terça-feira, 26 de junho de 2018

Política e Copa em estado desinteressante


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       Dois assuntos que, normalmente, ocupam as manchetes nos meios de comunicação são o futebol e a política. Neste ano, ambos não têm motivado os brasileiros ao interesse. De fato, são assuntos em “estado desinteressante”.

         Nós, os brasileiros, tivemos uma forte decepção em 2014, quando a Copa do Mundo de Futebol foi realizada aqui no Brasil. Além de uma vexatória derrota por 7 a 1 diante da Alemanha, vimos as notícias que foram se sucedendo, mencionando os casos de superfaturamento nos valores das construções dos estádios e a corrupção  reinante na administração pública. Costuma-se dizer que as derrotas são pedagógicas mais do que as vitórias. Sou obrigado a concordar com quem afirma isso.

       Se dermos uma observada nas vitrines das lojas de nossas cidades, ou mesmo nas fachadas das casas, pouco ou nada vemos em termos de motivos alusivos à Copa. E não é apenas pelos 7 a 1 de há 4 anos, mas é que há uma maturidade crescente nas pessoas que gostam de futebol. Sabem que os jogadores de futebol ganham fortunas e não devolvem aos torcedores a contrapartida esperada em termos de rendimento.

       O futebol está nivelado, não existe mais clube bobinho, nem seleção bobinha. As facilidades de comunicação possibilitam que todos vejam muitos jogos, em todas as partes do mundo. Joguei bola até meus 55 anos, fui de presidente a treinador no âmbito amador. Embora muito se fale, não houve evolução tática, mas apenas algumas invencionices. Os treinadores têm muitas teorias em mente, os jogadores são mais preparados para dar entrevistas, mas os erros cometidos são os mesmos de sempre.

       Observei bem as seleções nos jogos da primeira rodada. As equipes ficam tocando a bola atrás, esperando uma oportunidade para atacar. Vão para um lado, voltam para o outro, falta-lhes arrojo e acabam perdendo a bola sem sequer terem tentado o chute a gol. Na bola parada, não temos um batedor que nos dê grandes esperanças. Pra quem já teve Didi, Rivelino, Nelinho, Éder Aleixo, Zico, Roberto Dinamite, Branco, Roberto Carlos e outros, é decepcionante ver a capacidade de chute dos atuais jogadores. E tem mais: sempre tive treinadores que diziam:  “a bola dentro da área pequena é sempre do goleiro”, que normalmente tem considerável estatura e ainda conta com os braços para alcançar a bola. Outra: “Quando a bola está em nossa área, dá-se um bico e manda-se pra longe, evitando perdê-la e tomar gol”. No jogo do empate da nossa seleção diante da Suíça, primeiro a zaga deu toquinhos dentro da área, em vez de afastar a bola, gerando um escanteio. Depois, na cobrança,  o goleiro não deu o grito: “É minhaaaaa”!, costumeiro em arqueiros que mandam em sua área e saem para pegar os soquear a bola. Ainda, falta ousadia aos atacantes, joga-se com um meio-campo inflacionado de jogadores e deixa-se um atacante escondido em meio a grandalhões adversários. E ainda temos alguns torcedores fiasquentos fazendo asneiras por lá. Criados num país em que impera a indisciplina, pensam que em todos os lugres do mundo há bagunça e desrespeito como há aqui. Na segunda rodada, o Brasil venceu a Costa Rica por 2 a 0. Mas os gols de Philippe Coutinho e Neymar Jr foram anotados nos acréscimos do jogo.

       Na política não é muito diferente: escala-se para os cargos pessoas que a população quer ver de costas, mas vota neles. E se compõem equipes de assessoria muito desqualificadas, que pouco ajudam a quem as emprega. A decepção é tão grande quanto é com o futebol. Então, aguardar que tudo passe logo e que o ano não seja perdido... E ficar de olho nos projetos em votação nas esferas da administração pública, para não sermos enganados, como já o fomos outras vezes.

Euclides Riquetti – escritor – membro da ALB/SC
26-06-2018


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