quarta-feira, 5 de maio de 2021

Revelando o Segredo do Bolo de Aniversário na Escola Professor Guerino Riquetti, em Ouro.

 

Na foto> Naiara Zanini (Secretária da Escola),  Euclides Riquetti (Convidado),  Euclides Pereira (Diretor de Educação), Edineia Rech Schlindwein (Secretária Municipal de Educação), , Andreia Simone Rech (Diretora  da Escola) , Márcia Pereira (Orientadora Pedagógica), Josiane Garcia (Psicopedagoga), Aline Maia (Psicóloga), Jucilene Sarmento (Orientadora Pedagógica). 

       Estive na terça, 04 de maio, revisitando a Escola Municipal Professor Guerino Riquetti, no Bairro Nossa Senhora Navegantes, em Ouro. Na oportunidade, reencontrei alguns antigos colegas, que foram meus alunos e se tornaram professores, novos amigos e ainda aluninhos que nasceram depois que eu vim morar em Joaçaba, a maioria filhos ou netos de ex-alunos meus. Também conversei com as Agentes Coloir Bartezal e Noeli Tomão, minhas amigas.  

       O objetivo era participar da comemoração dos 30 anos da Escola Municipal Professor Guerino Riquetti, que construímos e inauguramos há três décadas. Foi uma alegria rever meus amigos e poder conversar com todos, chamá-los pelo seu nome, trocar ideias. Falei-lhes sobre a história do Bairro onde ela se localiza, um loteamento implantado pela Urbanizadora Nossa Senhora dos Navegantes, de propriedade do Senhor Sílvio Santos, prefeito de Capinzal, a que o Ouro pertencia antes de sua emancipação, em 1963. 

       Ali poucas casas havia, algumas pessoas utilizavam a área mais plana para plantar algumas culturas. Minha família plantava batata doce, mandioca e pipocas. Meu pai e minha mãe realizavam o plantio e eu e meu irmão mais velho, o saudoso Ironi, íamos com uma enxadinha para retirar os tubérculos da terra.

       Mas a curiosidade de todos ficava por conta da adivinhação do Segredo do Bolo. Confeitado pelo Adriano Bauermann, da Padaria e Confeitaria Santa Lúcia, com cobertura branca, continha detalhes das cores da nossa escola, azul e amarelo. Fiz suspense, contei uma história relacionada ao conteúdo secreto. Discorri um histórico sobre a vida de meu pai em Caxias do Sul, a vinda para Linha Bonita, no antigo Distrito de Rio Capinzal, depois no Seminário São Camilo de Iomerê e no São Camilo da Vila Pompeia, em São Paulo. Falei da fuga dele do seminário, da sua vida clandestina em São Paulo, durante a Segunda Guerra Mundial, da volta dele com um mascate até Linha Bonita, onde conheceu minha mãe, Dorvalina Adélia Baretta, com quem se casou. Por não ter trazido os documentos, mesmo tendo iniciado a Filosofia em São Paulo, estudou num curso complementar e depois o antigo Normal, hoje Magistério, no Mater Doorum, em Capinzal. Professor em escolinhas da zona rural, depois em grupos escolares, tendo sido Diretor no André Rebouças, da Barra do Leão, e na Sílvio Santos, em Ouro. 

       Após os 50 anos, voltou à Faculdade, a Fafi, em União da Vitória, onde cursou Geociências, curso sucessor ao de Geografia. Numa das aulas, havia um professor dele, o Arbus, que vinha de Curitiva e aterrorizava os alunos do curso de Pedagogia, lecionando-lhes Estatística nas noites das sextas e nas tardes de sábado. Era tão terrível e temido, que antes mesmo da hora de início das aulas, às 13,30 do sábado, já disponibilizava as provas aos alunos. E dava prazo para que terminassem às 18,50 h, pois ele tomaria o ônibus da Estrela Azul, ali perto, na Rodoviária, para voltar a Curitiba. Os alunos ficaram apavorados com o nível das provas dele.

       Numa sexta-feira à noite, deu aulas para meu pai, que estava no Primeiro Ano. Meu pai tinha gastrite e por isso colocava uma bala de menta ou hortelã na boca enquanto participava das aulas. Era profundo conhecedor de História e Geografia, certamente mais do que seu jovem professor. Este, implicou com meu pai dizendo que ele estava mascando chicletes e que se fizesse isso seria mandado para fora da sala. Uma prepotência desse professor que, ao meu ver, pela insegurança de sua pouca experiência, tinha que mostrar seriedade e autoridade de alguma forma. Meu pai ficou muito revoltado e depois me contou de sua indignação e revolta. falei-lhe sobre o terrorismo que tal professor fazia com os alunos e ele entendeu. 

       Então, retiramos um invólucro do bolo, na parte lateral e dentro estava o segredo que eu lá colocara: UMA BALA DE MENTA!

       Há duas semanas, fui até o Mercado Masson, no Ouro, comprei balas, pedi ao Valdovino um pedacinho de papel branco, que usa para anotações. Enrolei a bala, fui à padaria, pedia uma caixa de fósforos vazia ao Adriano, coloquei a bala dentro. E, depois, embrulhamos num plástico filme. Ninguém, além de mim, sabia qual era o segredo do bolo. Sob a curiosidade de todos, o menino que vendeu cinco listas de adivinhações e eu apresentamos o conteúdo aos presentes, a bala. 

       Sete pessoas adivinharam o que estava contido no bolo,  então foi sorteado um deles para ser o premiado, recaindo a escolha para a Senhora Neide Zanol Masson, do Mercado Masson. Vejam bem: a bala saiu de lá e para lá voltou. Na entrega do bolo, tiranos fotos com Pedro Otávio da Rosa, que foi quem vendeu o palpite  para a ganhadora, sua mãe Naiara Zanini, Dona Neide , e Valdovino Masson, seu marido.  Dona Neide fez doação do bolo para a própria escola, para que fosse compartilhado dentre os alunos da mesma. Coincidente, quando eu estava lá no mercado, foram entregar o bolo, então posamos, juntos, para  uma foto. 

Foi uma alegria poder fazer-me presente na escola que leva o nome de meu pai. Feliz aniversário para toda aquela comunidade escolar!


Grande e carinhoso abraço em todos!


Euclides Riquetti

05-05-2021

       

       


  Disse mais ou menos assim:

       "Meu pai estudo


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