Do outro lado de uma densa negra parede
Que eu transponho com minha imaginação
Corpos entregam-se com volúpia e sede
É o desejo tácito e indolor de uma paixão.
Um tanto além de onde meus olhos chegam
Mistérios esperam para serem desvendados
Ocultos, incógnitos, para que não se os vejam
Como diamantes negros sutilmente lapidados.
Por mais espessos que sejam seus concretos
Nada pode impedir que passe o pensamento
O imaginar tem a força dum gigante desperto.
E, se o amor estiver sendo cantado em versos
Vai como o ímpeto do ventar mais violento
Como quando varre a areia fina dos desertos.
Euclides Riquetti
28-06-2022
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