Aquilo que parecia ser um orgulho para o Rio de Janeiro há 6 anos atrás, quando foi inaugurado, agora se transforma numa vergonha.
Construído para tornar-se um estádio poliesportivo que pudesse abrigar os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007 e as Olímpíadas de 2016, o Estádio Olímpico João Havelange, apelidado de Engenhão por se localizar na localidade denominada Engenho de Dentro, foi, após o uso oficial para que fora destinado, dado em arrendamento por 20 anos para o Botafogo Futebol Clube, do Rio de Janeiro. Contrato vigente até 2027, poderá ser prorrogado por mais 20, até 2047, por vontade unilateral, ou seja, desde que uma das duas partes, Prefeitura ou Clube, assim o queira.
Celebrado como o mais moderno e bonito da América do Sul em sua inauguração, começou a fazer água, literalmente, pouco tempo depois. Com problemas na cobertura, foi interditado ainda em março. E serviu de palco, não para espetáculos esportivos, mas sim para que os políticos do Rio de Janeiro, (aqueles mesmo que deixaram o Hospital Infantil de Bonsucesso, que faz transplantes em crianças ficasse fechado por alguns meses), se alfinetassem publicamente. Um denuncia e atesta a incapacidade do outro, um teatro para angariar simpatia e votos. Dizer aqui o nome deles seria estar propagando-o, e vai que algum deles ainda se candidate a Presidente e eu o teria ajudado a tornar-se conhecido...Não vou fazer isso, minha consciência recusa.
Pois não é que agora decidiram que aquele campinho de futebol, que custou há seis anos R$ 380.000,000,00 - trezentos e ointenta milhões - aos cofres da Prefeitura do Rio, vai ter que ficar fechado até 2015 para reforma? Dizem que é por causa da cobertura. E nem têm ideia ainda de quanto vão gastar para deixá-lo em condições de uso com conforto e segurança. Digo campinho porque tem as dimensões de 105x68 metros, enquanto que o nosso, do Arabutã FC, onde joguei bola dos 12 aos 50 anos, tem 120x90 metros. Foi justamente por isso que nosso Arabutã ganhou de todos os times da região que ali recebeu, pois vinham acostumados com seus campos acanhados e o nosso era um Maracanã interiorano. Os próprios Paulo César Caju, Edu Américo, tricampeões mundiais se impressionaram com o tamanho quando qui vieram jogar, em meados da década de 1980. O mesmo disseram Pedro Rocha, da Seleção Uruguaia e do São Paulo FC, e Djalma Dias, do Palmeiras.
Mas o campinho chamado de Estádio Engenhão guarda o privilégio de ter Engenheiros que desafiaram as leis da física. desafiaram, erraram nos cálculos estruturais e levaram na cabeça. Foi mais uma daquelas coisas que nos confirmam que "quem vê cara, não vê coração".
Realmente, vivemos no país da vaidade, do sonho e da fantasia. Aqui em Joaçaba querem derrubar um estádio, o Oscar Rodrigues da Nova, para fazer um parque. Um estádio onde muitas pessoas se orgulham de ter jogado ou vibrado nas arquibancadas. E, junto, vão derrubar um ginásio de esportes e até desalojar uma guarnição militar, o Tiro de Guerra de Joaçaba. Já começaram uma Rodovia chamada Transamazônica que parou no meio do mato e foi tomada pelo mesmo mato e pelas crateras. Quiseram fazer a transposição de um rio, o São Francisco, que dizem que em vez de beneficiar a população, vai beneficiar grandes empresas. E que há dúvidas sobre os impactos ambientais. Não conseguem terminar a duplicação da BR 101, que já é conhecida como a Rodovia da Morte, onde centenas de vidas já foram ceifadas desde que a tal da duplicação começou.
E há mais outras e outras barbaridades que vocês, leitor e leitora, conhecem tanto ou mais que eu. A vaidade, a ambição, a irresponsabilidade campeia em todos os lugares... e nos campos de futebol não é diferente!
Euclides Riquetti
08-06-2013
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