Dia do Professor – Quase nada a comemorar, muito a lamentar!

 

Escola Prefeito Sílvio Santos - Ouro - SC - Lecionei Português e Inglês ali de 1980 a 2008

       Nossas cidades têm crescimento social, econômico, intelectual? Isso aconteceu simplesmente porque as pessoas nasceram e foram fazendo as coisas apenas baseando-se no que viram os outros fazerem?

      Ora, assim fosse, as pessoas que vivem isoladamente não estariam inseridas no contexto social em que vivem. Até a maioria das tribos indígenas fizeram seus filhos aprenderem a ler e a escrever. E estes, por sua iniciativa, buscaram ampliar seus conhecimentos, chegando a cursar universidades. Também se ligaram no domínio do uso de tecnologias, estão melhorando seu nível de autonomia. Devem ir fugindo de toda a espécie de tutelagem. Não é correto acharmos que eles precisam viver primitivamente. Eles são inteligentes, e, embora considerados juridicamente incapazes, sabem muito bem o que é bom para eles mesmos.

      O professor, em todas as cidades, estados, países e continentes, tem papel importantíssimo na maneira como os povos buscam se conduzir. E o Pedagogo, aquele que conduz o ser pueril, precisa ter muita preparação e agir com muita responsabilidade.

      A maioria dos municípios aqui de Santa Catarina já possibilitou um plano de carreira aos seus professores. Nosso estado, porém, tem passado sistematicamente a perna nos professores. Vou citar alguns casos que precisam ser relembrados: Vilson Kleinubing ferrou a classe. Era meu amigo pessoal e companheiro na política. E a propaganda era tanta, que a população pensava que ele realmente estava ajudando o magistério.  Luiz Henrique a Silveira tinha a fama de tratar bem os professores de Joinville. Na sua campanha, falou que equipararia os professores da rede estadual aos de sua cidade. Ferrou com todos e era marketeiro de si mesmo. Foi bom para os que ocupavam cargos em comissão, apenas!

       Agora, o Comandante Moisés, bombeiro de origem, alardeou que iria deixar os professores com altos salários. A grande maioria dos deputados da Assembleia Legislativa aprovaram a sua Reforma Previdenciária. Disse que, com os aumentos dados, todos ficariam bem. A vida melhorou apenas para os professores admitidos em caráter temporário. Para os efetivos, R$ 100,00 a mais na folha de pagamento. Aguardam a descompactação da tabela de vencimentos. Para os aposentados, aprovaram o desconto de 14% na folha. Propusemos que fosse com percentuais progressivos ou uma faixa de isenção de pelo menos três salários. Aprovaram apenas para um...

       Os descontos ainda não começaram a acontecer. Todos estão com os salários defasados, tudo está ficando muito caro, desde os alimentos, passando pela conta de luz e chegando aos combustíveis. No mínimo, deveria haver uma reposição que cobrisse o estelionato do desconto e recompusesse o poder aquisitivo. Dou-lhe o benefício de minha ignorância. Espero que eu esteja enganado e que, antes do fim do ano, eu seja devidamente desmentido. Se isso acontecer, serei o primeiro a elogiar Sua Excelência.

       CPI chegando ao final – Renan Calheiros, que um renomado jornalista catarinense chama de Canalheiros,  protagoniza mais um de seus costumeiros fiascos. No afã de continuar a se promover politicamente com a desgraça, saiu vazando informações de seu relatório da CPI da Covid para a imprensa e redes sociais. Isso antes de a Comissão aprovar o conteúdo. Foi fulminado até pelos seus companheiros da Comissão, inclusive pelo presidente Senador Omar Aziz. Pois que o Ministério Público, o TCE e a PF façam o seu trabalho e que o que for relatado seja milimetricamente analisado. Que os culpados sejam punidos severamente, não importa sua condição política, econômica ou seu status social. E que os inocentes processem os senadores que os tenham desmoralizado. Os inocentes, não os culpados!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com