sábado, 2 de julho de 2022

A invasão à privacidade humana – Falta de Respeito!

 



       A privacidade, mais do que um direito legal, é um direito natural do ser humano. A exposição ao ridículo, também, é uma agressão violenta ao ser humano. Em ambos os casos, e em muitos outros, configura-se a falta de respeito. E, a eliminação de seres que não podem se defender, é um crime.

       Uma notícia vazada em Santa Catarina, deu-nos conta de que uma menina sofreu estupro,  e uma juíza,  mais uma promotora da Vara da Infância,  a aconselharam a não abortar a criança, pois que a gravidez já apresentava 29 semanas e já não seria a eliminação de um feto, mas sim de um pequeno ser já formado. A questão já vinha sendo tratada 5 semanas antes no âmbito judicial. Muita gente atirando pedras na juíza, prejulgando-a, sem sequer conhecer o caso a fundo, apenas baseando-se num áudio vazado. Críticas baseadas em uma informação fracionada, fora do seu contexto.

       Uma semana depois, outra informação vazada, de que uma jovem atriz brasileira, que sofrera abuso sexual, teve o bebê e colocou para adoção. Muita especulação, a exposição da jovem em todas as mídias possíveis, uma agressão ao ser humano. Mas teve a criança, que deu em adoção regular.

       Duas situações que têm uma origem semelhante, mas uma condução diferente. No primeiro caso, por ser uma infante, não houve divulgação do seu nome. No segundo, por ser uma pessoa com alguma notoriedade no meio artístico, e sendo maior em idade, saiu a divulgação, com foto da mãe e tudo.  Falo dos fatos e preservo as pessoas, pois meu objetivo não é dar mais espaço a situações que nem deveriam ser trazidas a público, mas devo perguntar, primeiro, por que não foram atrás de identificar o perfil dos estupradores, a idade, a ocupação, qual o contato que tinham com suas vítimas, inclusive dar-lhes o direito de se explicarem, se bem que no caso da infante, sendo consensual ou não, o ato cometido foi ilegal. E ainda como as famílias tomaram conhecimento dos fatos, quanto tempo levaram para tomar a decisão sobre o que fazer diante da situação difícil, que ligação tinham com os acusados.

       Agora que a merda foi jogada no ventilador, e espalhou-se pelos ambientes mais nefastos da comunicação, principalmente por ter sido politizada, por haver sido enquadrada como questão religiosa ou ideológica, as autoridades têm obrigação de apurarem todos os fatos precedentes e os consequentes, porque a sociedade não pode ficar apenas na opinião de alguns que têm o privilégio de serem alimentadores de informação aos meios de comunicação. Que apedrejaram pessoas que tentaram ajudar, como foi o caso ocorrido com duas pessoas do judiciário catarinense. Opinião sobre fatos e acontecimentos, as pessoas podem ter. Mas emitirem prejulgamentos, sem antes verem apuradas as verdades, é agir muito mal.

A distribuição de renda no Brasil – Mais do que um intento positivo, os projetos de distribuição de renda no Brasil sempre tiveram mais preocupação político-eleitoral do que social. Sarney com seu “tudo pelo social”, FHC com seus programinhas de ajuda na conta de luz e gás, Lula com as bolsas e, agora, Bolsonaro, com auxílios sociais, muito preocupado com sua reeleição. Todos programas com solução paliativa, jogando a encrenca para a frente, empurrando com a barriga. É por isso que sou contra as reeleições, que poderiam ter sido sepultadas e não o foram. Os parlamentares votam conforme sua posição no momento, dependendo das circunstâncias e de seus interesses. Todas as medidas, e as que serão aprovadas ainda neste ano, não passam de esmolas. A discussão sobre isso deveria ser proibida em ano eleitoral, a validade de qualquer programa novo deveria ser estabelecida para os primeiros dos anos de mandato.  Ao contrário, cheirará sempre a interesse eleitoral. E as bondades de hoje serão o tormento de amanhã.

       A defasagem da Tabela do Imposto de Renda - Se houvesse respeito com o cidadão brasileiro, a classe média deveria ser salva, para que não se torne pobre também. Sempre se soube que a classe média era a mola propulsora do nosso desenvolvimento, por diversos motivos. Mas vejamos, por exemplo, o que vem acontecendo com a Tabela do Imposto de Renda durante a vigência do Plano Real: Em 1994, o cidadão deveria ganhar oito  salários mínimos por mês para pagar IR. Em 2010, três; em 2017, dois. A defasagem de sua correção está em 134 por cento. Então você, que se acha líder político local ou regional, quando seu candidato a Deputado ou Senador aparecer por aqui para lhe pedir apoio, vai se lembrar de cobrar isso dele? Não seja mais um conivente com essa situação! Lembrando que, se não for corrigida agora, no ano que vem, quem ganhar um salário mínimo e meio, pagará Imposto de Renda. Horrível, né?! 

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

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