terça-feira, 10 de janeiro de 2023

O Adeus ao amigo Benoni Viel

 



Benoni Viel é um dos empresários mais bem sucedidos do Sul do Brasil. Benoni é um excelente marido, que o diga sua esposa, Dona Sueli Spada Viel. Que o digam seus filhos Marcos, Maurício e Alexandre. Que assim o façam suas noras e seus netos. Benoni nos deixou na madrugada desta segunda-feira, dia 09 de janeiro de 2023. Estava internado no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Benoni é meu amigo! Tenho a honra de tê-lo desde a sua juventude e minha infância. Benoni Viel foi, para mim, como se fosse um irmão mais velho, um conselheiro! Seus três filhos foram meus alunos no Colégio Mater Dolorum. 

       Aprendi com ele muitas coisas: Um agricultor precisa usar adequadamente a capacidade das instalações que tem em sua propriedade. O Sul e o Centro-Oeste do Brasil são abençoados para a agricultura, pois temos muitas horas de luminosidade por dia e a umidade suficiente no ar para que nossas plantações produzam e resultem em boa produtividade. Nosso País é abençoado por isso. O ser humano precisa ter família, trabalho e religião. Precisa fazer o bem! Precisa produzir o seu sustento e o de sua família. Uma empresa precisa da presença permanente do dono ou de seus assessores de maior confiança. O Ser Humano precisa ser tratado com dignidade. Benoni, amigão, você foi o cara!

      (Parêntesis:  Eu vivia minha infância, após meus oito anos, brincando nos barrancos e campinhos do Distrito de Ouro, que pertencia ao novo Município de Capinzal. Alguns rapazes da Barra Fria, hoje Lacerdópolis, vinham morar perto de nossa casa, em casa de parentes ou amigos, principalmente nas residências das famílias de Érico e de Raul Dambrós. Benoni Viel, Gomercindo e Rogério Proner, Loireno Tesser... Orvalino D ´Agostini morava na pensão Santa Rita, de minha tia Maria (Lucietti), esposa do tio Vitório Richetti. Roberto Viel na casa da tia Elza (Dambrós), esposa de meu tio Arlindo Baretta. As pessoas vinda da Barra Fria sempre eram bem acolhidas. Iam estudar no Ginásio Padre Anchieta, depois continuavam na Escola Técnica de Comércio Capinzal, ou seguiam para outras cidades e estados.)

       Mas nosso homenageado de hoje é o amigo Benoni. Quando eu era adolescente e ele moço, mesmo estudando em Capinzal ajudava sua família nos negócios da Família, produtores da afamada Farinha de Trigo Horizonte. Ele vinha com uma caminhonete F-350, fazia entrega de farinha de trigo, em sacas de 50 Kg ou pacotes de 5 Kg. Ajudei-os diversas vezes a descarregar farinha do caminhãozinho quando vinha fazer entregas. Os anos foram passando e ele, já tendo constituído sua família, em sociedade com Armando Viecelli e Bridi fundaram, em 1969, a Auto Elite Ltda, uma concessionária de vendas da Volkswagen, ali onde hoje se situa a agência do Banco do Brasil, esquina da XV de Novembro com a Dom Vicente Gramázzio, em Capinzal. Getúlio De Negri, Irani Frare eram os mecânicos mais experientes. Meu irmão Hitoito também trabalhou com eles, juntamente com o saudoso Neto Baretta, o Masson, o Genoval  Braga Ramos, o Cid Nei Baretta, o Segalin, Erondina Moro,  a Helena Sobotka e outros. 

       A Auto Elite foi se consolidando no mercado local, depois microrregional e atualmente está espalhada por Santa Catarina. Benoni sempre me relatava, quando eu o visitava na empresa, sobre a conduta dedicado dos filhos e até de um neto, muito ativos e empreendedores no mercado de automóveis. Ele tinha excelente domínio de suas atividades empresariais, em que atuava no comércio de peças e automóveis, com diversas concessionárias da Volkswagen em Santa Catarina, e no ramo agropecuário. 

       Mas a importância do Benoni para com nossas cidades vai muito mais além dos impostos que sua empresa pagou e dos empregos que gerou. Benoni foi um Ser Humano incrível, participante ativo das causas sociais, um benfeitor de nossas cidades. Participamos, com ele, do Grupo de Voluntários do Hospital Nossa Senhora das Dores, convidados pela irmã Diva Grezele, para ajudar a encontrar saídas para a sobrevivência do nosso Hospital. Fazíamos reuniões às sete horas da manhã, com outros amigos, para buscarmos soluções para arrecadar, para sugerir formas de as irmãos terem uma gestão com maiores resultados, a busca de verbas públicas com projetos para as ampliações, as melhorias e a modernização do Hospital. Inteligente, sensato e criativo, de uma maneira gentil sabia cativar-nos, todos, para que cada um pudesse ajudar dentro das habilidades que possuía. Uma vez recebemos uma Kombi com a lataria reformada, doada por um homem que era grato ao hospital por terem salvo sua filha e o Benoni ofereceu uma reforma completa na parte mecânica e com ela fizemos uma rifa que nos permitiu pagar o décimo-terceiro salário aos funcionários. A sua influência, usava para o bem, e isso é muito meritório. 

       Colaborador de nosso Arabutã Futebol Clube, quando era procurado para ajudar, ele ajudava. Ia ao campo torcer nos dias de jogos, e me dizia: "Sempre falo ao pessoal do Arabutã: Vou ajudar a bancar a vinda de atletas de fora, mas todo o jogador que vier precisa ter sua fé, sua religião, sua Igreja. Não me importa qual seja a sua igreja, católica ou evangélica, mas todo o jogador precisa, ao menos uma hora por semana, sentar nos bancos de sua Igreja, rezar, refletir, conversar com Deus. Isso o ajudará a ter uma família e o ser que cuida de sua família e de suas obrigações sempre é digno e pode viver bem!

       Benoni costumava ligar aos filhos, no domingo, para saber se tinham ou não ido à missa. Se não, cobrava deles para que fossem, nem que à noite, mas precisavam cumprir isso. Frequentava nossa Matriz São Paulo Apóstolo, eram grande colaborador da Paróquia. Tinha amizade com os freis e com a comunidade. Respeitava e era respeitado e admirado. 

       Quando vim embora para Joaçaba, disse-me que eu deveria ficar lá, que lá era meu lugar, que a cidade precisava de mim, que não acreditava que eu ia embora. Expliquei-lhe os motivos e ele compreendeu e me apoiou. Mas, por alguns anos, mesmo ausente da cidade, continuei a participar do Grupo de Amigos do Hospital, junto com ele. Levei-lhe convites para o lançamento de meus livros. Foi no primeiro evento e, no segundo, impossibilitado de ir, passou na Decorshop para buscar um exemplar. Uma vez, há três décadas, numa véspera de Natal, estive em sua empresa, a Auto Elite, e ele me abordou, dizendo que sabia que eu estava com dificuldades financeiras e que não queria que eu tivesse um natal triste, preocupado. Que era para eu dizer de quanto eu precisava para colocar minha situação em dia. Falei que não precisava de nada, que eu resolveria tudo com o tempo, que na colheita do milho eu estaria reorganizado. Insistiu, detectou a minha situação, foi ao cofre e retirou dinheiro suficiente para eu me reorganizar totalmente e ainda para passar umas férias boas com minha família. Falou: "Aqui está! Quando sua situação estiver totalmente resolvida, quando estiver à  frente da máquina, venha aqui, entregue os valores para um de meus filhos e apenas recomende que me avisem que você me pagou!" Assim era ele. 

       Uma vez, em meados da década de 1980, fomos convidados para o Encontro dos Casais do Diálogo, em Florianópolis. Fomos eu, a Miriam, ele e a Sueli. O Alexandre, ainda criança, foi conosco e não estava bem na viagem. Fomos parando para ele se recuperar. Lá, visitamos a república em que estavam seu filho Maurício, o Altair Pereira e o Vítor Faccin. O Alexandre ia ficar lá enquanto estávamos em nosso curso. Essas ocasiões nos possibilitam conhecer o lado mais humano e espiritual das pessoas. A partir disso, nossa amizade ficou ainda maior do que já era. Nos encontramos em casamentos, jantares, eventos de toda a sorte, e sempre cultivamos uma grande amizade. Gostava de política, mas não de expor-se. Era vereador do Município de Capinzal quando Ouro se emancipou e defendeu com competência o processo de emancipação. 

       Foi um grande líder empresarial, atuando na CDL, onde foi presidente por 3 gestões. Com sua liderança, a CDL tornou-se uma das entidades empresariais mais atuantes e representativas em Santa Catarina. 

       O grande legado de Benoni é um conjunto de bons exemplos como pessoa que respeitava o ser humano, dedicava-se largamente à família, empreendia com maestria, vivendo honestamente e valorizando seus colaboradores e prestigiando a comunidade em que estava inserido. 

        Aos seus familiares e amigos, nossas mais sentidas e sinceras condolências. 


Euclides Riquetti e Família

10-01-2023       

Um comentário:

  1. Boa noite, professor Euclides, magnífica homenagem para nosso eterno amigo Benoni Viel, Um homem, bom. Fraterno abraço para todos os familiares. Miriam Carmignan

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Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!