Numa manhã desta semana, tive uma incumbência que me dá muito prazer: levar a netinha Júlia à sua Escola, o Girassol. Localiza-se onde antigamente funcionava o Colégio Cristo Rei, num lugar privilegiado, com uma bela vista para a cidade de Joaçaba. No trajeto, vai-me contando seus causos e eu a estimulo a me contá-los. Criança que conta causos e é estimulada, terá facilidades para escrever, sempre.
Primeiro, na rótula próxima aos Pegoraro, logo depois da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, estava preocupada com a jaqueta do uniforme, que estava na mochila. Estava levando-a para o caso de esfriar, e não queria perdê-la porque "é nova". Já tem noção de que é preciso cuidar de suas coisas, apenas com 3 anos e 1 mês. Queria certificar-se de que estava dentro de sua mochilinha rosa.
Depois, me vem com essa: "Vovô, sabe que não dá pra fazer trancinha no teu cabelo?" - Pergunto-lhe por que motivo, e ela: "É que o vovô não tem cabelo!..."
Até tu, ó Júlia, imaginei! Ri... E ela abriu aquele sorrisinho esperto, bonito, jogou o cabelo para o lado com a mão, e continuou a entabular conversa, falando que ia encontrar seus amiguinhos, que gosta da sua profe e da outra profe também. E emendou: "O vovô Adão tem cabelo preto. Mas não dá pra fazer trança nele também, porque é curto"... Fiquei sem comentários.
E, mais adiante: "A mami Line é bem maluquinha!"
Pergunto por que a mãe dela seria maluquinha, e ela:
" É que ela não dirige certo. Ela não sabe por a ré no carro dela!"
"E você, sabe?", pergunto.
"Sei, meu pai me ensinou! É assim, ó... E mostrava-me os movimentos, graciosamente, com a mão direita, de como faria para por uma marcha à ré no carro do pai dela. E, como se fosse uma adulta, ia pondo opinião em tudo:
"Não sei porque tem tanto carro parado ali do lado da rua. Olha quantos, vovô! Tem preto, branco, vermelho, e aquele ali", apontou com o dedinho. Falei-lhe que aquele era um carro prata, igual àquele carro que o vovô tinha antes, que vendeu. Ela lembrava, tem uma bela memória. E contava: " um, dois, três"...., até dez.
Depois, à tarde, já em casa, quando todos pensavam que ia comer e descansar, vem com essa:
"Vovó, nós não vamos mexer nas flores lá do jardim?"
E lá vai a vovó fazer a parte dela, que a minha eu já fiz no dia.
Euclides Riquetti
01-06-2013
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