Nunca se falou
tanto em democracia, aqui no Brasil, como na presente década. Toda a cena
montada por Jair Bolsonaro e seus seguidores, em confrontos com o Judiciário, e
todo o ativismo judicial, toda a especulação e a fofoca levam as pessoas a
justificar o que falam e o que escrevem como efeitos da democracia ou defesa da
mesma. Uma chatice, uma perda de tempo, o mundo atual não comporta nenhuma
decisão que não seja a das urnas. Até o morde-e-assopra do Presidente da
República e o do TSE tornaram-se uma chatice insuportável. Quem quer se eleger
precisa de votos e pronto!
Problemas muito
sérios como violência, por exemplo, são pouco debatidos. Os crimes são
noticiados, ficam no contexto polícia e imprensa, vêm as críticas, mas pouco se
vê em termos de iniciativas para a redução da criminalidade. E crianças,
mulheres e idosos continuam sendo vitimadas pelos que se acham machões, por
enciumados e por aqueles que querem dinheiro para comprar coisas ilícitas. Gente
indefesa sendo massacrada e perdendo a vida!
Enquanto isso,
vamos observando a realização de convenções tanto em nível de estados como de
Federação. E a trairagem tem acontecido tanto lá como cá. Cada um conforme seus
interesses. Aqui em Santa Catarina, a convenção do MDB teve duas alas
defendendo suas posições, confrontando-se, uma querendo indicar o candidato a
vice-governador e um a senador, numa composição com o Governador Carlos Moisés,
que busca sua reeleição. Outra, apoiando o ex-prefeito de Jaraguá do Sul,
Antídio Lunelli, que desejava ser candidato a Governador. Até renunciou ao
cargo de prefeito, acreditando que o MDB o lançaria a candidato. Por outro
Lado, Udo Döhler, es-prefeito de Joinville por dois mandatos, colocou-se à
disposição para candidato a Vice na chapa do Governador Carlos Moisés. E a
decisão da maioria dos convencionais foi por aliar-se ao Governador. Sem dúvida
nenhuma, pela capilaridade do MDB, maior partido de Santa Catarina, a
composição foi muito forte. Döhler tem grande liderança na região de Joinville,
sua cidade é o maior colégio eleitoral catarinense e provavelmente o candidato
a vice mais forte nas eleições neste ano.
Porém, restarão
cavacos lascados das suas lenhas. Lunelli ficou muito contrariado com seu
partido. Foi incentivado a candidatar-se, deixou a prefeitura de um dos mais
importantes municípios catarinenses com um terço de cumprimento de mandato e
foi sacaneado pelo próprio partido. E lembre-se, leitor, de que a suplente do
Senador Jorginho Melo, Ivete da Silveira, viúva de LHS, se Jorginho foi eleito
Governador, assume a vaga dele no Senado, efetivando-se como Senadora da
República. Conversei com alguns políticos meus amigos e eles têm o mesmo
pensamento que eu tenho: Vai ter muita infidelidade partidária na parada! Considere-se
que quando um partido forte tem candidato a governador ou presidente, da mesma
forma que acontece quando da escolha de prefeitos, ele carrega junto muitos
parlamentares. É só observar quantos se elegeram por conta da onda Bolsonaro.
Mas isso é pouco
perante o que tem acontecido em Brasília, onde Simone Tebet busca ter seu nome
aprovado na convenção nacional do MDB para disputar a Presidência da República.
O senador Renan Calheiros, que os brasileiros bem conhecem pelos seus malfeitos
em sua carreira política, passou a trabalhar contra a candidatura da mesma,
para que o Partido (partido com sinônimo de rachado), possa apoiar o candidato
do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem na chapa, como vice, o ex-governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e filiou-se ao PSB. Os antes
aliados na CPI da Covid, agora se confrontam por causas de seus interesses. Ela
está no papel dela, deve subir nas pesquisas porque se comunica muito bem.
Mesmo que não se eleja, vai ter seu nome nacionalizado e ainda fica mais 4 anos
lá no Senado, com mais força do que tem hoje.
Economia dando
sinais de recuperação – Há indicativos de que está ocorrendo uma leve retomada
do crescimento e a recuperação do nível de empregos. A limitação do ICMS dos
combustíveis e da energia e o aumento da oferta de alguns produtos ocasionaram
baixa ou estabilidade dos seus preços. Apenas produtos em entressafra, como é o
caso do leite, estão caros, mas com uma perspectiva de baixa a partir da
chegada da Primavera, quando as pastagens voltam a cobrir de verde os nossos
campos. O petróleo Brent, para entrega futura, ficou com seus preços por barril
um pouco abaixo da média do mês em curso, em cerca de US$ 99.00 por barril. A
chegada do Inverno na Ucrânia e na Rússia enseja a desaceleração da guerra
entre aqueles países e isso melhorará um pouco a oferta do produto no mercado.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Riquetti, não é chatice nenhuma falar de democracia, ainda mais, considerando o momento que vivemos no Brasil.
ResponderExcluirA democracia é atacada pela chefe do executivo e sua gangue a toda hora. Temos que escutar seus rompantes golpistas a todo momento. Ninguém aguenta mais.... Prova é a "Carta aos brasileiros" emitida a partir da USP , em defesa daquilo que você chama de chatice. A adesão em peso mostra o sentimento da sociedade que não quer a volta do autoritarismo entreguista, bancado por parte das Forças Armadas (aquele grupo leal às ideias do general Silvio Frota hoje representado por Heleno, Vilas Boas, Braga Neto...)
A maior violência é aquela produzida pelo psicopata que ocupa o Planalto e sua malta ..
Por tudo o que esse sujeito já fez de mal à nação , ao deixar a presidência, deveria ir direto para a Papuda..
Ele é tão necrófilo quanto Hitler - está apodrecendo e seu odor é insuportável.
A destruição de nossas instituições é parte de seu plano
Só não vê quem não quer...
Então falemos de democracia ad nauseam.
Em tempo: os EUA, especialistas em golpes de Estado sinalizaram claramente sua rejeição ao golpe. Será que o psicopata entendeu?