segunda-feira, 22 de maio de 2023

Em tempos de comunicação vexatória, frases marcantes!


                                                        Marcos Valnei - locutor de rádio 

 

      Temos ouvido tanta bobagem sendo dita, tanta coisa feia saindo da boca de pessoas, e isso vale para políticos, artistas, comentaristas, interneteiros e toda a sorte de gente que quer dizer alguma coisa, com acentuado e frequente atentado ao vernáculo, que volvo meu pensamento para algo que escrevi, um dia, no Blog do Riquetti, e que, diante do quadro atual, torna-se atual e até relevante. Vejam isso:

       "Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro." (José Granado, leitor de um site noticioso, comentando uma notícia de que um casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São Paulo para Nova York em 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que o  avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, antes de rumar para NY.

 

       Belas frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos e pensadores. Podem vir de pessoas simples, peças publicitárias, simples comunicadores de rádio ou TV.

        Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro.  Aquelas propagandas das Casas Pernambucanas  cantadas, por exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar, e não vou sentir/O inverno passar". Certamente que você, o leitor madurão, deve ter ouvido isso...

           Ivo Luiz Bazzo, duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia: "Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.

         O próprio prefeito Bazzo me contava de uma frase que  Sebastião Félix da Rosa, filho de escravos, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro Navegantes,  costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na FAFI, em União da Vitória, nos falava de uma pequena paródia que fizera da famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores" para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.

           Como a beleza das frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda, atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa faixa colocada perto de minha casa, em Ouro: "Nós movemos as pedras para construir seus sonhos"... Quanta beleza numa frase para fazer propaganda de pedras britadas. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Outra, vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, Marcos Valnei, que ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, dizia: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades". Marcos Valnei aposentou-se nesta semana dos serviços de comunicação na emissora onde trabalhava. Numa homenagem havida no programa Rádio Contato, uma mensagem de sua mãe, curta, objetiva e tocante;  e outra de um filho, com uma linguagem simples, mas comovente e mensagem muito criativa. Felicidades, Valnei!

Euclides Riquetti – Escritor –
www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

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