segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Ambição, sangue e prepotência – para onde vamos? (com homenagem aos meus amigos do Vale do Rio Iguaçu)

 



                                           Foto: acervo do Grupo Kalena - Porto União da Vitória

Revivendo, depois de oito meses da publicação. Mudou o quê??

       A guerra da Rússia contra a Ucrânia, compreendidas as suas causas históricas, nos trará efeitos danosos, prejuízos que somente serão recuperados em décadas de reconstrução, tanto pelas perdas materiais em razão de bombardeios da primeira em território da segunda, quanto pelos danos morais, pela dor, pelo sentimento de impotência, tanto de ucranianos como de russos.

       Convivi com descendentes de ucranianos, poloneses e russos nos meus tempos de universidade, em União da Vitória e Porto União. Vinham acadêmicos de Rio Azul, Mallet, Irati, Rebouças, São Mateus do Sul, Paula Freitas e Paulo Frontin, Cruz Machado, Porto Vitória,   Canoinhas e Mafra.  Eram pessoas dóceis, afáveis, com boa conduta pessoal e moral. Gente honesta, cujos pais ou avós vieram de seus países de origem durante a Primeira Guerra Mundial, e continuaram vindo até então, meio século e pouco depois. Pessoas trazem parentes, que vão ficando, estudam, trabalham, conhecem muito de agricultura, ajudam a alimentar o mundo. Não existe desarmonia entre eles, frequentam os mesmos meios escolares, sociais e de trabalho.

       Hoje, pensar nas famílias com quem convivi, nos meus colegas queridos, lembrar da maneira como falavam, de seus costumes, daquilo que aprendi com eles, faz-me sentir-me emocionado. Trabalharam e estudaram, invertendo a ordem atual da atividade humana. Criaram-se frequentando suas igrejas, seus clubes, influenciaram as gerações atuais. E, aqui, rendo minha homenagem aos que participavam e os que participam das lides da Igreja Ucraniana, em União da Vitória, pelas suas pessoas e até mesmo pela capela que edificaram, que se situa ali após o campo do Ferroviário, a Paróquia de São Basílio Magno. E os que participam do Clube Ucraniano de União da Vitória, localizada ali na Marechal Deodoro, na ida do Centro para o campo do Ferroviário, pertinho deste. Minha homenagem ao Grupo de Folclore Ucraniano Kalena, que está prestes a completar 53 anos de atividades culturais, executando a dança ucraniana com maestria, tendo, inclusive, participado de festivais na Ucrânia e nos Estados Unidos, em agosto e setembro de 2010.

        Quanta cultura, tradição e talento em suas comemorações. Banda e fanfarras com exibições estupendas nos desfiles do Sete de Setembro. Uma vez, com seu grupo Kalena, vieram a Capinzal, trazidos pela professora Seila Eliane Ribeiro e o Luiz Alcides Dambrós, e sua trupe, para participação no evento “Babados em Arte”, um dos mais concorridos e badalados da História do Vale do Rio do Peixe. Também, mais recentemente, apresentaram-se aqui em Piratuba.  Só quem conhece a capacidade de recuperação moral dos descendentes de ucranianos e poloneses, principalmente, sabe que a Ucrânia vai se recuperar em médio e longo prazo.

       A guerra poderia ter sido evitada. Bastaria que Putin não fosse tão ambicioso e que Zelesnki não fosse tão prepotente. O primeiro, dá asas à sua ambição, nutrida desde quando seu pai era cozinheiro das autoridades comunistas russas, até a chegada ao cargo máximo em seus país, que pretende governar até 2036. E o outro, o ator que imitava presidentes, que virou um deles, que não soube administrar a questão separatista com habilidade, não abrindo a possibilidade de plebiscitos ou referendos.

       Meu professor de Latin, o multititulado Leo Host, nos mostrava, no início da década de 1970, na FAFI, que plebs seria o povo e cito a manifestação ou citação deste. O site “ETIMOLOGIA”, traz as definições de plebiscito, que aqui cito para o leitor compreender melhor o termo: “Um plebiscito consiste em colocar um tema específico como questão perante o conjunto da sociedade para conhecer o sentimento da maioria, permitindo orientar o caminho dos g

      Sangue derramado, ucranianos em fuga, população russa também sofrendo em razão das sanções econômicas impostas por países do Ocidente, inflação alta, falta de itens básicos de sobrevivência, guerra de informações, a maioria oriundas da capacidades de os governos ucraniano e russo de criarem as narrativas que lhes interessam. Todos continuam perdendo, mesmo que houver um cessar fogo sempre haverá quem o burle e a encrenca vai continuar por muito tempo ainda.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

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