ao menos, o cenário nebuloso se dissipa. É mais fácil ter um alvo no qual atirar do que ficar atirando pra tudo o que é lado e não acertar em ninguém. Lula já se apresentou como o legítimo antagonista de Bolsonaro e o é, de fato, agora de direito. Pela história política, o Presidente da República sempre vai para o segundo turno das eleições. E Lula será o favorito da esquerda. A tendência é que, no segundo turno, a maioria do eleitorado antipetista e de centro fique com Bolsonaro. Mas falar em previsão é uma temeridade. Vamos aguardar...

       Claro que a decisão de Fachin não vai ser engolida a seco, assim. O próprio STF terá que chancelá-la. Também se aguarda nas mãos de qual juiz irão parar em Brasília. Mas se tem em conta de que a decisão será mantida. E que um novo caminho passa a ser percorrido, estendendo-se sabe-se lá até quando. Mas, para o meio político, a situação está bem clara. Sérgio Moro está sem rumo, teremos muitas novas articulações e a sucessão de Jair Bolsonaro, por ele mesmo ou por um opositor, vão ficar muito interessante. NO STF, o julgamento da suspeição de Sérgio Moro, na terça, na segunda turma, ficou em 2 a 2 e com pedido de vistas de Kássio Nunes Marques, nomeado por Bolsonaro. Moro, por todos os lados, vai sendo triturado.

       Nos meios jurídicos, a notícia mexeu com os advogados constitucionalistas que, cautelosamente, foram emitindo suas opiniões, uma vez que muito procurados pela imprensa nacional, pois o assunto dividiu os noticiosos com a pandemia. Nos econômicos, subida do dólar e queda da bolsa. Nos postos de abastecimento, nova alta dos combustíveis, desta vez sobreposta pelo noticiário originado pelo STF.

       Enquanto isso, a Covid 19 ceifando vidas e os casos ativos se propagando com intensidade violenta. Atrasos no fornecimento de vacinas por falha técnica, pela demora na concretização das suas compras, e assim por diante. Aqui na região, Joaçaba, São Miguel d´Oeste e outras três regiões estão com nota máxima no estado gravíssimo, o vermelho mais encarnado, enquanto que Chapecó, com tudo o que vem acontecendo, está um ponto abaixo de nós. E, em nosso meio, é muito perceptível que grande parte da população deu as costas ao risco, mudou seu comportamento, possibilitou a expansão do vírus mais rapidamente, com afrouxamento da fiscalização e acomodação. Mas o vírus letal está aí, levando a vida de amigos e conhecidos. Iniciamos a semana com mais de 350 casos ativos em Joaçaba. No Estado, 108 óbitos da terça, com 395 pessoas esperando por leitos na UTI. Quanto à fiscalização, é possível constatar que, dentro dos supermercados grandes, as pessoas entram com a máscara e, lá dentro, alguns teimosos deixam a mesma apenas no queixo, ou com o nariz fungando sobre os produtos. Mesmo com o sistema de são recomendando aos clientes o uso da máscara e do álcool disponível. Em alguns mercadinhos e bares, nem sequer os funcionários as usam. A fiscalização precisa ser intensa e operosa.

       Nos meios televisivos, os tais comentaristas ficaram atrapalhados, não tinham sequer posições claras sobre o que estava acontecendo, buscando a ajuda dos advogados constitucionalistas. Aqui em Santa Catarina, no meio da semana anterior, o apresentador da NSC, sucessora da RBS TV, Fabian Londero, de origem gaúcha, depois de ficar 4 semanas afastado do trabalho, voltou à tela falando sobre a experiência de passar pela Covid 19. Mas mostrou-se desatualizado ao criticar o Prefeito de Chapecó, João Rodrigues, por optar para que sua cidade, a partir da segunda-feira, seguisse o decreto estadual vigente, sugerindo que a cidade deveria entrar em lockdown. A cidade, no entanto, vinha nessa condição já há duas semanas, com o comércio não essencial fechado. João Rodrigues, comunicador nato e bem mais ativo, rebateu Londero dizendo que o achava ótimo como apresentador, mas nota zero comentarista. Nem sequer se viu qualquer reação do apresentador, que deveria pedir desculpas pelas bobagens ditas.

       E você, caro leitor, que se preocupa com todas as pessoas, cuide-se e ajude a cuidar dos outros. Seja um bom exemplo. Faça tudo o que é recomendado pelas autoridades da saúde. Esperemos que cheguem vacinas o quanto mais rápido possível, mas sabemos que nada acontece assim, pois houve demora na confirmação das compras pelo Ministério da Saúde e mesmo na aplicação em muitos municípios. A chegada vai ser gradativa e lenta. Cuidados e orações!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

 

 

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