Desfile pela Rua Felip Schmidt, no Distrito de Ouro, saindo do Posto de Gasolina que se localizava no meio da Rua da Praia, que depois virou Governador Jorge Lacerda. Indo em direção à Ponte Nova. Havia calçamento apenas até defronte à casa do Amélio Dalsasso. Depois, marchávamos no pó (ou no barro): Soldado que se prezava e amava o Brasil era corajoso, valente, e com muito garbo e peito firme marchava, sem olhar para os lados, sem piscar os olhos: "A fronte erguida, o olhar brilhante..." - como no Hino a Capinzal!
Passávamos pela ponte, dobrávamos à direita defronte ao Cine Glória e íamos até o Campo de Futebol. Ali, um palco especialmente feito com tábuas cedidas pelos Hachmann, os alunos ouvindo os discuros. Uma menina magrela, cabelos escuros, saia azul e camisa social branca com uma logomarca à esquerda, na posição do bolso: BP, de Beliário Pena! A jovem Inelvis, filha do Joanin Serena, lia um texto enaltecendo nossa Pátria, pela qual deveríamos morrer se necessário fosse... E, garbosamente, cantávamos o Hino Nacional.
Os alunos do Belisário Pena com seu uniforme azul e branco. Num daqueles anos fizeram-lhes umas camisas de brim Santista, azul marinho, com aquelas "golas de padres". O Rosito Masson, o Ademar Miqueloto, O Irenito, o Olino Neis, todos com aquelas camisas bonitas. Nós, do Mater, também no azul e branco. Mas as Normalistas, ah, essas, sim, com aquelas saias bordô e as camisas marfim/bege, encantadoras. Meu pai, único homem em meio a elas, calça social preta e camisa branca... Mas, muito bonito, era o uniforme do Ginásio Padre Anchieta, com calça social preta ou azul marinho (bem escuro), e aquele uniforme paramilitar, com uns babados na frentes, umas franjas, e quepe igualmente em azul-marinho. Simplesmente espetacular!
Todos os estudantes eram obrigados a marchar. Nos anos anteriores ao Governo Militar e também durante. O espírito cívico era algo sagrado que havia em nós. Claro que isso não era unanimidade. Mas havia o respeito pela Pátria em cada um de nós. Podíamos não concordar com os governos, mas queríamos o melhor para nosso país... E querer o melhor para o Brasil era querer o melhor para nós mesmos, nossas famílias.
E os alunos do Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado: Calça de Tergal verde e camisa branca. A maioria pessoas já adultas, que viram no ginásio noturno a oportunidade de estudar. Ah, para todos os uniformes, de todos os colégios, sapatos pretos. Em algumas situações, congas brancas, para algumas alas, especificamente.
Minhas últimas lembranças de desfiles como estudante me remetem ao ano de 1971, quando concluí meu Técnico em Contabilidade pela então Escola Técnica de Comércio Capinzal: calças pretas e camisa social manga longa vermelho royal. A escola não costumava desfilar, mas convidada que foi, não queria recusar e a sugestão do Diretor Professor Antônio Maliska foi aceita: "Se é para aparecer, então vamos aparecer". E fomos com aquela roupa bem chamativa. Orgulhosos!
E as fanfarras, muito bem ensaiadas, com os bumbos, caixas, taróis, pratos e cornetas. Lembro, com muita saudade. E, quando vejo fotos antigas daqueles tempos, sinto uma inefável saudade... não sei se dos sentimentos cívicos ou... da força de nossa juventude!
Euclides Riquetti
Vivi bem essa época - quanta saudade destes tempos iodos, da infantil ingenuidade -, principal motivo da nossa fugaz alegria.
ResponderExcluirNaquele tempo não conseguíamos enxergar plenamente a verdade, menos que hoje, apesar de tanta desinformação e mentira.
Como comemorar o dia da independência sabendo de tudo o que está acontecendo aqui?
Hannh Arendt em Seu livro "A banalidade do mal" diz:"Sem a cumplicidade das pessoas comuns que se limitam a cumprir ordens ou a olhar para o lado os episódios mais negros da história não teriam sido possíveis".
Alguns exemplos que acontecem diariamente no Brasil:
.Apologia à violência:
"Me espelho naquilo que os americanos fizeram com seus índios".
"O coronel Brilhante Ustra é meu herói".
"O nazismo éra de esquerda".
. O assalto da família Bolsonaro (rschadinhas) de amplo conhecimento público, porém, blindado pelos podres poderes.
. Censura A Luis Nassif e ao Globo por tentar investigar a cessão da carteira de crédito do BB no valor de R$ 2,9 Bilhões por R$ 300 milhões ao BGT, fundada por Paulo Guedes.
Aqui, o samba "Vai passar" de Chico Buarque, ilustra bem a questão:
Num tempo
página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada na
memória
das nossa novas gerações
Dormia
A Nossa pátria mãe tão
distraída
sem perceber que era
Subtraída
em tenebrosas
transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito
penitentes
Erguendo estranhas
catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
O que mais entristece qualquer cidadão brasileiro decente, é a subserviência de bolsonaro e seus asseclas ao Império estadunidense.
Trata-se da entrega gratuita de nossas riquezas e nossa soberania.
Dá para comemorar?
Sabe por que "não tinha corrupção no regime militar de 1964?"
É porque não permitiam,como estão fazendo agora, que se investigasse.
Quem viveu aquela época sabe. O que predominava era o medo com todas as suas idiossincrasias.
Vai passar... Nos devolvam o verde e amarelo.
VIVA O BRASIL!!!
HH