segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Vigésima crônica do antigamente

Mais uma vez reprisando...

          O ano da Copa de 1970 foi muito vibrante. No dia da Grande Conquista, em 21 de junho de 1970,  reunimo-nos no Bar do Valmir Pelizzaro, junto ao então Cine Glória, que antes fora dos irmãos Santini. Ali trabalhava o José Carlos Côas, o Zeca, irmão do Lourenço (Lolo), e do Carlinhos, que mora em Curitiba,  o Zeca, que morou em União da Vitória. (Convivi com ele a partir 1972). O Bar do Cinema, como era conhecido, comportava umas mesinhas de pebolin e de mini-snooker, on de nós, menores, jogávamos com medo da Polícia e do Juiz de Menores, o José Dambrós. No sábado à noite os jovens ficavam esperando um lugar para jogar, tão concorridas eram as vagas às mesas.

          Quando o Brasil sagrou-se tricampeão, poucas famílias tinham aparelho de TV em sua casa. Cerca de quatro  anos antes, o Sr. Leonardo Goelzer empenhou-se em trazer o sinal de TV para nossa cidade. Nas eliminatórias da Copa, em 1969, já TV no Bar do Arlindo Henrique, no Bar do Canhoto, no Clube Floresta. Lembro-me bem no dia em que, em 20 de jlho de 1969, ia passando defronte à loja do Saul Parisotto, em Ouro, na sala comercial de seus sogros, Abel e Serafina, e olhando pela primeira porta vi o Neil Armstrong, comandante da nave Apollo 11,  descendo na Lua... Armostrong nos deixou na semana que terminou, aos 82 anos. (Hoje, ali, funciona  a loja RZ Parisotto).
          Só as famílias "que mais podiam" é que tinham TV em casa. Na nossa, não havia TV, nem sofá, nem geladeira... Então, a gente se acotovelava em alguns lugar, principalmente nos bares, onde pedia um cafezinho, jogava dominó e assistia TV: Telecatch Montila, ondce torcíamos pelo Ted Boy Marino e tínhamos raiva de "Jóia, o psicodélico", que era muito malvado. Ah, havia também o Verdugo, o Fatomas, e outros. E havia as noites em que a Hebe Camargo fazia seu programa de entrevistas. Meu colega, Altivir Souza, um dos "coquiarinhas", o mais jovem filho da Dona Aurélia e Seu Viriato Almeida de Souza, era meu companheiro de dominó e outros jogos, inclusive dos de azar. E ele dizia que a Hebe falava igualzinho à nossa professora, Dona Valdomira Zortéa, amável e simpática, de quem tenho as melhores lembranças. Achávamos interesante como ela pronunciava as palavras suavemente. Uma delas era "labirinto", lembro bem, em nossas aulas de Geografia...Hoje, o Altivir é tradicionalista, tens uns cavalos e uns boizinhos, aqui não muito longe de minha casa, é exímio laçador, e pratica o tiro de laço, no CTG.

           Bem, mas, como eu me reportava, para comemorar a conquista do tri, saímos em passeata (hoje fazem carreata), desde o Bar do Cinema, fomos para a Rua Ernesto Hachmann e a XV de Novembro, depois fomos para o Ouro. O Domingos Boff (Mingo), carregava uma bandeira do  Brasil. Cantamos o Hino Nacional na rua e os "Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração"... E era só alegria! Então, os brados cívicos ecoaram por todo o Brasil e vivíamos o "Milagre Brasileiro". O gremista Presidente Médici recebeu nossos tricampeões na Capital Federal e nós, brasileiros, continuamos a trabalhar para sobreviver, estudar para vencer.

          Tenho as melhores lembranças do ano de 1970, quando eu lavava carros no Posto Dambrós, ali em Ouro, e estava cursando Contabilidade na CNEC. E os jogadores de futebol ainda não estavam acostumados  a se reunir em rodas de pagode, nem em bailes funk, nem apareciam na TV ao lado do Michel Teló e outros. Apenas jogavam futebol. e muito bem, dando-nos muitas alegrias, honrando-nos e orgulhando-nos perante o mundo. Naquele tempo, Deus já era brasileiro!!!

Euclides Riquetti
02-09-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!