sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Algumas considerações sobre os idosos e seu dia.

          O Dia Internacional do Idoso foi comemorado ontem, primeiro de outubro. Foi instituído, pela ONU, em 1991.  No Brasil, temos o "dia nacional", desde 1999. O que comemorar e o que lamentar?

        Para quem já passou dos 60 anos de idade, há muito, sim, o que comemorar. Primeiro, porque se viveu por um bom tempo.  Eu quero viver muito mais e  me cuido para conseguir isso. E, ainda, com qualidade, fazendo para isso meu "dever diário", que é caminhar ou correr, fazer exercícios físicos, ter alimentação saudável, ler e escrever muito, pensar, imaginar, criar algo, resolver questões relacionadas a minha vida e ajudar a resolver as dos meus familiares. Estou aprendendo a pintar em telas, utilizando tinta acrílica. Provavelmente, chegarei aos óleos. E, penso, todos os cidadãos, homens e mulheres que tenham atingido esta idade,  e fizeram sua parte, devem comemorar, muito.

          Há, também, muitos programas oficiais de apoio a eles. Os municípios têm atividades sociais e preventivas de saúde a lhe oferecerem, com recursos próprios ou mesmo da União e dos estados. A presença das assistentes sociais nas prefeituras é uma realidade e elas conseguem dinamizar muitas ações em favor dos idosos. Alguns, de baixa renda, até conseguem viajar de ônibus sem pagar, porém nem todos, ou pagar meia entrada em eventos culturais e nos cinemas.

          Mas o "a lamentar" também precisa  ser lembrado e colocado para reflexão. Veja, leitor, leitora, a situação difícil dos aposentados do INSS. Quase que todos, não fosse o apoio dos filhos, (o que é uma obrigação Constitucional, diz respeito ao direito da família), não conseguiriam sobrevir com o que ganham, principalmente os que precisam pagar aluguel da moradia, ou condomínios, contas de luz, água, telefone, medicamentos, consultas com especialistas, etc., etc.

        E, ainda, há que se ressaltar o desrespeito que acontece em relação a eles, como por exemplo os que ocupam, indevidamente, as vagas que lhes são reservadas nos estacionamentos, tanto nas vias públicas como que em locais privados. (O mesmo fazem com relação aos deficientes físicos...).

          Há a previsão de que, em 2015, o número de idosos ultrapasse o de crianças no Brasil. E isso é natural e lógico, pois estamos vivendo mais anos e as famílias estão tendo número menor de filhos. Gosto de acompanhar estatísticas e isso é bem perceptível e real.

          E a história dessas pessoas... a experiência... tem valido alguma coisa? Estão aproveitando todo o capital  intelectual e cultural dessas pessoas para ajudar a sociedade a se tornar melhor? Muito pouco, infelizmente.

          Com poucos filhos e uma geração de idosos crescendo muito, haverá o tempo em que eles não terão mais quem os conduza para os locais de que precisam, como, por exemplo, irem ao banco receber sua aposentadoria, ao posto de saúde, ao mercado, à farmácia, e a outros lugares. Terão dificuldades em se locomover e mesmo em se movimentar. Caberá ao Poder público prover-lhes essas faltas. Imagino que, num futuro breve, venha a existir transporte público EXCLUSIVO para idosos e que, no interior dos veículos, haja monitores sociais para orientá-los. Inclusive, pontos diversos nas cidades onde possam ser deixados e outros monitores os levem para os seus locais de interesse e os levem de volta ao ponto para que possam voltar para casa com segurança.  Continuar a fazer essas atividades os tira de casa e isso os ajuda a viver.

          De qualquer forma, cada um vai levando sua vida como pode. Mas não devemos ficar esperando que tudo caia do céu. Trabalhar quando se tem ainda energia e se programar uma velhice com dignidade (e lutar por isso), é de fundamental importância. E, ainda, participar de trabalhos de voluntariado ou de ocupação e inserção social e cultural, apoiando ou frequentando entidades que têm compromisso com o ser humano. Faço parte da Família SESC aqui em Joaçaba, onde, duas vezes por semana, tenho aulas e confraternizo com os demais.  Repito: Faço minha parte.

Parabéns, cidadão, cidadã, pelo seu dia!

Euclides Riquetti
02-10-2015

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