Enchentes, guerras, terremotos – sensação de terra varrida!

       As notícias ruins se sobrepõem às outras num átimo. A avidez por narrativas contestáveis de uns apadrinhados pela “grande imprensa nacional”, aquela tendenciosa, perde espaço enormemente em razão de outros acontecimentos de significativa importância, não apenas para os brasileiros, como também para toda a humanidade. O planeta Terra está em turbulência.  A desgraça vem por terra, céu e ar!

       Em menos de uma dezena de dias, aquelas enfadonhas e modorrentas notícias de CPI disso e daquilo, aquelas futricas enodadas, aqueles protagonismos de figuras de notória capacidade de ir tomando conta de tudo, mesmo as desgraceiras do futebol que apaixona e, por conseguinte, gera conflitos, tudo passa a ser secundário, dando lugar a eventos singulares, mas de abrangência e efeito plural: Médicos são assassinados, por execução, no Rio de Janeiro; milicianos do Hamas atacam Israel e a faixa de Gaza se torna palco de grande derramamento de sangue; um terremoto abala o Afeganistão, deixando um cenário de destruição e morte.

       Aqui no Sul, depois de todas as calamidades ocorridas no Rio Grande do Sul, onde dezenas de pessoas perderam a vida, e milhares de famílias os seus bens, agora os fenômenos climáticos, com toda a sua força de adversidade, atingem Santa Catarina. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, vivemos uma situação calamitosa, com precipitação pluvial acima da média, enchentes, ventos, granizo, destruição. O ocorrido no estado gaúcho, no entanto, foi uma grande alerta para os catarinenses, e as ações de redução dos impactos e as mitigações fizeram com que se perdessem os bens, mas se salvassem vidas.

       A Defesa Civil catarinense, órgão que vem se estruturando fortemente no presente Milênio, com sua capacidade de comunicação altamente didática, agiu na emissão de alertas de segurança e realizou em excelente trabalho para que a população entendesse a gravidade da situação e se organizasse de maneira a preservar a vida. Mesmo nas cidades aqui do Meio Oeste, com todas as ocorrências tão graves, houve perdas materiais, mas preservou-se a vida humana. O próprio governador Jorginho Mello esteve sempre à frente de tudo, sendo um Governo presente e solidário.

       Percorri estradas de alguns municípios da região e eu mesmo constatei os estragos que o excesso de águas provocou. Vai um bom tempo para que os municípios consigam recuperar as avarias nos leitos das mesmas. Também, é possível ver que já não se colabora mais como antigamente em relação à sua preservação. Espera-se tudo das prefeituras. Se cada um, ao menos, tirasse um poucos dos entulhos que se acumulam nas bocas dos bueiros, evitar-se-ia que ocorram problemas nas novas chuvas. Em termos de Joaçaba, verifica-se que a reforma na drenagem urbana, dando maior espaço para o curso das águas pluviais, evitou aqueles antigos problemas que se sucediam em eventos adversos assim. Algumas intervenções, como por exemplo nas proximidades das empresas Planalto e Bonato, na ida para Luzerna, precisam ser encetadas.

       Virou notícia no mundo a ação dos  milicianos do Hamas, que dominam a Faixa de Gaza, que atacaram Israel ao Sul da mesma, enquanto os fanáticos do grupo Hezbollah ameaçam pelo Norte de Israel, abrigados no Líbano. Num ataque surpresa, desafiando o Serviço de Inteligência de Israel, os milicianos do Hamas invadem este país com lançamentos de mísseis contra alvos civis, sequestram civis e os levam para seu território de domínio, assassinam, desafiam o mundo, destilam seu ódio contra os judeus. Uma guerra que vem de longe, se reaquece e toma a atenção de todos, não apenas pela maneira como agem, pelo que pensam, mas também porque se sabem quais os efeitos que tem sobre o comércio e os preços do petróleo no mundo. Há 40 anos, já vimos isso acontecer com Israel e sabemos de o quanto influenciou o mercado do ouro negro, com os preços do petróleo crescendo exorbitantemente.

       O que é a Faixa de Gaza? – oficialmente, "A Faixa de Gaza é um pequeno território situado no Oriente Médio. Possui uma faixa litorânea, a oeste, de 40 km, com saída para o mar Mediterrâneo, e faz fronteira com Israel e com o Egito. A Faixa de Gaza integra o território da Palestina e abriga uma de suas maiores cidades, Gaza. A população nessa região é de, aproximadamente, dois milhões de habitantes, o que a torna densamente povoada. O território é muito pobre e enfrenta severos problemas estruturais, além dos constantes conflitos, que agravam ainda mais a sua situação."

       Terremoto no Afeganistão -  Mais uma tragédia, com cerca de 2.500 mortos e 9.000 feridos. Um desastre natural que atinge um país já semi-destruído pelas guerras. Porém, o conflito ocasionado pelo Hamas fez com que as atenções dos noticiosos mundiais pouco se referissem a essa tragédia.

        E assim vai caminhando a Humanidade!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba SC

12-10-2023