sábado, 22 de outubro de 2022

Onde estão as propostas dos candidatos?



       Temos assistido à pior campanha da história política do Brasil neste período eleitoral. Até as pessoas idosas, aquelas que já viram de tudo na política, estão espantadas com o que têm visto. Baixaria pura, agressões mútuas, os dois candidatos a Presidente da República se digladiando nas campanhas em rádio e TV, nos debates, na internet. E não venhamos querer dizer quem foi que começou, pois essa história veio sendo escrita desde 2016 e a encrenca se avoluma a cada ano.

       O candidato Lula, do PT, segue favorito a levar a vitória. Não são duas pesquisas que indicam isso, mas o agregado de todas elas. Não com a diferença que Datafolha e Ipec mostram, mas o que é indicado pelo agregado de pelo menos 11 delas. Certamente que a diferença de votos entre um e outro não é tão grande quanto dito, mas existe e pode ser de até 5 milhões de votos. Enquanto Lula ataca Bolsonaro pelo comportamento inadequado na pandemia, este tem explorado bem a questão do petrolão. Tanto é verdade que, no debate realizado no domingo, organizado por um pool de órgãos de comunicação, foram os dois principais assuntos.

       Na questão da corrupção, Lula foi provocado pelo atual Presidente e caiu numa armadilha, na não administração do seu tempo, e deixou quase seis minutos do último bloco para Bolsonaro ficar dizendo o que quisesse a respeito dele. A presença do ex-juiz Sérgio Moro no ambiente do debate, informada a Lula pouco antes do início, causou nele um certo abalo, pois estava perceptível o seu desconforto no “terceiro bloco”. Mas ambos são bem experientes e treinados, conseguem agredir-se verbal e moralmente, todos sabem disso. Cada lado acha que o seu candidato preferido foi melhor que o outro. Mas as campanhas deles têm sido um festival de baixarias e acusações, vergonhosamente.

      Para os catarinenses, o panorama político, embora vinculado ao que acontece em nível federal, é bem diferente, graças a Deus. Jorginho Mello, candidato apoiado por Bolsonaro, e Décio Lima, apoiado por Lula, foram bem e exemplares em seu primeiro debate visando às eleições no segundo turno catarinense. Ambos fizeram menções aos seus candidatos a Presidente, pelo PL e pelo PT, mas sua discussão ficou muito mais restrita ao campo estadual e, diferentemente de lá, apresentaram propostas, defenderam suas ideias, disseram como vão fazer aquilo a que se propõem, que resultado esperam ter. Os dois candidatos têm carreiras políticas vitoriosas e formação acadêmica surpreendentemente igual: ambos são formados em Estudos Sociais e Direito. Não foi um debate de compadres, mas o respeito mútuo, se comparado ao que vem acontecendo “lá encima”, é verdadeiro e merece elogios. Enquanto Décio fez sua carreira em Blumenau, iniciado como Professor, Jorginho começou como funcionário do antigo BESC. Natural de Ibicaré, tem domicílio em Herval d ´Oeste. Parabéns a Décio e Jorginho pela postura lúcida e educada, por apresentar propostas aos eleitores, coisa que não acontece na eleição presidencial.

       Luiz Henrique da Silveira, com base eleitoral em Joinville, Norte Catarinense; Raimundo Colombo, em Lages, no Planalto Catarinense; e Carlos Moisés, da Região Sul do Estado, foram os últimos a Governar. Leonel Pavan, que assumiu o Governo, é do nosso Oeste; Eduardo Pinho Moreira, de Criciúma. Há uma assertiva que precisa sempre ser considerada: Quem é da região interiorana, é bem conhecido aqui e se projeta no litoral. Quem é de lá, tem menos caminhada por aqui. Isso favorece Jorginho Mello.

Perdas de joaçabaneses - capinzalenses muito sentidas:  Há poucos dias faleceu, em Capinzal, Clorinda Dambrós, que fez sua carreira profissional a maior parte do tempo em Joaçaba e foi moradora de Helval d ´Oeste. Trabalhava na antiga Acaresc e sempre foi corretíssima em seus compromissos profissionais e sociais. Chegou a ser suplente de vereadora em Ouro, filiada ao PDS. Era cunhada do saudoso Breno Toaldo, político muito atuante em Capinzal. Muito respeitada nas cidades gêmeas do Baixo Vale do Rio do Peixe. Também perdemos, no domingo, Renan Dorini Baretta, filho de Ângela e Anito Baretta Primo, que tocaram,  por alguns anos, o restaurante da UNOESC. Renan deixa esposa e um filho, além de um irmão. Engenheiro Elétrico, exercia sua profissão em Joinville. Aos 34 anos, vitimado por Leucemia. Às famílias Baretta, Dorini e Pelizzaro, nossas mais sentidas condolências.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha coluna no Jornal Cidadela - 21-10-2022

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