sábado, 6 de março de 2021

O negacionismo exacerbado e a curva da morte

 


Lembra? João Doria Jr, Governador de São Paulo e Jair Bolsonaro, Presidente da República.

       A curva da morte da Covid 19 em ascendência gera revolta nas pessoas sensatas. Um negacionismo exacerbado, protagonizado por quem deveria ser bom exemplo para os cidadãos brasileiros, é um fator de influência muito negativa no comportamento das pessoas. Como resultado, mais mortes, mais transmissão do novo coronavírus, mais desgraça, mais desesperança. Um líder autêntico e responsável deveria abandonar sua esquizofrenia ideológica e tornar-se um aliado do povo, não um negacionista. Todo o radicalismo é nefasto, toda a fala pessimamente colocada é um fósforo num galão de gasolina.

       O Presidente da república, Jair Bolsonaro, vive uma paranoia própria e singular. Negacionista extremado, tem seguidores fanáticos em todos os cantos do País. Sabedor de que quem elege ou reelege presidentes é a situação da Economia, principalmente nos dois últimos anos de mandato, atira, desesperadamente,  contra todos os que se posicionam contrários ao seu pensamento, não importa se sejam os oposicionistas ou mesmo os seus mais fieis companheiros. Só considera aliados os que rezam pela sua cartilha, sem restrições. A última dele foi negar o uso da máscara pelos cidadãos. Deveria, sim, incentivar que todos tomassem os devidos cuidados para não contaminar e nem serem contaminados.

       Com o auxílio emergencial, que até os opositores sabem que é necessário para colocar o dinheiro em circulação e ajudar a manter a economia andando, conseguiu para si a simpatia das pessoas mais pobres, aquelas que sempre ficam ao lado de quem lhes dá algo. E o Governo lhes deu de nosso dinheiro, dos altos impostos que pagamos, da tabela não corrigida do Imposto de Renda, do tira muito e do pouco dá em troca. O auxílio emergencial caiu como uma luva para que Bolsonaro se sustentasse no cargo ou tivesse razoáveis índices de popularidade.  Há uma série de coisas boas que seu governo vem realizando, mesmo o Ministério da Saúde, sujeito a críticas, está cumprindo um trabalho satisfatório no combate à Pandemia. Não se pode imaginar que o que o Ministro da Saúde faz, as decisões que ele toma, sejam de sua pura iniciativa. Reza pela cartilha do chefe, age a seu mando, acho que até faz melhor do que pode ou lhe é permitido fazer. A indecisão, a demora em contratar o fornecimento de vacinas para o Brasil, foi um vacilo imperdoável. Acharam que na primavera, com o fim do frio hiemal, a situação ficava resolvida. Ledo engano!

       A situação insustentável a que nos subtemos agora, a partir de Chapecó e Xanxerê, é fruto de nosso próprio comportamento avesso. Aqui em Joaçaba e microrregião, bem como em todo o  território catarinense, parecia que tudo estava resolvido, afrouxou-se a fiscalização, dava a impressão de que,  com o início da vacinação, não haveria mais retransmissão da doença, mesmo que apenas uma minoria diminuta tenha sido vacinada. A falha no efetivo combate à pandemia vem em todos os níveis, nos municípios, estados e União. Para se ter uma ideia da real gravidade da situação, vejamos que, há poucos dias, estávamos recebendo pacientes de Manaus para ocuparem leitos de UTI em Florianópolis. Pois, na terça-feira, Santa Catarina entrou em colapso  no sistema de saúde e  passou a transportar seus pacientes para o estado do Espírito Santo, em razão de não haver mais vagas nas UTIs dos hospitais catarinenses. Nos últimos dias, vemos aviões passando  no céu de nossas cidades, os quais transportam doentes do Oeste para o Litoral.

       Se a curva da morte vai em franca ascendência, a da alta dos preços dos combustíveis segue a toada. O lucro pelo lucro, o extraordinário desempenho da Petrobrás, tem deixado os especuladores cada vez mais ricos, e os trabalhadores cada vez mais pobres. E a “grande imprensa”, que deveria cumprir sua função social de defender a sociedade, trabalha, cada vez mais, em favor de quem não gera empregos e leva nosso dinheiro embora pela especulação. O jogo da conveniência e dos interesses é maior do que o sentimento e a responsabilidade. Um se omite, outro também, formam um discurso (que agora se convencionou chamar de narrativa), a corrente vai crescendo e nossa mente manipulada.

Joaçaba – Nossa cidade perdeu o empresário e carnavalesco da GRES Aliança, Carlos Fett, que estava com doença severa e foi acometido de Covid 19, hospitalizado que estava em Porto Alegre. Lamentamos a partida desse cidadão que muito fez não apenas pela sua escola de samba mas para outros setores de nossa sociedade. Deus o tenha no Reino de Sua Eterna Glória!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Um comentário:

  1. Hoje concordo, de ponta a ponta, com teu comentário. É isso que as pessoas precisam entender, desta forma.
    Precisamos ser objetivos, evitar rodeios, o momento é muito grave.
    Li hoje ortigo escrito pelo teólogo Leonardo Boff, muito aflito, no qual afirma a necessidade de intervenção internacional no Brasil, para afastar o criminoso que mora no Planalto.
    Penso como Leonardo Boff - as instituições e a sociedade estão paralisadas - só desse forma para resolver...

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