domingo, 5 de junho de 2022

A previsão e a resposta aos desastres climáticos contestados

 



       Os eventos climáticos adversos ocorridos no Nordeste Brasileiro, em que o estado de Pernambuco foi o mais atingido no último fim de semana, resultando em mais de uma centena de mortos e colocando a cidade do Recife nos noticiosos de todo o mundo, é algo que nos preocupa extremamente. No quesito preservação ambiental, a conversa mole é grande, o ativismo também, mas na prática tudo anda precariamente. Pessoas com pouco conhecimento falam, reproduzem o que ouvem, sem sequer pesquisar um pouco para entender melhor a questão.

       Fico eu com o que ouvi numa entrevista de um eminente estudioso do comportamento climático de que a elevação da temperatura das águas do Oceano Atlântico, entre ,15 e 20 graus, e a pressão dos ventos quentes que leva as nuvens para a plataforma continental é o que provoca chuvas tão intensas e tão rápidas, com grande concentração em alguns pontos, acima do comportamento costumeiro e previsível, dando lugar à imprevisibilidade. Num tempo de duas horas, grandes mudanças podem ocorrer no comportamento do clima, sem tempo para a tomada de iniciativas ou decisões rápidas. E, se os fenômenos estão na anormalidade, se há o aquecimento do planeta, é porque o homem não se tem comportado adequadamente. Então, melhor seria o debate mais técnico e menos político, certamente que mais útil e mais produtivo.

       O Governo Federal esteve presente com o Presidente Jair Bolsonaro e alguns ministros de Estado, autorizando ações que envolvem recursos financeiros em favor dos atingidos, com a menção de que todos sejam tratados em situação de igualdade, com as esferas de poder realizando entreajuda. É o mínimo que se espera das autoridades. Municípios, estados e União atuando com sinergia! Como acompanho as anormalidades desde meus tempos de juventude, quando acompanhava as enchentes dos rios Iguaçu e Peixe, entendo que ainda há muita improvisação nos sistemas de defesa civil. Houve uma grande evolução em sua estruturação, mas é um setor que só é levado a sério quando a água chega ao pescoço, quando a corda já aperta. Passado isso, há uma certa acomodação das autoridades, até porque a cobrança popular desaparece. Mas, todos sabemos, os riscos existem, vão e voltam. 500 soldados do exército brasileiro foram deslocados para auxiliar na busca de desaparecidos e recomposição das áreas prejudicadas. Vários estados estão lá presentes para ajudar também.

       Vidas que se perdem – Acidentes nas rodovias, no trabalho rural, nas indústrias e na construção civil ainda são grande pauta dos noticiários em nossa região. Acidentes de trânsito dentro da área urbana de nossas cidades são muito frequentes. É visível o péssimo comportamento de motociclistas e de condutores de automóveis por aqui. Em razão da pressa, ou pelo simples desejo de provocar a adrenalina, quem sai de casa precisa cuidar-se muito para não se tornar vítima dos imprudentes. Ninguém está livre de acidentes, Deus nos livre, mas a reclamação da população é a de que a presença para multas de veículos que estacionam os carros e não têm créditos da Zona Azul é bem maior do que aquela para fiscalizar os que andam colocando a vida das pessoas risco.

       Preço do petróleo extrapolando – O valor do preço do barril do petróleo Brent, que antes da pandemia estava em cerca de US$ 60.00, foi a US$ 82.00 durante a pandemia e chegou a US$ 138.00 no início da Guerra entre Rússia e Ucrânia. Há um mês caíra para US$ 99.00 , mas nesta semana, depois de aumentos gradativos, chegou a US$ 120.00 por barril. Se a questão do Leste Europeu não for resolvida, dado o sistema de preços em paridade internacional, os esforços em reduzir o ICMS nem serão percebidos. Preocupante, pois, exatamente durante os últimos 50 anos, a teoria de que o “aumento da gasolina” eleva todos os outros preços é uma realidade.

      O Blog do Riquetti (www.blogdoriquetti.blogspot.com) atingiu, na quarta-feira, 25 de maio de 2022, 4.000.000 (quatro milhões) de páginas visualizadas. Para um site não comercial, que publica somente poemas, crônicas e artigos do próprio autor, é uma marca que me deixa muito contente. Não é vaidade, presunção, nem prepotência. Não é um trabalho árduo, pois escrever me ocupa, anima, diverte. E constatar que no mundo ainda há muitas pessoas que gostam de ler poesias, é algo muito gratificante.

       Sim, porque as pessoas que têm sensibilidade literária, que sonham, que querem paz e sabem o que é romance e amor, ainda me acompanham. Me "acostumei" com a arte poética, sem me prender a padrões convencionais.  Escrevo porque eu gosto de escrever, mas minha realização é ter quem leia o que escrevo. Consigo, nas minhas crônicas, de caráter social, colocar na web o nome e a história de pessoas que teriam passado pela vida no anonimato. E isso é o que mais me realiza!

       O mundo precisa de muita poesia, muita arte, não precisa de pessoas que pegam em armas e sim das que estampam sorrisos nos rostos, das que movimentam as mãos com leveza, das que oferecem abraços e carinho. O mundo precisa de beijos, de afeto, de harmonia. O mundo precisa de gente que deseja crescer, progredir, sem usar outras como escada para subir. Nós precisamos de tranquilidade, de valorização, de autoestima em alta, de energia, movimento, de desejo de viver.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

 Em 03-06-2022

 

 

Um comentário:

  1. O mundo precisa desacelerar, crescer menos, lucrar menos...Ás vezes, crescer menos quer dizer viver melhor.
    O neoliberalismo nos submete a todos a essa agonia que nos mata, seja nas indústrias, no trânsito e até no lazer.
    E o pior, estamos destruindo nossa casa. Pacha Mama, não aguenta mais e vai, se continuar assim, nos abandonar de vez.
    Todas estas tragédias que vemos pela mídia são ocasionadas, primeiro, pelo número astronômico de humanos no planeta (mais ou menos nove bilhões de seres); pela ganância do capitalismo e pela total falta de planejamento seja ele rural, urbano e por aí vai.
    Não adianta, como disse o arremedo de presidente, jair bolsonaro: "a população poderia colaborar e não construir em áreas de risco" E eu pergunto: Onde está o Estado nesta hora, para orientar e ajudar os mais desfavorecidos? Está ausente,e quando presente, matando nas chacinas pelo Brasil afora....

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