sábado, 9 de setembro de 2023

Antônio Vicente Hachmann Gramázzio - "o Piti" - Meu caro amigo da adolescência - lamentando a partida e homenageando!

       

                                                Foto de Rádio Capinzal - Jornal A Semana

       Na década de 1960, um jovem estudante e aluno do Ginásio Padre Anchieta nos encantava pela habilidade com que jogava futebol, atuando no Botafoguinho, de Capinzal, no campo municipal, que pertencia à RFFSA. Aos 12 anos, já mostrava grande intimidade com a bola,  uma das maiores promessas daquela geração, junto com outros amigos meus, como o Vilmar Pedro Matté, o Ademar Miquelotto (Motorzinho), o Luiz Alberto Dambrós (Motorzinho), Rubens Bazzo, Ivan Casagrande (Bianco) , Juventino (Bichacreta) Vergani, hoje meu vizinho aqui em Joaçaba. Eram jogadores diferenciados, atuando no Juvenil do Grêmio Esportivo São José, no Palmeirinhas (Ouro), ou no Botafoguinho (Capinzal),  mas o talentoso e habilidoso atleta , o craque,  era chamado de "Pitchas", que mais tarde tornou-se o "Píti",  o policial civil e cidadão muito honrado Antônio Vicente Hachmann Gramázzio, pai da saudosa Carina e do jovem Kléber. 

       Uma vez, em 1965, jogando nos aspirantes do Palmeirinhas, marquei dois gols contra os aspirantes do Botafoghuinho, que tinha o Claudir da Silva, (o gasolina), como goleiro. À noite, na missa, o Pitchas olhou pra mim, fez uma careta de admiração e indicou com dois dedos de sua mão direita, o número de gols que eu tinha feito. Fiquei lisonjeado pelo reconhecimento!

       Pitchas, aos 14 anos, já era titular na equipe da Associação Esportiva Vasco da Gama, de Capinzal. Lembro que, na época,  num jogo contra o Arabutã FC, no estádio da Baixada Rubra, ele estava com o domínio da bola e o Emir, o camisa  "dez" do Vasco, seu companheiro, tomou-lha, empurrando para o lado, tamanha ela e vontade que tinham de armar ataque contra o adversário, resultando em uma luxação no braço do jovem craque. 

       Com o tempo, foi morar em Curitiba, ia estudar. O Filho do Vitório Gramázzio, que também foi craque, ia jogar na base do Athetico Paranaense, mas acabaou indo para o Rio de Janeiro, onde tinha um irmão, Rui Lacerda, o rapaz que aparecia nos cartazes das propagandas dos cigarros Arizona. 

       Em 1972, ao ingressar na FAFI, para cursar Letras-Inglês, em União da Vitória, tive a alegria de ter a sua irmã Diva Hachmann de Lacerda como como colega, mas, depois de utempo, ela mudou-se para o Rio de Janeiro, voltando, adiante, casada e com filhos, para morar em Ouro. 

       Na metade da década de 1980, estava o Pitchas de volta a nossa cidade, ele a a filha Carina, uma torcedora do Vasco, como eu, mas que faleceu bem jovem, sendo professora, minha colega, na Escola Sílvio Santos, em Ouro. Então, ele veio para jogar nos veteranos do Arabutã, contribuindo para a melhoria técnica de nosso time. Mas,logo depois, foi requisitado para atuar na equipe principal do Clube. Era capaz de cobrar uma falta com precisão e força, a 55 metros de distância, e colocar o goleiro adversário em apuros, indo buscar a bola no fundo das redes. 

       Ingressou na Polícia Civil de Santa Catarina em 1985. Com várias funções exercidas na mesma, chegou a ser responsável pela Delegacia de Polícia do Município de Ouro. Um servidor correto, íntegro e exemplar. 

       Por dezenas e dezenas de vezes, nos encontramos no Bar e Restaurante do Willy Lamb, no Parque e Jardim Ouro, em almoços onde nos eram servidas comidas deliciosas, como coelho, costelão, feijoada e buchada. Jogar um bilhar, um baralhinho, tomar uma caipirinha, jogar conversa fora, comer bem. Só isso e o cultivo de uma verdadeira amizade. O chef Willy e Vinícius Golin, saudosos, eram de nosso grupo, assim como Guiomedes Proner, Beto Bazzo, Alfeu Volpato, Sérgio Durigon, e outros.

       Com atuação em Ouro, Capinzal e Zortéa, Antônio foi criando uma legião extraordinária de amigos. Sobre ele, em razão de seu passamento, nosso conterrâneo e  delegado regional de Polícia Civil, Gilmar Antônio Bonamigo, e seus colegas de trabalho prestaram homenagens a Piti, ressaltando sua inabalável dedicação à família Polícia Civil ao longo de quase quatro décadas. Assim foi a manifestação: 

"Um lutador e apaixonado pela família Polícia Civil, resistindo às atrações da aposentadoria para continuar servindo a comunidade, representando a Polícia Civil. Nossas homenagens ao Piti que sempre nos serviu, foi parceiro, desbravador, pois é do tempo da raiz, tempo que a força prevalecia sobre a inteligência e muito contribuiu para o nosso crescimento como instituição. É da força e da origem de pessoas igual ao Piti que viemos e crescemos. É dele e outros tantos de seu tempo que formamos nossa história. O Piti há de receber as homenagens de todos nós. Que Deus o receba em seu infinito amor e conforte familiares e amigos."


     Aos familiares, em especial ao Kléber e à esposa, nosso especial carinho e as mais sentidas condolências.


Euclides Riquetti e família

09-09-2023

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