terça-feira, 8 de setembro de 2020

Os lucros dos bancos, as miudezas no STF e os compromissos dos candidatos com Joaçaba





       Têm fundamento todas as críticas que os brasileiros, lúcidos, fazem ao sistema financeiro nacional. As notícias que nos chegam sempre informam que os bancos privados obtêm lucros astronômicos todos os anos. Durante pelo menos quatro décadas ouvimos a oposição ao Governo Federal bradar contra os bancos, contra o Mercosul e a Alca, contra as empresas multinacionais instaladas no país. E, unanimemente, diziam que, quando chegassem ao Poder, os bancos iriam parar no seu devido lugar, principalmente os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e os bancos estaduais, estes últimos considerados uns cabides de empregos. A crítica sempre correu solta contra os bancos privados também, pois os resultados financeiros em seu favor sempre foram enormes.
       Hoje, por exemplo, os clientes do Banco do Brasil consideram que, sendo um banco público, deveria pegar menos pesado em seus correntistas. Banco virou o melhor negócio em nosso País. Investimentos no setor produtivo, principalmente na indústria, sempre se apresentaram  como de médio ou alto risco pelos empreendedores, dada a alta carga tributária e a própria burocracia. E muito se fala sobre atrair investimentos do capital estrangeiro, principalmente nos noticiosos televisivos. Mas nunca se cuidou, de verdade, de o quanto há de dinheiro brasileiro aplicado em bancos e empresas do exterior. Se os empreendimentos dos nossos patrícios tivessem a proteção que os estrangeiros têm, certamente que não teríamos tantas turbulências e oscilações. Aliás, dinheiro estrangeiro vem e vai como o vento e pouco deixam de efetivo por aqui. Eles não vêm para agradar, vêm para ganhar dinheiro e os lucros vão-se embora. 
       Em andamento dois processos de impedimento de governadores, um no Rio de Janeiro, contra o ex-juiz Wilson Witzel, e outro contra o ex-bombeiro Carlos Moisés, aqui de Santa Catarina. Entre idas e vindas, ambos estão buscando amparo junto ao STF para garantir-se no cargo ou, ao menos, que sejam submetidos a um julgamento justo. Aqui em Santa Catarina, o rito de condução do processo foi alterado substancialmente no início da semana e a Comissão que analisará a situação ficou composta por 11 membros, sendo 5 deputados e seis juízes. É justo que casos graves assim tenham o norte dado pelo STF, ao contrário de milhares de ações que por lá transitam, anualmente, as mais absurdas, como a que um partido político, que acionou o Supremo na tentativa de impedirem a emissão, pelo Banco Central, de notas de R$ 200,00 para circulação. O assunto foi parar nas mãos da ministra Carmen Lúcia, que solicitou informações e justificativas ao Banco Central. O partido alegou que, com notas de maior valor, ficaria mais fácil de os bandidos transportarem o produto de seus roubos, pelo menor volume  físico.  Mas lembro que a cédula maior hoje, de R$ 100,00, valia muito mais do que vale à época do lançamento, no mínimo umas 5 vezes. Enfim, a nova cédula acabou sendo lançada!
       As atribuições do Supremo Tribunal Federal estão sendo banalizadas há bastante tempo. Busca-se o mesmo para decidir sobre querelas paroquiais em toda a hora. Processos que envolvem decisões por conta de centavos, brigas entre genro e sogra, guarda de animais em separações de casais, e assim por diante. Mas, o que toma mais o tempo dos ministros, certamente, são as demandas dos partidos políticos, que não colocam na briga dos plenários as suas diferenças e buscam a Justiça, diretamente na instância maior. Isso sem contar com o ativismo político dos ministros, que nos dão motivos para críticas.
       No âmbito microrregional, muitos candidatos a prefeito pelos diversos partidos. E, a vereador, pessoas que não conseguem nem sequer interpretar um texto em nível básico, então imaginem a proposição ou aprovação de leis, de orçamentos, e assim por diante. Aos candidatos ao executivo de Joaçaba, vão as perguntas:  -  O que pensa sobre a implantação do contorno viário da cidade? Já teve a oportunidade, nos cargos em que ocupou, de defender a ideia? Participou de algum movimento ou discussão nesse sentido? Fez o que em favor da elaboração de um projeto para tal? Reivindicou, junto a parlamentares de seu partido, apoio para financiar um projeto ou para inclusão do da implantação do contorno viário de Joaçaba no orçamento estadual ou federal? Até a última terça-feira, tivemos a manifestação de Dioclésio Ragnini para a reeleição e de Jorge Pohl, ex SDR ao pleito como candidato a Prefeito. Ambos conhecem o problema, que é uma reivindicação antiga. E as perguntas se aplicarão a todos os demais que se apresentarem como candidatos ao Executivo, principalmente, e, num segundo plano, aos a Vereador.
Euclides Riquetti – Ex-Prefeito em Ouro – SC  (1989-1992) e escritor. www.blogdoriquetti.blogspot.com

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